Ana Nunes
Eu queria…
Eu queria esconder-me longe de tudo
Onde apenas entrasse a luz do sol para me aquecer
Eu queria rasgar os céus
E voar até um mundo mágico, onde o sonho é realidade
Eu queria mergulhar num mar de silêncio
Onde apenas se ouvisse o murmurar das ondas
Eu queria ouvir de noite a lua a chorar
E partilhar junto dela as minhas lágrimas
Eu queria procurar um sítio para onde ir
Mas não o encontro
Eu apenas queria….
Estar sempre junto de vocês
Mas já perdi o vosso rumo
Eu não vos encontrarei mais
Já partiram à muito tempo
Já estão muiro lá à frente…
O primeiro ano
Eu sinto a sua falta
Eu sinto tanto a sua falta
Eu não a esqueço
Isto é muito triste
Eu espero que me possa ouvir
Esse dia nunca mais me vai sair da cabeça
O dia em que você adormeceu para sempre
Foi o dia em que eu descobri, que a vida de todos os que a rodeavam, nunca mais seria a mesma.
Eu nunca andei à sua volta para lhe dar beijos, peço desculpa por isso
Você tinha o adeus nas suas mãos
Quem me dera voltar a vê-la outra vez
Mas sei que não posso
Nesse dia eu levantei-me cedo, como sempre
Você não se levantou mais
Eu continuo a perguntar porquê
Eu não consigo aceitar isso
Não é mentira
Aconteceu e você passou para o outro lado
Agora que você foi
Aí está você
Algures onde eu não posso trazê-la de volta
Todos nós sentimos muito a sua falta
Descanse em paz e para sempre...
Os meus pedidos de desculpa
O que é que eu faço para te deixar orgulhosa?
O que é que eu tenho que fazer para acreditares que sou capaz?
O que é que eu faço se alguém vier e me deitar a baixo?
E procuro-te para me ajudares a levantar, mas tu não estás lá porque estás chateada comigo?
O que é que eu tenho de fazer para me desculpares por tudo o que tenho feito?
O que é que eu tenho de fazer para nenhuma de nós sair magoada disto tudo?
O que é que eu te posso dizer quando tudo isto acabar?
Se “desculpa” costuma ser a palavra mais difícil de se dizer....
O que é que eu digo então?
Esta vida continua....
Comecei a aprender mais e mais sobre a responsabilidade
Então reparei que muitas das coisas que eu faço afectam muitas pessoas à minha volta
Aproveito então para pedir nesta folha, desculpa por tudo o que tenho feito, coisas que ainda sou fraca e incapaz de vos dizer na cara
Sei que tenho de começar a tomar responsabilidades pelos meus actos...
Desculpe pelas coisas que a deixam em baixo, porque na maioria das vezes nem penso no que estou a fazer.
Desculpe por ter mudado a sua vida para cuidar de mim; tenta manter-se ocupada, mas os seus pensamentos são sempre os mesmos. Você cuidou da sua família e de todos à sua volta, amou e ama todos eles da mesma maneira...e nem sabe a quantidade de vezes que peço para vocês os três não me deixarem.
Desculpe por deixá-la muitas vezes sozinha.
Desculpe por ter de fazer tudo por sua conta, sem muitas vezes contar com a minha ajuda.
Desculpe se cresci muito depressa, quem me dera tê-la ouvido mais, quando mais nova, para não ser assim.
Desculpe pela sua vida ter dado uma volta de 180º.
Desculpe pelas vezes em que se zanga comigo.
Desculpe pelas vezes em que os vícios falam mais alto.
Eu entendo que todas as pessoas têm problemas, não sou assim tão cega para não ver isso.
Todos os sentimentos que tem dentro de si, transmitem-se em todas as minhas incertezas. Se ao menos eu conseguisse pedir desculpa por estar errada, e ter vergonha do que faço...não era preciso sofrerem por minha causa, mas podem sempre pôr a culpa em mim.
Desculpa se demoro a entender o teu ponto de vista, sabendo que estou errada, mas tentando inverter a situação.
Desculpa por demorar muito tempo a responder quando me chamas ou falas para mim, mas estou sempre com a cabeça noutro lado, onde ninguém me pode encontrar.
Desculpa pelas vezes em que não te falo, ou quando chego mais tarde e nem te dou explicações.
Desculpa pelas vezes em que tenho de ir e nem te ligo.
Desculpa pelas vezes em que te deixo triste.
Desculpa por todas as vezes que te falto ao respeito.
Desculpa pelas coisas erradas que faço, quando não estou contigo nos momentos em que mais precisas.
Desculpa pelo facto de não gostar de estudar, mas sei que ficas preocupada quando não o faço.
Desculpa pelas coisas que não te digo, mas não tenho coragem...mas podes sempre pôr a culpa em mim.
Vocês são a melhor coisa que eu tenho no mundo, e tenho toda a coragem e força para dizer que tenho orgulho em ser da vossa família.
Há quanto tempo você não agradece? (Por qualquer coisa, não importa o que.).
Quanto tempo faz que você não dá um abraço bem apertado em alguém?
Quanto tempo faz que você não diz a alguém de sua importância?
Quanto tempo faz que você não
dá uma gargalhada bem gostosa?
Quanto tempo faz que você não diz "eu te amo"?
Há quanto tempo você não se aventura?
(Espero que alguma lembrança esteja fresca em sua memória!)
Hoje eu tirei o dia pra pensar. E eu pensei muito na maldade. Tentei entender o porque de ser cruel. Me concentrei pra encontrar um ganho em cuspir palavras agressivas na cara de alguém. Não consegui chegar em nada. Em lugar nenhum mesmo!
