André Finhana
OLHAR
O olhar transforma o real e forma o utópico.
Ilude diante da paixão e destrói diante da razão.
O olhar molda e se molda, o que quer e quando quer.
Olhando se vê, olhando se crê, olhando se engana.
O olhar é diferente da visão.
Ela é a ferramenta, ele manufatura.
O olhar é um diálogo interno sobre assuntos variados.
Revela segredos no silêncio, mas com a fluência da oratória.
O olhar mostra a criança na sua plenitude.
É inocente, é claro, é sincero.
Quando se olha, se entorpece.
É uma gama de variadas verdades e incontáveis ilusões.
Palavras não precisam dizer nada.
Basta o olhar.
O olhar é poderoso, é precioso, é o poliglota da alma.
Fala as línguas de todos os sentimentos e expõe o indivíduo.
Qual sentido teria o olhar se não fosse o maior dos sentidos?
Pois é o único ligado direto ao coração.