Allax Garcia
Cuidado. Pé atrás sempre. Porque a gente entrega outra chance, volta. Dá o primeiro passo. E isso já é o suficiente para a pessoa te puxar pelo pé e levar para o fundo do poço. E te deixar lá, sozinho.
“A gente não tem nada. Pode até parecer que tem, mas não tem. Brigamos, discutimos e nos tratamos como se houvesse algo, mas não há. Passamos horas no telefone, a madrugada juntos, a maior parte do tempo grudados, mas não gruda pra valer. Ela diz “vem ficar aqui comigo”, e eu vou. Eu digo “fica mais um pouco”, e ela fica. Quando um se afasta do outro, ambos dizem “por favor, volta”, e nós voltamos. O mundo diz para admitirmos que existe algo entre nós, mas não admitimos. Nem para nós mesmos. Porque a gente não tem nada, e não tendo nada, não há o que admitir. E por mais absurdo que possa parecer: A gente não é um do outro, mas nos pertencemos mesmo assim.”
Sou uma dessas pessoas sem graça. Que se irrita fácil com barulhos, se sente tímido em multidão, se deixa levar pelo coração.
(tosse tosse)
— Saúde.
— Só se fala saúde quando espirra.
— Também só se deveria falar “Eu te amo” quando ama. Mas ninguém segue a regra a risco, não é mesmo?
E eu olhei ao meu lado, e percebi que eu, eu não tinha ninguém. Ninguém para encostar a cabeça no ombro e chorar, ninguém para abraçar e me acalmar, ninguém para dizer que vai ficar tudo bem. Eu não tinha você. E me senti sozinho de novo. E por mais que o mundo diga que não estou só, o meu coração se sente dessa forma. Eu pensei que você seria diferente. Não porque eu queria que estivesse do meu lado quando eu mais precisava, não porque eu fiz isso por você, não porque tivesse me devendo alguma coisa. Mas porque é isso que a gente faz quando ama alguém. A gente fica.
Ela gritou para os quatro cantos da casa ouvirem: “Você dificilmente diz alguma palavra de carinho, você quase não demonstra que gosta de mim, você raramente diz que me ama”. E eu, desolado, pensei: Amor a gente dá em doses pequenas pra não enjoar.
“Tantas vezes segurei uma lágrima, porque eu sabia que se ela caísse, todas as outras viriam logo em seguida.”
“Você não sabia cozinhar. Nem fazer um espaguete, talharim ou miojo. E eu pensei: “Quem, por Deus, não sabe fazer um miojo? Três minutos e pronto. Tão simples, fácil, nada complicado.”. Mas aí, encarei seus olhos brilhantes e aquele sorriso impactante, e percebi que nada disso importava. Porque com você, eu seria feliz, mesmo vivendo de pizza.”
Um dia junto todos esses relacionamentos que não deram certo, edito as histórias e transformo em livros... Se não me rendeu amor, que pelo menos rende dinheiro!