Amanda Bonatti
Indagações do desamor
Será que fez tão bem?
Será que sabes o que me causou?
E quanto tempo esse amor me detém
Ou será que ele nunca me fez refém?
Da minha infância ainda levo todos os sonhos, gostos e cheiros, sorrisos e pés descalços...
Para que eu nunca deixe morrer a magia da “pura felicidade”.
Amo-te
Isso eu posso lhe dizer
Porque é certo e verdade
Que toda a eternidade
Seria pouco pra esquecer
A poesia nasce com intenção de enriquecer a alma, para os que acreditam nela
E o coração
Para aqueles que o cuidam
Neste instante, a pena treme nas minhas mãos. As letras são borrões quase indecifráveis, entretanto preciso continuar registrando-as. Estou tão desesperada, descrente e aos prantos que temo não ser capaz de concluir estas linhas, ou manchar com as minhas lágrimas este papel encardido, que será anexado a uma espécie de livreto costurado por mim mesma, no qual eu costumava escrever alguns poemas, mas que depois se tornou o depósito das minhas lamentações. As folhas estão repletas delas, mas também de momentos tão aprazíveis que jamais ousei imaginar que um dia viveria… E eu vivi! Sei que até o último minuto da minha existência serão a essas lembranças que me agarrarei. Somente elas me darão algum consolo, mesmo que tenha sido por ousar tentar ser livre e feliz que hoje me encontro aqui, enclausurada e sem perspectivas.
Sinto latente a angústia de registrar minha vida, como se isso fosse me salvar, como se pudesse! Suspiro, sentindo uma crença quase vã no impossível, fortalecida pelo amor que ainda pulsa forte no meu peito. Sempre pulsará!
"...existem algumas coisas que qualquer homem de bem não pode e não deve deixar passar, fingindo indiferença. As lágrimas de uma moça é uma delas".
Cinco minutos ao seu lado será mais vida do que a que teremos de agora em diante, se ficarmos separados.
Não posso desistir de viver esse amor. Isso será ter passado pela vida sem viver. Não posso sufocar, e sem você eu sufocarei.
Um dia você será minha. E essa sempre será minha visão preferida, você assim, tão perto dos meus lábios, sorrindo, corada e feliz…
Vivam de peito aberto, com coragem e, se sentirem medo, resistam e o dominem para que não sejam dominados.
— Quando a vi pela primeira vez, descendo da caleça em frente à mansão em Londres, pensei estar vendo uma miragem, porque até então desconhecia uma beleza como a sua. Depois, pensei que fosse impossível que se tornasse mais bela do que quando, de forma apaixonada, falava dos livros de Shakespeare. Mas logo vi que estava enganado, pois a senhorita logo me provou que podia ser ainda mais encantadora, quando ficou irritada comigo e, de pé na canoa, veio parar em meus braços… E eu a julguei a mais linda de todas quando a vi descer as escadarias para irmos ao baile, ou quando a beijei pela primeira vez, nos jardins, e a vi ruborizar de um jeito tão gracioso. Então eu disse a mim mesmo: “Não! É impossível que ela possa ser mais bela do que assim, ruborizada e ofegante por um beijo meu”. Mas você, Lolla, nunca para de me surpreender.
É que algumas ervas daninhas fazem parte de nós, não conseguimos mesmo arrancá-las e acabamos por nos acostumar a elas, mesmo que sejam maléficas.
se a mim fosse dado apenas mais uma única tela, a última que eu tivesse em minhas mãos, seria você que eu pintaria. Seria este momento que eu eternizaria, você sentada neste gramado, com esse céu ao fundo
Prendi a respiração por alguns segundos antes de saber o que falar. Fingir que não havia sido abalado por sua beleza era o mesmo que ignorar a vida. Diante de mim, eu tinha a própria representação de tudo o que é belo e logo percebi que essa não era sua única graça.
O amor que sinto foi plantado tão fundo que ninguém poderá arrancá-lo, e, se eu viver, estarei condenada a cada dia imaginar quão doce poderia ter sido viver plenamente este sentimento que tive o privilégio de sentir e receber. Ah, seria necessário muito mais do que uma vida para que se esgotasse tanta benquerença. Mas hoje, em que tudo me foi tirado, sinto-me fraca como se a vida se esvaísse de mim junto com cada lágrima que derrubo. Penso que apenas ainda não me fui porque Deus deve achar que necessito sofrer um pouco mais, ou talvez seja aquela migalha de esperança que ainda insiste em me alimentar…
Esperança? Não, a esperança também se foi…