Ana Paula Zandoná
Nós sofremos um bocado durante a vida até acharmos nosso ponto de equilíbrio. Ele não é, necessariamente, passar no vestibular para medicina, ser muito rico ou a festa do final de semana. Hipocrisia seria eu dizer que nada disso importa e que não é incrivelmente maravilhoso. Mas, de nada adianta alcançarmos o suposto sucesso se não mantivermos nossos valores e princípios dignos - os alicerces para o nosso caratér.
As pessoas esquecem que, antes de qualquer realização, há a ética, a integridade, a honestidade; as verdadeires medidoras de um ser humano. Não é só um diploma na faculdade ou um saldo na conta altíssimo que dizem se uma pessoa "presta" ou não. Tê-los, somente, sem o principal (o interior e os pensamentos) é como não ter nada. Afinal, o fundamento e mecanismo da nossa vida se baseiam em seguir o que nossos valores éticos e morais "mandam".
O fato é que buscar a vida de uma maneira apenas superficial é supérfluo; a busca deve ser, incessantemente, pelo que somos e temos, pelos príncipios inerentes a nós. Antes de julgarmos apenas o que é trazido com uma pessoa, deve-se analisar o que tem dentro dela.
Amor. Esse é aquele tipo de assunto que vai, vem e sempre retornamos a falar sobre ele. Deve ser porque ele nunca foi totalmente resolvido, solucionado; mas querendo ou não, sempre temos ele por perto. Amar em si não deveria ser tão complicado... É só ela se apaixonar por ele, ele por ela, e pronto! Viveriam felizes para sempre, como num verdadeiro conto de fadas. O problema que aqui nem tudo é tão surreal, nem tudo é tão lindo e inconseqüente. Aqui não existem príncipes (educados, lindos, inteligentes e divertidos) e princesas (educadas, lindas, inteligentes e divertidas). Aqui todo mundo é de carne e osso, e alguns de coração também - a maioria mais carne do que coração. Aqui o amor não é encarado como divino, dádiva e presente dos céus, é tido como aquele que só faz sofrer.
Por que será que dificultamos tudo? Acordamos pela manhã, damos um beijo no amado, passamos o dia estressados e irritados, chegamos no final do dia e descarregamos tudo em cima daquele que sempre esteve com nós nos momentos ruins, aí ele se irrita e termina tudo. Choramos, sofremos, esperneamos. Aquele "viveram felizes para sempre" teve um final, como num livro - mas o nosso final nem sempre é bom e previsível. "Por que isso só acontece comigo? Será que só eu faço coisa errada?". Grande engano. Isso é universal.
A questão é até que ponto depositamos nossa expectativa em cima daquilo que era pra nos fazer bem. Normal. Mas a troco de quê? Se esperarmos a vida inteira pelo príncipe saído de um cavalo alado, viveremos encalhadas, resmungonas e rabugentas. Adiantou passar o tempo reclamando daquele que não deu um beijo na hora certa e terminar um namoro por superfluidade? Que nada! A gente tem é que gritar pra todo mundo que aquele que não te deu um beijo na hora certa é aquele que te enche de abraços nas horas incertas e inesperadas; que a gente não passou a vida inteira esperando por uma perfeição que não viria, mas abrimos o coração para aquele que ofereceu o amor - sim! O "causador do sofrimento".
O assunto amor é clichê, sempre vai ser e não há fórmulas para o tirar da boca do povo; até cada um aprender que a perfeição não existe, e que como nós não a possuimos, não podemos exigir de mais ninguém. Que o príncipe - o imperfeito - é esse que está bem do seu lado... agora só resta à gente abrir os olhos pra enxergar o cavalo alado!
"Você vai olhar aquelas fotos e vai dizer que eram seus amigos. E isso vai doer tanto!". Clichê, mas, como todo clichê, depois de um tempo começa a fazer sentido. A gente demora para entender o que as pessoas causam, deixam, e fazem com a gente; começa-se a perceber que algumas não são substituíveis, que outras fazem falta no dia-a-dia e que muitas deixam um vazio enorme aonde a gente achava que jamais ia existir. Deixamos de pensar nos malefícios que o tempo pode trazer e esquecemos que muitas das relações podem estar fadadas aos mesmos. É claro que o tempo não é o único responsável para isso, porém, ele tende a ser o principal. Passam-se os anos depois da formatura, não é que ninguém se goste, é que as pessoas se "perdem" e se "acham" em outros lugares e companhias. Extremamente natural para quem vê de fora. Mas, a gente fica indignado por não ter podido mais ver tal pessoa, por não ter tido tempo para colocar a fofoca em dia com a Fulana, e até se arrepende de nunca ter dado "oi" para a Ciclana. É deplorável. Muitas vezes, até fortes alicerces tendem a se dissolver.
