Amir Almaides Rodrigues Alves
Vivemos cada qual tentando aparelhar a vida... Mil interesses assomam, compromissos são firmados e cada um de nós viaja nos seus sonhos ... do grande emprego, da boa casa , do carro do ano, das roupas de grife e do iphone da moda. Porém, nessa louca corrida, não nos apercebemos que o tempo se esvai por entre os dedos, a ponto de quase esquecermos as nossas próprias raízes.
Ah! Se eu eu tivesse o dom de falar com o vento, lhe pediria que embalasse os teus sonhos, nos braços da felicidade.
Quanto à linguagem, é preciso alertar os sentidos, para os discursos construídos. Às vezes as pessoas, propositalmente, recodificam a mensagem, de acordo com seus interesses e finalidades. Gestam e libertam um discurso tão representativo, capaz de confundir as mentes mais incautas.
No exercício especular, da produção da linguagem, há que se cuidar para não cair no “canto das sereias” dos oráculos virtuais. O discurso autoral, deve estar livre de contaminações. É preciso pensar que o sujeito que lê, também escreve. Cada pessoa tem uma carga de conhecimentos que carrega para o texto. A comunicação é um milagre.
A realidade? Essa mulher de longas e trabalhadas tranças ... Tem que ser co-criada, a cada segundo, intensamente, solidamente.
Hoje eu ouvi teu silêncio
Não supliquei
Lamentei
Por tudo aquilo
Que poderíamos viver
E não vivemos.
Navego no teu corpo a cada olhar
Te sinto em mim a cada gesto pontual
Do arrumar dos cabelos
Do nervosismo da fala
Do teu jeito de andar.
Meu coração clama por teus beijos
Tocar teu corpo
Acariciar teu peito.
Eu quero ouvir o bater
Descompassado ...
Do teu coração junto ao meu.
O que é a normatividade do coletivo, senão o somatório das múltiplas ansiedades, saídas de um Leviatã neuroléptico, construído pelo individualismo de mentes, dominadas por modismos midiáticos e facilitadas pelo imediatismo consumerista?