Anderson Fernando
Da vida que molda os homens,
Entre dissabores e prazeres,
Lágrimas e sorrisos,
Perdas e ganhos.
Uma graciosa orquídea,
Rara e formidável,
Floresce na perspectiva dos que a cultivam.
Jóia lapidada pela lâmina do destino,
Ausente das arestas do egoísmo e da hipocrisia.
Plena do brilho da amizade, do respeito e da compaixão.
Dera-me o Paraíso fosse um campo extenso e florido,
Onde cada pétala colorida fosse uma cópia fiel de ti,
Oh ! orquídea valorosa,
Irmã Lua de meus devaneios.
Tarde de veraneio,
Olhos claros se confundem com o verde marinho.
Despida de sua inocência,
surge esplêndida a bela pérola,
cujo brilho vivo dum olhar,
vem exaltar o sagrado e o profano,
levando a um inebriante estado de mistério e desejo.
As manhãs de sábado,
Com seus cheiros, formas, cores, texturas, expectativas.
As flores entre as frutas.
Que se exibem por entre as frutas.
Deixando um rastro de beleza, aroma, sabores.
Tão simples, tão prazeroso quanto uma manhã de sábado.
Cabelo negro, longo,
Que vagueia
Diante da tempestade da inquietude.
Arrastando olhares, sorrisos, suspiros,
Como uma onda agitada numa tarde de mar bravio.
Sorriso maroto, de candura angelical,
Doce desejo numa inebriante noite de verão.
Contemplar o perdido, deixa sem sentido...
Cão guarda, fiel amigo, meu admirador nato,
Adormece vadio no tapete imundo,
Enquanto a vizinhança é silenciada pelo ópio de domingo.
No final, estamos todos estendendo roupas no varal.
Como um jardineiro que prepara o canteiro,
à espera da semente oportuna,
em meu coração resiliente,
faz brotar a mais bela flor de maio,
perdurando por todas as estações da minha vida.
Neste dia de céu azul e emoções infantis
Quando no coração brotam tulipas escarlates,
Desejo a você minha valorosa flor
Toda a sorte de elementos para o seu esplendor,
Paz, amor, saúde e fé
Pois a sua vitalidade preenche de alegria meus sonhos idílicos.
Quero num dia de outono,
contar as folhas que caem do ipê,
Quero nas manhãs de inverno,
aconchegar-me ao teu abraço confortante.
Quero numa tarde de primavera,
contemplar o voo da borboleta.
Quero no verão de nossas vidas,
viajar rumo ao brilho do sol,
abrasando nossos corações e inebriando nossas paixões.
É inverno, o céu veste seu casaco mais brilhante.
Vaidosas hortências espiam à beira da estrada,
Enquanto serelepes apressados apanham da pinha derradeira.
Madeira crepita sob as chamas avermelhadas,
Aromas diversos despertam o meu olfato,
No aconchego de um abraço me desfaço,
Na cama macia e quente espera-me minha amada.
Jamais pensei que isso fosse acontecer,
Jamais imaginei a plena resignação.
Sem dor, sem lágrimas, sem saudade,
Somente uma imagem 3x4 num canto mal iluminado de minha alma.