Não existe explicação bastante e completamente veraz para tal, mas é crível que não se deve deixar de curtir aquilo que dura tão pouco por medo do que pode - ou não - vir depois. A duração é a mesma desses instantes das fotos... Lembra-se de tudo como se fosse ontem, mas quando fechar o sorriso depois da foto, o ontem já está bem distante.
Hipocrisia dizer que aniversário significa maturidade; que o aprendizado é ligado somente aos erros cometidos; que errar é crescer.
Se todos crescêssemos e aprendêssemos com o que fizemos de errado haveria muitos sábios por aí.
O verdadeiro aprendizado é ligado à reflexão daquilo que se foi ou não vivido.
Aprendi que quem tem amor tem tudo; seja familiar, namorado, amigos. O amor é o que move a vida e nos faz querer sermos melhor.
Aprendi que ser tachado de bonzinho nem sempre é ruim.
Aprendi que ser CDF é ótimo. Eles são os que se dão melhor na vida.
Aprendi que ler é enriquecimento a nossa vida, de tal maneira que ninguém consegue tirar
E que receber dinheiro por ser inteligente é a forma mais admirável de ficar rico.
Aprendi que traição e falta de lealdade são uma das maiores crueldades que se podem cometer ao coração de alguém.
Aprendi que a gente se sente muito mal quando nos julgam por certas atitudes; e quem dirá quando o fizemos a alguém.
E que olhar torto para alguém não nos faz melhor.
Aprendi que existem algumas coisas que não deveriam se guardar no coração, mas são grandes responsáveis pela nossa mutante ideologia.
Aprendi que correr atrás do que se quer é preciso sempre; ninguém o faz se não nós mesmos.
Aprendi que quem desrespeita idosos são pessoas frias.
E que os pais são as pessoas as quais a gente sonha ser igual.
Aprendi que sorrir e ser educado são a alegria do dia de alguém, sobretudo da própria realização pessoal.
Aprendi que somos eternos errantes. Estamos em incessante crescimento; e só não cresce quem tem a cabeça tão pequena a ponto de achar que o amadurecimento vem junto com os anos.
Demora um certo tempo até que nos liguemos de que as promessas de que nunca mais iríamos nos apaixonar eram vãs. Jurávamos que era o último pé-na-bunda, que ia ser o último telefonema e o último cara de nossas vidas. Seríamos independentes; já que somos inteiras, não é? Grande e inútil mentira.
A gente não sabia - ou fingia - que nem todos eram charlatães e cafajestes, nem todos tinham a pretensão de acabar com a gente. Descobrimos, surpreendentemente, que há uma pessoa que supera todas as nossas expectativas, que vai além do que acreditávamos ser amor; pensávamos que tudo tinha de ser como num conto de fadas, romântico e carinhoso, ou seja: perfeito. Mais uma besteira que acumulamos durante a nossa vida. O perfeito não é esbanjar o romantismo pra que todos vejam, é, na interioridade, poder ser quem sempre fomos, pensar e dizer o que queremos, sem ter de criar personagem algum. É, na essencialidade, ter um amigo, num namorado, um cúmplice, um amor; um verossímil significado da felicidade.
É incrível como, depois de desacreditarmos na magnitude do amor, deparamo-nos com uma realidade não tão romântica quanto esperávamos, entretanto, real. Percebemos que, praticamente, se somarmos todos os homens que superam expectativas para cada uma das mulheres, notamos que nenhum sobra para poder ser chamado de cafajeste. Concluindo, então, que os homens não necessariamente não prestam, só não prestam para você. Eles são perfeitos individualmente para cada uma de nós.
