ANA PAULA BACELAR
Ando tão refém dos meus desejos... Aparentando fortaleza e admoestando minhas ações. Tentando equilibrar dois elementos inconciliáveis: um coração que teima em amar e uma realidade que não tarda em decepcionar.
As vezes, surge inquieta a pergunta: do que adianta ter um coração tão capaz de amar se me falta bom senso para escolher a quem destinar tanto sentimento?
INSURRETO
Como resguardar um coração que teima em ser libertário? Se tento protegê-lo, se rebela, dilata e enrijece. Quer, cada vez mais, absorver sentimentalidades. Não adianta machucá-lo, doutriná-lo ou reprimi-lo. Rebelde. Insano. Persistente. Incólume, apesar dos golpes contra ele desferidos. São vãs as tentativas de impor limites ou versar sobre racionalidades. É um coração que abraça a insanidade e segue...