Ana Cachide Praça
O Sol faz poesia junto ao mar.
Talvez seja a causa, e não o tempo,
a principal característica do Universo.
Talvez não exista o tempo.
Talvez eu não exista neste instante aqui.
Talvez nunca me encontres,
pois talvez não exista o tempo de eu existir.
Talvez. Mas, o Sol faz poesia neste lugar,
num tempo que talvez não exista.
(D)ENTRO DO SILÊNCIO
Foi o silêncio quem abriu a porta
Era um silêncio
com muita melodia lá dentro
Apetecia entrar nele,
semear afetos,
pendurar sorrisos
em linhas horizontais
abraçar detalhes
despir ruídos, perder-me
nas notas musicais
Apetecia correr, alar sem fim,
viver dentro daquele silêncio,
sentir a sinfonia estelar
o som do Universo
na voz do vento,
guardar o tempo dentro de mim
A ciência é a mais bela arte da criatividade humana e a mais fascinante poesia da realidade (Natureza).
© Ana Cachide
Prefiro a melodia do mar.
Abraça o meu silêncio,
Faz dele um poema,
Sem ser preciso explicar.
© Ana Cachide
O desafio da vida é ser (no) infinito, desenhar sem borracha e "poetisar" todos os silêncios.
© Ana Cachide Praça
LÍRIOS DE TITÂNIO (Em homenagem a Seres Humanos extraordinariamente excepcionais)
Há almas feitas de titânio.
Sim. Titânio. Leu (ouviu) bem.
Titânio do mais puro que existe,
extraído do rútilo.
Há almas que não se aprisionam.
Nem com síndromes.
Há vozes que não se silenciam. Não.
São vibrações quânticas
do Universo,
que não existem
no mais cristalino verso.
Há estrelas que nunca serão
anãs brancas,
nem buracos negros,
ou estrelas de neutrões.
São inspirações fotónicas
nos berçários estelares,
bem no coração
das Nebulosas.
Há esperança costurada
nos voos das aves
e na proa do vento,
uma determinação
sem espaço, nem tempo.
Há almas
feitas de lírios e violetas,
alfazema e açucenas,
mas, também,
de orquídeas e girassóis.
Há coragem cerzida na "passion" (paixão).
Há superação. Elevação.
Há Céline Dion.
© Ana Cachide Praça (in "Lírios de Titânio")
28 de julho de 2024
Observação: Uma singela homenagem a SERES HUMANOS extraordinariamente excepcionais.