Anderson C. Alves
Perdoa-me
Perdoa-me... Pois eu não lhe dei a devida atenção quando devia ter dado.
Perdoa-me... Pois eu não lhe escutei quando deveria ter escutado.
Perdoa-me... Pois eu deveria ter cuidado, protegido e amado você como merecia...
Mas eu não o fiz.
Perdoa-me... Pois eu deveria ter percebido desde o início que você é tão importante quanto qualquer outra pessoa.
Perdoa-me...
Disse o homem para o espelho.
Escolhas
Qual o momento certo para decidir que escolha tomar?
Quais os coeficientes que fazem desta escolha a certa e não a errada?
E se escolhemos errado, estaríamos então errados?
O medo, a dúvida, a certeza...
No fim, tudo se resume a escolhas
E por trás de cada escolha temos uma porta
E por trás de cada porta... O que temos?
No fim, tudo se resume ao nosso desejo de sempre acertar, de fazer a escolha "certa", vencer, conquistar...
De escolher.
Seriam as nossas escolhas finalísticas? Nunca poderíamos voltar atrás no que um dia dissemos ou fizemos, mesmo que um pouco?
Talvez esta seja a razão... A pressão de nunca pode voltar atrás em um abraço, um soco, um "eu te amo".
Pois no fim...
Lembro-me quando olhei nos teus olhos...
Fiquei encantado por eles.
Não foi as suas cores azuladas ou o seu formato alegre, mas como ele me fez sentir.
Sentia-me nu.
Como se você pudesse ler os meus pensamentos, meus sentimentos, como se pudesse ler a minha alma, melhor do que eu mesmo.
Lembro-me de logo em seguida fascinar-me por teus lábios, tão macios e atraentes, com um sorriso tímido e caloroso, e uma risada que fazia todos ao seu redor sentirem-se mais leves.
Naquele momento eu sabia que estava apaixonado.
Sabia que ao seu lado eu seria feliz.
Sabia que me amaria como nem uma outra amou antes.
Eu sabia de tudo isso...
Mas, naquele dia, no dia em que te vi, seria o dia em que eu partiria.
Eu iria morrer.
Fiquei feliz mesmo assim...
Sorri.
Meu coração acelerou e meus olhos encheram-se de lágrimas, pois eu tinha amado uma última vez.
Uma última vez antes de partir.