Ana Lílian
Eu Escolho Você
Escolhi você!
Escolhi você conhecendo todos os seus defeitos.
Escolhi você mesmo com seu jeito perturbado, inquieto.
Escolhi seu bom e mau humor.
Escolhi você entre milhares, mesmo sabendo,
Que você jamais me escolheu quando me viu pela primeira vez.
Eu escolhi você, doce e gentil criatura,
Te fiz minha opção, a melhor opção,
E não importa quantas outras opções a vida venha me apresentar,
Eu escolho você todos os dias, quando me levanto e quando me deito.
Nunca hei de lhe prometer um “felizes para sempre”,
Mas prometo tentar te fazer feliz um dia de cada vez.
E tentar, isso sei que consigo.
Por isso: Eu escolhi você!
Os Verdes Olhos
Quem um dia irá recontar,
A história daqueles olhos.
Como uma espada afiada,
Penetravam minha alma.
Serpente?
Devorava-me como leão.
Sorriso encantador,
Alma ninfa, humano alado.
Escolheram a cor da esperança,
De maneira correta: verde!
Ah! Quantas vezes ansiei por teus verdes olhos,
Encontrá-los era o mesmo que contemplar os portões da cidade celeste.
Verdes olhos sejam meus, teus, nossos.
Eu poderia morrer olhando-os.
Ao anjo de olhar sincero e perdido,
Amigo amado, dedico este texto.
O Silêncio de um pardal
Um pardal.
Canto belo e forte
Para longe do ninho voou, capturaram.
Preso foi cantar,
A beleza do canto apagou-se.
Pobrezinho pardal.
Não via noite ou dia,
Tristonho começou a definhar.
Libertaram, mas já não sabia voar.
Pobre pardal, morreu sozinho,
O coração triste e saudoso o matou.
Suicídio??? O que restou?
Em uma parede está pendurado
Há expressão de seu canto,
Demonstrando saudade,
Daquela que um dia, chamou de liberdade.
E na Selva de Pedra
Há falsos brilhantes e luz escondida.
Há muitos solitários acompanhados.
Há celebração utópica de vida em sepulcros caiados.
Há corpos de estômago farto, de alma faminta.
Há juras de amor em janelas mecânicas,
e corações torturados pelo nada.
Há medo de partir e deixar tesouros perecíveis,
Mas o medo que impede é o mesmo
Que dá coragem para silenciar em morte sonhos de luta.
Há jovens velhos e velhos jovens.
Há sangue de resistência e cale-se da impunidade.
Há rios que não matam a sede;
Sua fonte é a amargura, lágrimas que levam a dor daqueles que tiveram sua alma e esperança despedaçadas.
Há nascer e renascer.
Há morrer e deixar de existir.
E na Selva de Pedra...