um pescador remando o mar rimando alguém admirando
nenhum pio depois do trovão apenas uma fragrância
silêncio o passeio das nuvens e mais nenhum pio
a noite sorri lua crescente nos olhos do guri
luz amarela no quarto dela ali se espera que um sonho entre pela janela
manhã de sol sombra do pardal no poste primeira visita do dia
outono outrora era outro
luar na relva vento insone tira o sono das flores
lua mínima a tarde minguante abre um sorriso
uma folha salta o velho lago pisca o olho
amor de verão pipa rompeu a linha fugiu com o vento
cada galho pro seu lado mas na cor das flores nenhum discorda
na rua deserta brincadeira de roda vento se sujando de terra
terreno baldio o poente e uma placa: vende-se
ontem à noite sonhei de corpo inteiro - acordei com teu cheiro
chuva fina tarde esfria todo o lago se arrepia
sol e margaridas conversa clara na janela da sala
flores ao vento na cortina da janela cores da primavera
relampejou sobre as árvores a tarde trincou
velho caminho sol estende seu tapete de luz passos de passarinho
folia na sala no vaso com flores três borboletas
de manhã: mia, mia, mia só depois de comer, mia um bom dia
nuvem grávida ao entardecer primeira chuva de verão
amanhece sol atrás do prédio vestindo-se de luz
sol atrás da cortina dizendo baixinho: - já é dia
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