Amanda Voguelle

Não sei mais um vocabulário adequado pra dizer o que sinto, porque o que eu sinto não tem mais forma. Fica amarrado aqui pois não quer se materializar e enquanto sentimento só sabe doer. Mas quando penso mesmo, não dói, só confunde. Confunde porque minha mente que se jura adulta e sábia é só mais uma criança que se esconde atrás da cortina e deixa os pés para fora.

Que esse vento levando embora meu coração leve junto essas lembranças, minha mente, meus pulmões, porque se for pra te levar, que me espalhe por aí... da na mesma.

A gente é feio....




separado. Juntos nós somos lindos.

Eu trocaria todos os dias da minha vida por uma chance.

as olha... eu juro por Deus que todas as vezes que abri a boca para lhe dizer algo ruim, me martirizei por um grande tempo. Que nos segundos escuros onde tentei encontrar defeito teu, e com toda certeza achei, me senti mal pois você sempre é quem me faz bem. Me calei muitas vezes que queria gritar, mas meus pensamentos continuavam lá e por isso horas depois eu explodia, lhe deixando afoito sem entender as asneiras que saíam da minha boca... Foi tudo sem querer. Se você quiser, volta aqui pro meu abraço, tu é perfeito e eu me apaixono por você todos os dias... todos mesmo.

Tem mulher que quer dinheiro, roupas, namorado com carro do ano. Eu queria atenção, e alguns achavam que eu exigia demais.

É muito melhor descobrir aos pouquinhos o quanto é feliz... Sabe, quando a gente vê essa felicidade toda de uma vez, parece que ela se vai tão rapido. Foi como um filme, assisti, ri, achei legal.. beleza, acabou. Mas não, a gente tá tornando esse conceito de felicidade tão diferente. Tão mais gostoso. E é por isso que cada dia que passa eu sei que o sempre é só o comecinho do que eu quero contigo. Que o sempre é o mínimo. Que se for pra acordar assim, rindo, de mal humor, triste, irritado, quebrando tudo, que seja com você, porque sei que naquela pequena parte do dia que eu lembro que eu e você, viramos nós, não há tempestade que apague em mim uma chama forte, que me faz sentir quentinha o dia todo, me faz ver que não ha problema grande o bastante. Esses nós que nós formamos, me protegeu de tudo e de todos.

Ela o amava muito, sentia o que qualquer coração com um pouco de sanidade se seguraria pra não sentir. Sempre achou estar na época errada, sempre achou não combinar com todo o resto... Até que o viu. Não diz que ele a completou, melhor que isso, diz que por ele se tornou alguém muito melhor, mais do que duas metades juntas, duas pessoas completas. Dormia e acordava na vontade de beija-lo, de ouvir o seu bom dia até nos dias mais sem humor. No frio ela grudava seu pé gelado entre as canelas sempre quentes dele, ele retrucava, mas nunca ousou deixar de esquenta-la. Eles brigaram muito, descobriram um com o outro como é o amor verdadeiro, nada racional, nem passivo. Descobriram que aquelas brigas, deixou o sentimento maior em menos de um segundo, a cada segundo. Aprenderam que nome de filho muda, conforme muda o humor. Hora Gertrudes, quando feliz, Manuela. Na hora da raiva os nomes mais incomuns a eles surgiam. Poucas vezes expuseram aquele sentimento... corrigindo: ele poucas vezes expôs. Ela pouco segura, jurava amor aos quatro ventos, até descobrir como era bom ter aquele sentimento oculto, aquele sentimento consumado de pseudônimos, de segredos e apelidos que só se eram ditos em meio a solidão, aquela doce solidão formada por duas pessoas. Era lindo... é lindo. E vai durar pra sempre. É o que ela sempre diz...

Deixa eu te contar... fiquei sem chão. E não é um: "hoje eu tô sem chão, meu filho". NÃO. Eu to sem saber se vou ou se volto, se espero ou se vou atrás de você e te peço insistentemente que volte, até que não tenha como dizer não. Eu to tanto faz. Tanto faz o que tem pra comer, tanto faz onde vou dormir, tanto faz se assobia ou silencia. Não importa o que passa na tv, se a luz está acesa ou apagada, tanto faz se o mundo acabar agora ou depois. Eu não tenho nada a perder, essa é a pior parte. Me sinto uma criança perdida, então vai logo, fica um ano, dois... mas não demora.

