Ana Cecília Ferreira
A garotinha daqueles quintais
esperava as gotas de resgate
para não ser sucumbida, tragada.
Enfeitava as horas com brinquedos e
prosa boa com a senhorinha
que enfeitava seus cabelos
de fita e seus olhos
de colírio de amor.
Aquilo que só você sente, só a sua derme
pulsa na dor, só você sabe descrever.
Não camufle suas dores
com falsos adornos de quem
não sabe de você.
Quando aqueles olhos se encontravam
tudo era luz, fogo e aurora.
Tudo era de se render e escrever
na curva da esquina a celebração
do encontro.
Ali, tudo era de se render,
ali era tudo de se sentir e ver.
Nos braços dela.
Eu marco meus passos com histórias
múltiplas, caminhos diversos.
Dissabores e dores.
Gargalhadas e cócegas.
Não se atreva a achar que sabe quem
sou eu.
O que você vê é a pontinha da criação.
Respeite a minha história!
Minha canção de ninar
encontra tom nas curvas do teu olhar,
quando em direção a mim
fita meu descompasso por te ver.
Minha canção de ninar, amor.
Quem já desbravou caminhos,
arregaçou as mangas, colheu duras penas
do sol quente queimar, sabe de onde vem.