Ana da Mata
Dentre todos os ventos que a vida já me trouxe, você é a brisa mais leve. Nessa linha tênue entre destino e coincidência, cá estou, rezando que essa nossa sintonia não seja um acaso. Nossa amizade está na sincronia perfeita do tempo, para sempre e enquanto durar.
Em pensar que tínhamos tudo pra dar certo, exceto pela minha mania, minha estúpida mania de superabundância. De nunca me contentar com o suficiente, de querer me transbordar em tudo. E foi por isso que acabou. Porque depois de todo o meu excesso de tentativas falhas, você insistia em dizer que fazia muito por nós. Mas o seu muito, pra mim, nunca passou de muito pouco.
O destino pode ter escrito nossas vidas, mas sempre há entrelinhas com espaço o suficiente pra nós escrevermos e decidirmos nossas próprias escolhas. Sejam elas certas ou estúpidas, mas nossas.
Peguei toda a saudade que sentia por ele e engarrafei. Misturei atitude, amor próprio, sonhos, esperança e tomei tudo em uma golada só. Se for pra ter ressaca, que seja de coragem pra seguir em frente.
Aprendi que ilusão amorosa se torna mais comum que menstruar todo mês. E que copos de cerveja e boas risadas curam qualquer tristeza.
Não pense que eu não cuido do meu coração. Eu cuido, eu o protejo bem. Eu só deixo que entrem sem bater.
Bom mesmo seria se cada amigo meu nunca fosse embora, permanecesse. Colados em mim com Super Bonder e grampeados pelas beiradas, pra não correr risco de qualquer vento levar.
Ela sabe que mulheres fortes choram, sofrem, mas não se humilham. Ela sabe que amor tem que ser recíproco e não mendigado.