Gente bonita que fica feia, gente interessante que agora provoca enjoo, gente que te amou e hoje nem lembra o seu nome, gente que você chamou de amigo mas hoje não está nem na sua agenda telefônica, gente que vem... e fica até demais!

Amanha eu deixo você me ligar, dizer que não quer mais, que está decidido, que não sente mais nada, que se apaixonou por outra pessoa e não sabe porque ficou comigo por tanto tempo, o que quiser.... mas depois me diga que dia é, pode ser?

Tá tudo bem! Se precisar, me liga no meio da noite e diz o mal que te assola. Eu sei que você nunca vai assumir que precisa, mas se o coração apertar e algo te sufocar, não diga nada, escuta o silêncio da minha voz e da tua enquanto pensamos: eu naquela vontade reprimida de te pedir que volte, você provavelmente nervoso e irritado consigo mesmo por ter caído na tentação de ligar pra alguém que até ontem não queria mais... e talvez nem hoje. Mas não se preocupa não, se quiser gritar, grite, se precisar chorar, chore. Se ver que tudo não passou de engano, desliga e fingimos que isso nunca aconteceu, como aqueles tais anos que apagamos de nossas vidas só pra não ter que olhar pro lado e concordar com pessoas que dizem "não deu certo, né?". Porque lá no fundo nós sabemos que deu, deu certo por todos esses anos, dias e horas. Só te cuida e cuida desse coração, porque não temos escolha, tem um pedaço do seu comigo e um pedaço do meu com você.

- Amar é assim! - afirmei convicta.
- Assim?
- Assim, indefinido. Assim é assim, não precisa ter motivo ou característica para ser assim, somente é.
- Te amo "assim" - Respondeu com aquele rosto de gente sem jeito, no mérito de um assunto que nem sempre lhe pertencia.

Eu não sei mais decifrar se essa intensidade de sentimentos é amor, se é confusão, se é alegria. Eu sei que as vezes espero tanto de você, e não consigo dar o mesmo de mim. Meu coração treme quando penso em você, metade é ciume, outra metade é um pedido estrondoso de calma, de serenidade, de racionalização. E aí, quando tudo se acalma, feito maré mansa, eu me carrego até você, tão leve quanto uma folha levada pelo vento. Quando alcanço esse profundo momento de sabedoria, entendo o que passa dentro de mim, aquilo que a turbulência da minha insanidade escondia. É aí que eu desejo ficar imóvel, grudada em você, esperando que dure mais tempo que da última vez, e agradecendo por você não estar tão brabo comigo pela minha última crise de loucura. Acho que por isso esqueço de guardar tudo dentro de mim, para tentar me parar da próxima vez que a tempestade me encontrar. Eu queria manter-me do seu lado, não por não confiar em você, mas porque ao seu lado me sinto protegida desse fantasma sorrateiro que me persegue a toda esquina, porque ao seu lado ele vai embora... Mas, pensando bem... quando a gente tira o sentido lírico dessa dramaturgia adolescente, sobra só aquilo que você chama de "neurose". E aí novamente meu coração treme com aquele sentimento estranho, e eu sequer lembro de pedir a Deus mais um minuto de silêncio.

Hora eu queria uma vida normal, outrora notei que com minha anormalidade, o possível era tudo aquilo que para os outros era impossível. E então gostei, fiquei.

As pessoas deviam parar de amar as outras pessoas só quando é dia delas, porque amor não precisa de data pra ser lembrado, nem de coragem pra ser exposto, amor só precisa ser...

