anderson barreto
Não tenho medo da tempestade que se aproxima
Mesmo o trovão dos canhões dos inimigos não me assustam
Pois vi a Liberdade decepada brotar em forma de juventude
Eram flores lindas que coloriam as ruas
Entendi que não mais o medo habita o coração
Entendi que pra cada patrão mais de milhões se erguerão
Que da barriga vazia da criança nasce a força da guerrilha cheia de esperança
Que do corpo da mulher oprimida se erguem barricadas na avenida
Não tenho medo das batalhas que se avizinham
Mesmo o barulho dos fuzis inimigos não me assustam
Pois a Justiça roubada foi resgatada nos gritos da juventude
Eram vozes doces e firmes que falavam ao mundo de agora o futuro que virá
Entendi que pra cada latifúndio milhões de sem-terra se erguerão
Que pra cada julgamento pela cor
o povo de Zumbi valente quebrará as correntes
que pra cada chão indígena roubado Sepé Tiaraju retornará com seu exército sagrado
Não tenho medo do império que esmaga a Paz
Mesmo as máquinas assassinas dos donos do mundo não me assustam
Pois eu vi no calor dos abraços e na alegria de viver
Uma juventude que se recusa a morrer
Pronta para a batalha em breve ficará
Então o medo cairá sobre os opressores
A revolução vai triunfar
A criança vai brincar
O ser humano vai amar
O mundo se erguerá
A história vai mudar
E o povo?
Esse é quem vai governar!