Anderson Delfino
Um poema sobre o seu coração
Um bilhete a quem encontrar esse coração:
Cuide bem dele. Ele sentiu, desejou, sofreu, amou, sorriu e chorou intensamente por toda uma vida. Se lhe parecer bem, permita que tenha um pouco de paz até que, enfim, pare de bater.
Com amor, do sempre seu, "Coração Negro" (sim "negro", adjetivo que só lhe parecerá "ruim" se você for "preconceituoso", rs [aspas representam conexão]).
Ass: uma criança que teve a sorte de viver e morrer, uma vida completa, também, efêmera, se no tempo dos tempos do templo desse universo.
Não sinta pena, sinta medo, pois todos morreremos um dia. Não sabemos como é o outro lado, sabemos que lá não há nada. Tudo o que fomos deixará de ser para todo o sempre, e não haverá nada a ser feito. Você simplesmente acordou em uma montanha russa que desce furiosamente em direção ao chão.
Chão [Chão representa fim]
Aproveite a descida.
No fim, não adiantou a coroa, não adiantou a riqueza, não adiantou a fé. Todos os homens morrem.
Anos depois, do alto, do seu novo trono, o monarca decapitado entendeu: "eu nunca fui rei, os outros quem sempre foram servos".
Anderson Delfino
Nas paredes do templo do tempo dos tempos dos versos escritos no verso deste universo, eu lhe escrevi um verso.
E ele é lindo. @d
O Jardim das Flores Não Vistas
Em um lugar distante, na floresta mais escura do mundo, fica a clareira mais clara. Um paraíso intocado que evoca paz e isolamento: ali, os raios de sol descem e iluminam o jardim das flores não vistas. Orquídeas raras adornam as árvores; centenas de espécies de pássaros coloridos e aves migratórias mantêm seus ninhos. As sinfonias e perfumes nunca se repetem. É onde todas as borboletas voam. Um refúgio perfeito, onde o equilíbrio da vida se mantém em sua forma mais pura. Um lugar onde o tempo parece parar, santuário tanto para as criaturas únicas que ali vivem quanto para qualquer alma afortunada que o encontre.
@d