Você está perdendo tempo, você etá perdendo vida, você está perdendo seu coração, você está perdendo sua alma, você está perdendo seu caráter, você tem perdido tempo! Você ta deixando passar, tá olhando mas não consegue ver, tá sentindo mais não se comove, tá deixando o tempo passar. Sua chance passou em seus olhos, aquele grito que ouviu no coração, palavra de consolo que sentiu que deveria dar para aquele no meio da rua que você só não conversou porque não conhecia, você perdeu tempo, talvez até uma vida, você está perdendo tempo. Você não lembrou que somos um só, que viemos e vamos para o mesmo lugar e que talvez a passagem de alguns aqui não está valendo a pena, e você tem estado aí perdendo tempo. Você não está raciocinando, está aí perdendo tempo! O tempo está esgotando, o que você fez de bom hoje? O dia tem passado voando, já estamos no final do dia, o que você fez pra mudar o mundo? Você passou por um animal que precisava de afeto, você não o viu, você perdeu tempo. Entrou numa loja e adorou o casaco de pele, mas não lembrou a ninhada que passou frio porque a mamãe estava morta pra atingir seu ego, seu luxo, está aí perdendo tempo. O mundo só tem um sinônimo: VIDA. E você tem matado ela, todos os dias, apenas respirando.... pare de perder tempo!

"Quando você perde a esperança em si próprio, não é como perder a fé em outrem e deixa-lo ir, se trata de perder a fé em algo que você sequer pode abandonar para poder seguir em frente."

Deus, se a gente pode pedir, eu te peço força e sabedoria, força pra me defender, e sabedoria pra usar minha força. Não quero machucar, porém não quero ser machucada, se o senhor pode, dá-me o equilíbrio. Amém.

Reparei, reparei muito. Vi o quanto super-valorizei casais convencionais, com o amor estampado em redes sociais, com as bocas transbordando ao dizer que não sentiam ciumes, falando sobre confiança, com a ilusão de um relacionamento completamente seguro. Já entendi a dinâmica desses casais, já percebi como não existe regra, amor estampado pode ser justamente apenas a estampa. Desvalorizei o conteúdo, o peso interno, e sofri, sofri. Acreditei nas aparências e só quis que os outros também acreditassem, mesmo quando entendi que as aparências eram o que menos valiam, reclamei pra você aquele eu te amo que faltava em minha timeline, para que os outros soubessem que você me amava, mesmo que fosse mentira. Pedi por ilusão. Sofri justamente porque queria alimentar aquilo que menos importava, e por consequência me esvaziei. Alimentei demais onde não precisava e morri de fome. Me esqueci pra pensar em você, mas sem mim não existe nós. Enquanto escrevia aqui, lembrei que era bom digitar rápido, porque toda essa teoria necessária invadia a minha cabeça num minuto e no outro ia embora, com todo o meu desejo de mudar e ser melhor, e portanto eu voltava ao ponto de partida, me esforçando e morrendo na praia.

"Preocupados demais com a roupa, com o cabelo, com o corpo, com a imagem, com a vida - dos outros. Esqueceram de amar, esqueceram do amor. Esqueceram do bom dia e que chega o fim do dia. E que quando o dia termina um dia a menos se tem. Esqueceram que o hoje pode nem terminar, porque essa nossa vida curta acaba antes mesmo de dizer "até logo". Esqueceram do beijo e do toque, tocar mesmo só no toutch. Esqueceram de mostrar, deu vergonha demonstrar, e antes de dizer que amava a vida acabou, e amor sentido ficou escondido, no velório só os comentários: não teve alguém pra amar!"

Acordei tarde, doía por ter dormido demais... Num pensamento abrupto percebi que meu pesadelo era retrato da realidade, uma lágrima escorreu e percebi que não podia correr nem fugir pra ninguém, eu precisava de você. Eu queria um colo incentivador, que me dissesse que valia a pena lutar, simplesmente porque era amor... independente de ser eterno ou não, valia a pena.

É tão estranho ter algo pra contar ou desabafar e saber que não posso te contar porque é sobre você. É como quando a gente se acostuma a contar de minuto em minuto o que está fazendo, como um checkin na rede social, mas não o faz por estar sem bateria. A gente ri ou chora sozinho,tenta guardar pra falar depois, mas esquece. No nosso caso, a gente guarda e o tempo apaga, porque você não está sem bateria, você simplesmente se foi...

