Anaiá Zaleski
Eu penso muito, acho, meu cérebro jamais pára,
fico observando o comportamento do ser humano,
o meu inclusive, concluo,
não sou daqui,
como pode alguém perder seus sonhos, vender seus sonhos, agonizar seus sonhos
pelo que o outro pensa, pelo que o outro diz ser certo ou não.
Como pode alguém deixar a intensidade da vida
em nome de conceitos que nada, absolutamente nada agregam ou agregarão um dia.
Como pode o orgulho ser tão mais poderoso do que a singeleza leve que nos faz felizes,
como pode o ser humano vender-se por tão pouco,
por tão nada,
como pode anular-se tanto em nome do medíocre, do banal,
do supérfluo, do carnal, do sem brilho, sem chama, sem movimento.
Como pode o ser humano esquecer tanto de si mesmo,
brigar pelo nada que cria a ilusão do status,
do degrau que não se sobe, não se galga, não se é.
Como pode o ser humano negar o óbvio em nome do que lhe é conveniente ao orgulho tosco
que cria para manter sua própria aparência, que na real, nem existe.
Como pode o ser humano permitir-se tanta perda de tempo na única coisa que importa que vibra,
que é real e dramaticamente finita, a vida.
Como pode o ser humano agarrar-se ao ter,
ao mostrar, ao ostentar, do que ao ser, viver, sonhar.
Como pode o ser humano não perceber que ele é limitado, finito, substituível
e exatamente por isso seus segundos preciosos de vida deveriam ser construtivos,
flexíveis, intensos, urgentes.
Vamos embora amanhã, no próximo segundo ou no próximo século,
mas vamos embora,
tenhamos consciência do que realmente podemos e devemos fazer por aqui,
antes que as cortinas se fechem, a luz se apague a peça termine
sem nem o meu próprio aplauso.
Aprendamos a sorrir para dentro, não para fora,
aprendamos a abraçar os momentos que temos não o que idealizamos,
aprendamos a viver o agora,
o próximo bater do relógio sempre será incerto demais,
aqui é o que temos e é nele que a vida se joga,
todo o resto é ilusão com data marcada para terminar.......
Todos teremos FIM que o espetáculo de nossa existência termine no aplauso,
que nosso comportamento, pensamento, faça jus a platéia, que no final,
possamos terminar com o orgulho das palmas não das vaias.......
Autoria: Anaiá Zaleski.