Nada soa mais ridículo que a inutilidade da vida. Talvez não da vida por completo, mas do papel inútil que desempenhamos nela. É até meio deprimente pensar nisso; no entanto, depois de um tempo analisando para que razão fazemos tudo o que fazemos enquanto vivos cheguei a essa conclusão. Ok, nos formamos no ensino fundamental com mérito, no ensino médio com esforço, e na faculdade depois de 10 anos. Mas cumprimos tudo, como manda o script. No meio disso tudo, saímos a festas, nos divertimos, conhecemos pessoas, viajamos e etc. Nós fazemos tudo como deve - e não deve - ser feito, orgulhamos nossos pais, arranjamos um emprego que paga bem e estamos "bem na vida". Contudo, existe um certo vazio e um questionamento que permanecem: para quê? Parece que vamos ser sempre escravos da vida. Almejamos aquela liberdade tão utópica, e, aos poucos, percebemos duramente que ela nada mais é que MERAMENTE utópica. Estamos presos ao nosso ciclo perfeito de vida, que parece nos sufocar cada vez mais, e não conseguimos nos libertar disso. De que adianta termos um emprego legal se, por muitas vezes, o que devemos fazer é só seguir ordens? De que adianta viajar e ver o mundo se voltamos para o nossa realidade que é tão mediana? De que adianta obedecer a tudo para poder "estar bem na vida" se não é isso que queremos? E, o mais intrigante: de que adianta filosofar tanto se nada vai sair do papel?
O que eu vou fazer depois de terminar de escrever isso? Dormir, acordar cedo, estudar e trabalhar. O ciclo perfeito, que permanece e permanecerá imperfeito por bastante tempo.
Na minha cabeça, eu tinha certeza de que era ele. Afinal, sempre me disseram que ele seria o único que aguentaria meus dias de loucura e meu jeito atrapalhado. Mas aí você apareceu. E mostrou que não apenas me suporta, mas adora os meus defeitos. Que não apenas me aceita, mas me incentiva a ser sempre eu mesma. E sabe de uma coisa? Hoje percebo que você é o único que fica comigo quando ninguém mais ficaria. E aí eu tive certeza de que não era ele. Foi sempre você.
Eu cansei de bater as portas, fechar as janelas com força e gritar mais alto que minha voz alcança. Eu cansei de chorar durante a noite, de acordar com o rosto inchado e esperar a dor passar. Eu cansei de perder minhas forças, de perder sorrisos, de perder noites felizes. De borrar a maquiagem, de bagunçar meu cabelo, de desfazer os planos. Cansei de cancelar a festa, de deixar o piquenique para o outro dia, de pegar o carro e ir para casa. Cansei de achar que sou uma idiota, que você é um babaca e que nós não fomos feitos para estar juntos. Mas eu não cansei de você. E é por isso que eu ainda estou aqui. Por isso que eu ainda acredito na gente. Por isso que eu não consigo te deixar ir. Porque, mesmo que tenha cansado de fazer tudo errado e de ver você estragar tudo, eu quero que a gente faça diferente. Quero que, toda vez que a gente brigar, você me abrace e diga que me ama. E que eu só preciso de carinho. Quero fazer uma massagem nos seus ombros quando você estiver estressado. Quero baixar meu tom quando você levantar o seu. Quero trocar de roupa para gente ir àquela festa que a gente planejou o mês todo. Quero ignorar seu mau humor – e transformá-lo em felicidade. Quero ter um dia feliz, uma noite ótima e acordar sabendo que fomos feitos para estar juntos. E, não!, nunca mais quero bater as portas na sua cara. Quero fechar a porta na cara do mundo e ficar presa num lugar só com você. E quero que você nunca mais me deixe chorar por sua causa. E sabe de uma coisa? Eu quero a gente. Mais do que nunca A GENTE. Quero que comece hoje, continue amanhã e seja assim sempre. Porque ainda dá tempo. Ainda dá tempo de ser feliz.
Ninguém disse que você não é bonito, inteligente e bom partido. Você é realmente simpático e educado. Mas isso não lhe confere automaticamente a chave mestra de todos os corações do mundo. Nem a certeza de que poderá conquistar aquela mulher linda que você conheceu na festa de um amigo. Ou que seu namorado nunca vai te deixar.
É bom saber que amor não é questão de mérito. Você não o “ganha” porque obedeceu a papai e mamãe o ano todo ou porque largou o bico no Natal. Nada disso caracteriza você um merecedor do amor eterno. Aliás, não há provas de que quaisquer dessas qualidades te deem o melhor da vida.
Pense. Mesmo o pé mais torto pode encontrar seu chinelo velho, e isso não é injusto. Só porque aquele seu vizinho fofoqueiro vive um amor de cinema não significa que o universo conspira contra você.