Mas aí eu pensei no perdão. E me questionei sobre a frequência que ele acontece e se ele realmente deve acontecer. Será que ele acontece mesmo?
Acho que vou ficar sem resposta pra tudo isso.
Vou pensar e pensar mais.
Quem sabe eu concluo que a vida é uma loucura e não se pode ter certeza de nada? Não se pode confiar em nada e nem em ninguém.
(Talvez eu já tenha cuspido palavras agressivas em alguém. Por que não?)
Deixa o amanhã chegar e eu resolvo se fico aqui ou se me mudo pra qualquer lugar que eu quiser inventar.
Quero voltar atrás, posso? Bom, eu quero que esqueçam tudo: quando disse que eu era só metade. Que eu era parte de alguma coisa. Que eu era parte de palavras. Que eu era atalho. Sozinha. Nublada. Sem rima. Sem refrão. Sem conceitos. Sem pal
adar. Sem lábio. Sem beijo. Sem nada! Esqueçam. Por favor, esqueçam.
Eu sou a poesia completa. Eu sou a rima perfeita. Sou todo e qualquer refrão. Sou acordes. Sou inteira. Sou homem. Sou mulher. Sou o que eu quiser ser. Sou poderosa. Sou mãe.
Foram-se as palavras, restou o sentir!
Eu sou a batida de dois corações.
Antes de tudo,
de qualquer coisa,
de ser alguma coisa,
somos só metade.
Parte de partes de meias palavras,
de meios conceitos,
de meias verdades,
de tantas mentiras.
Somos metade do caminho,
beijo sem lábio,
poesia sem rima,
estrela sozinha em noite nublada,
mar sem onda,
ou onda sem mar,
signo solto sem zodíaco,
saliva sem paladar...
É tão fácil falar pro outro o que fazer. Escrever receitas intermináveis sobre como lidar com a vida (suas perdas e maravilhas, suas oscilações e alegrias). É tão fácil escrever poesia. Fingir felicidade e sorrir sem vontade. Ainda não tem receita pra esconder decepção - não pra essa que estou sentindo agora. Me mato e me saro na mesma rima. Me sacrifico, me crucifico e depois cresço ainda mais na dor.
(Dói, dói muito, mas é a vida...).
Foi aí que amanheci em dúvida - coisa essa que já não sentia. Recolhi todos os meus planos. Suspendi minhas leituras. Abracei meus joelhos. Olhei o céu nublado pela janela. Perdi minha voz no escuro. Segurei o choro. Joguei o que restou de
minhas certezas ao vento. Espalhei meus sonhos pelo quarto inteiro. Nenhuma lágrima rolou (mentira!). Não dormi com medo de pesadelos. Só senti medo (a noite toda). Cobri minha cabeça pra não ver a luz do dia. A única coisa que enfrento hoje é uma baita dor de cabeça. Mais nada. (Mentira, de novo!)
Eu acordei sem expectativa alguma, sem planos, sem disposição até. Mas aí, quando sai de casa, me senti sufocada, apertada. E era o dia me abraçando com todo seu azul, seus raios de sol e sua pretensão de me fazer sorrir.
Eu queria saber, mesmo que por um dia, qual o som do silêncio. Não ouvir meus pensamentos, emudecer minhas lembranças e apagar a luz do mundo.
Chega um momento que fazemos só o que damos conta. Apagamos o número do telefone da agenda, rabiscamos todos os corações na última página do caderno, fingimos não lembrar a data do aniversário. Mas é tudo de mentirinha, né? A "coisa" dói ali só que em silêncio. Empurramos tudo com a correria do dia a dia. Marcamos mil e vários compromissos. Enchemos a cara de outros desejos, só pra ver se passa. Se cola. Se alguém acredita. Mas sabemos que está tudo ali, na ponta da língua, contido, espremido, amargando, pronto pra ser cuspido. Mas engolimos pra nossa indigestão eterna.
Tenho um pouco de medo, preguiça, receio, e sei-lá-mais-o-quê, de gente que diz que fala tudo na lata, que é transparente e coisa e tal!
Será que é assim mesmo?
Será que existe alguém transparente?
Tenho minhas dúvidas (pontocompontobr)!
Acredito, hoje, que a saudade é um tipo de amor borrado. O borrão fica ali, não sai, não volta. Não se torna ex-borrão. Nem sei mais se dá pra ter ex-amor, que dirá ex-saudade. Por isso, insisto: saudade é amor que fica (é amor borrado).
Eu acredito que o melhor sempre acontece. Então me inundo de fé. E espero. Sem ansiedade, sem expectativas. Apenas espero. Com muita paz em minhas horas e muito amor em meu coração. Assim seja!
Somos condutores de energia. Se desejamos o bem, o bem vem. Se espalhamos amor, o amor fica. Se sorrimos, sorrisos recebemos. Pode demorar. Pode não ser sempre. Mas se tem uma coisa que a vida faz é ser grata, desde que sejamos com ela. Se tem uma coisa que o Universo faz é ser justo, desde que sejamos com nosso próximo.
As coisas acontecem. A bondade existe. O amor vence. E toda positividade precisa circular. Espalhe.
(…) Só peço ao Universo que proteja todo e qualquer coração bom que me cerca.
Que me aproxime de mim.
Que eu seja feliz e que você também seja.
Que sejamos bons, do bem mesmo!
O resto o Universo dá um jeito de entregar pra gente.