Ana J de Cesero
Manifesto Dedicado Unica-exclusivamente aos Comunistas Comedores Apenas de Criancinhas que Usam Johnson e Bepantol
Usai vermelho, de vermelho, vermelho sangue
Pois branco é muito colégio e azul realeza inútil.
Perdei o medo e a vergonha
Pois é em morte corpo louco e mente ausente
De qual chorassem falta não dada a gente.
Comei carne jovem com talco e amor
Pois de duro basta eu
E de sujo e frio, o mundo.
Destrancai vossas portas
Pois esse afastamento te leva ao seu eu-imundo.
Chorai sem motivo qualquer
Pois o sol se vai agora
E tremo eu de receio de mim mesmo.
E escrevei um longo texto
Sem sentido, sem cunho, sem contexto
Pois de logo o todo pensa que o risco é dele com tamanha conspiração comunista afim de comer o feto e o útero materno com molho shoyo e uma boa dose do mais fino álcool etílico.
Mãe, desculpa
Eu nunca quis
Ser uma má criança
Pra você, pro mundo
Perdão
Agora me diz
Como devolver a esperança
De volta ao útero
Lamento
Se não te faço feliz
Não me dou criatura mansa
De desespero, morto
"De velha, de amarga, de fria, de sem cor.
Centopéia rastejante. Eu, criança, desaprendi a andar."
Ela sabe que é para ela
cada cor de aquarela
de céu, de chão
de branco marfim
Ela sabe que não suporto
saudade de teu colo
orgulho
cadê nosso fim?
Ela sabe, pequena
valia a pena
lutar
por que fez assim?
Sei
Amena
Fazei
De Mim
Seus 14 amores incorrespondidos, viciados em sofrer por vontade, trabalhar muito; em ser sustentado.
Nauseante cheiro de cidade- cafeteria e desinfetante.
Jurou ele equivocado, matou-se: ninguém notaria. Amaldiçoado pela mãe: "Porra moleque! Não sabe o tempo que o cheiro de seu cadáver vai demorar a sair"
Estou amarga, emaciada e os sonhos, vazios.
Eu sorria, com mais um delírio.
Paralisou.
Sou presa do sorriso forçado pelo meu desespero.
Eu menti, eu sempre minto.
Deveria trabalhar com isso.
O futuro distante e vê a mim como todas as promessas.
De velha, de amarga, de fria, de sem cor.
Centopéia rastejante. Eu, criança, desaprendi a andar.