Você, o último romântico, pode comprar flores vermelhas e as enviar com um cartão feito a mão. Mas ela simplesmente não te quer. Você pode ser sexy, descolada e amar futebol. Mas ele simplesmente não dá a mínima. E não é porque você não é bom o suficiente ou não mereça ser amado. É porque não é ele. Nem ela.
O amor é uma colisão de duas almas apaixonadas, livres e dispostas a viverem juntas. É tudo questão de compatibilidade.
Então vamos parar com aqueles conselhos banais clássicos usados sempre quando o amigo termina o namoro: “Ela não te merece” ou “ele não é bom o suficiente para você”? Não existe isso. Não tem essa de merecer, de ser bom o suficiente. Ele simplesmente não combina com ela e ela não suporta seus defeitos. Ela preza a fidelidade, ele prefere companheirismo. Ela gosta de ficar em casa, ele quer sair todas as noites. E isso não distingue as pessoas de “merecedoras do amor eterno” e “fadadas a serem solitárias a vida toda”.
Você pode amar quem quiser, admirar quem quiser e buscar seu amor incessantemente. E quer saber? Você deve fazer isso! Mas o que você não pode é exigir que o outro te ame de volta porque você é uma pessoa incrível – e achar que ele é um idiota por não te querer. Você merece o amor. Eu mereço o amor. Mas pelos motivos certos.
Eu quero, para a gente, um pouco de tudo. De parceria, de lealdade, de amizade, de paixão, de felicidade. Um pouco de você. Um pouco de mim. E muito de nós.
Já passou da hora de as pessoas perceberem que não são os grandes eventos que trazem a felicidade tão desejada. Não são as férias, feriados, carnaval ou fins de semana que tiram o vazio que você tem aí dentro. Você tem é que parar de esperar demais disso tudo e começar a esperar mais de si mesmo.
Um dia você vai encontrá-lo na rua, dar um sorriso amarelo e, como num passe de mágica, vai entender por que nunca deu certo. E você, que sempre se culpou tanto, vai perceber que o problema não era você. Não era ele. Vocês simplesmente não eram compatíveis e o destino se encarregou de mostrar isso a tempo. Ainda bem.
Não basta apenas traçar metas para alcançar o sucesso. É preciso superar seus medos todos os dias. Porque são eles que te impedem de seguir em frente com seus sonhos. São eles que te travam. São eles que fazem você acreditar que não vai conseguir. Mas você é forte pra caramba. E muito maior que qualquer medo que tem aí dentro.
“Oi, tudo bem? Tudo, e com você? Tudo ótimo. Ah, que legal, me passa seu WhatsApp? Ah, não vai dar, não te conheço”. Assim começa e termina um quase relacionamento. Uma quase ficada. Uma quase paixão. Um quase amor. Alguma coisa que poderia ter virado outra se você não estivesse sempre indisponível para o mundo.
“Vamos marcar de fazer alguma coisa? Claro, vamos, sim”. E nada acontece. E acaba sendo uma quase reconciliação. Um quase encontro entre amigos. Um quase que virou nada. Alguma coisa que poderia ter virado um momento feliz se você não estivesse sempre arranjando desculpas.
“Não posso, tenho que trabalhar. Não dá, tenho que me formar. Impossível, preciso comprar meu carro”. Uma quase viagem. Um sonho quase realizado. Uma quase vida nova. Alguma coisa poderia ter virado a melhor experiência de todas se você não estivesse sempre postergando tudo.
Mas alguém precisa te dizer que você não tem o tempo todo do mundo. Você não possui todos os amanhãs para esperar sentado e ver seu sonho se distanciar, o amor da sua vida se despedir e a grande oportunidade desaparecer. E tudo vai virar sempre um quase. Você quase encontrou o amor, quase reviu aquele seu grande amigo, quase pediu desculpas, quase deu o primeiro passo e a chamou para sair, quase foi àquela entrevista do emprego que tanto queria, quase parou de roer as unhas de ansiedade, quase evitou se preocupar tanto com o que pensam de você, quase parou de insistir na coisa errada, quase comprou a passagem para o Japão e saiu da casa dos seus pais. O quase que nunca foi suficiente.
E esse ‘quase’ continua sempre mediano e medíocre. E você, preso à zona de conforto, acaba deixando a vida passar e percebendo, no fim, que quase foi feliz. Mas nunca por inteiro.