Em vários momentos a vida faz a gente se sentir deslocado. Sair de casa foi uma das fases mais vulneráveis da minha vida e apesar de estar debaixo de um teto, na minha vida parecia não haver telhado. Eu queria gritar para meus pais, mas percebi que a gente não pode contar com o telhado dos outros. Tive que procurar consolo dentro de mim. Aos poucos vi minhas paredes crescerem. Comprovei que contar com as paredes dos outros era inseguro demais, eu ainda não tinha meu próprio telhado, mas era um grande passo construir minhas próprias paredes. Parece mais fácil repousar um telhado sobre paredes, telhados não flutuam. A vida começava a parecer menos líquida. Ainda assim, paredes não sentem. Era difícil acordar uma parede no meio da noite quando eu tinha um pesadelo. Nessa hora percebi que um mero telhado não iria adiantar. É bom ter paredes, telhados, mas precisamos de janelas. Só as janelas nos permitem descobrir o que há além. Paredes e telhados protegem, mas eles não sente. Eis que construí minha janela. Achei que pela janela novamente veria meus pais, mas então percebi que minha janela não queria contato com paredes ou telhados, e era isso que meus pais eram. Eu repito, paredes e telhados não sentem. Minha janela então viu uma flor. Sim, ela queria contato com a flor... Flor pode parecer tão sólida quanto uma parede ou um telhado, mas qual o sentido da flor se não para ser apreciada? A flor é um sentimento. Eu não lembrava mais da parede, do telhado ou da janela. A flor era então o sentido da minha vida. Até que eu descobri que na realidade, eu era a flor. Eu construí minhas paredes e meu telhado e até uma janela, mas fiquei do lado de fora. Porque eu decidi, casa é um sentimento e não um lugar.

⁠o caminho até aqui pode ter sido árduo. mas quando a gente chega, no momento em que o só nos resta por os pés no destino, não fica a dor. fica simplesmente a conquista. quando a gente põe os pés no que até um minuto atrás era o desconhecido, por mais que os olhos demorem um pouco a se acostumar com aquilo que vê, quando finalmente acontece, vamos nos autoconhecendo. e autoconhecimento é muito melhor do que descobrir qualquer outra coisa nessa vida. cada dor que vivemos passa a valer a pena. é óbvio que enquanto dói parece que nunca vai ter fim e que estamos fadados ao fracasso, mas quando passa sobra, simplesmente, a certeza de aquela dor, aquele incômodo, aquela lágrima, foi exatamente o que nos fez ser quem somos hoje. eu não sou feita das minhas vitórias, talvez elas sejam o que menos me defina. eu sou feita de cada ato de resiliência e antifragilidade que vivi. quantas vezes olhei pro céu e perguntei o que Deus estava esperando de mim... quantas vezes esbravejei não merecer aquilo que eu estava vivendo. mas, ao meu ver, Deus é Aquele que nos estima na medida exata, Ele sabe o tamanho do fardo que aguentamos carregar. e assim como um músculo que dói por dois, três dias, depois de um estímulo pesado, nós também, doemos, doemos, doemos, e de repente estamos mais forte do que antes. de repente, o que doía ontem, não dói mais tanto assim. até a dor é passível de ser aprendida. tem um livro que diz que a principal arma do "Diabo" em nossas vidas é o medo. com o tempo eu fui perdendo o medo da dor, eu quis superá-la e mostrar que quem manda sou eu. mas ao mesmo tempo tinha medo de vencer a dor e me tornar insensível, e por várias vezes desisti dessa briga. quem me conhece sabe, eu chorava por tudo e por nada. não que chorar seja algo ruim, não é isso, mas eu não chorava simplesmente pela emoção, eu chorava porque chorar era o que eu sabia fazer quando eu não sabia realmente o que fazer. e hoje, o autoconhecimento tem me feito desbravar oceanos que eu jamais alcançaria enquanto o medo fosse o ingrediente principal da minha vida. e eu ainda quero mais, não estou pronta pra nada... mas o principal fator do autoconhecimento é reconhecer as pequenas conquistas do dia a dia. e eu absorvo cada conquista e agradeço: obrigada Deus por cada lágrima, riso, amigo, pessoa, que passou pela minha vida e me fez ser quem eu sou hoje - alguém que eu aprendi a amar, e amo, e admiro. e me amar tem sido uma das coisas mais legais que eu já fiz por mim.