Allan Roberto Regis
Deixe vir, mas também deixe ir...
Deixe que as pessoas venham até você e lhe mostrem aquilo em que acreditam. Que elas ajam de acordo com seu próprio intimo, segundo a própria índole.
Deixe-as transbordar...
Deixe que cada uma lhe ensine, e seja grato por isto!
Algumas lhe farão sentir enlevo.
Ensinarão sobre virtudes, não com palavras, mas com ações.
Irão lhe fazer reconhecer o significado de respeito, dedicação, amizade, companheirismo, altruísmo.... amor... e tudo isto através de seu singelo modo de viver. São seres humanos apenas, mas com a essencial diferença de estarem vivos!
Deixe que cada um destes seres humanos lhe ensine, e seja grato por isto!
Alguns lhe farão sentir nojo e profunda repulsa.
Ensinarão sobre fraquezas, não com palavras, mas com ações.
Irão lhe fazer reconhecer o significado do desrespeito, da negligência, do egoísmo, da mentira, da falsidade.... da malícia nas ações, das palavras vazias e tudo isto através de seu singular modo de existir.
São seres humanos apenas, mas com a essencial diferença de não lembrarem disto!
Cada um, a seu modo, ajuda a modelar os tijolos de nossa compreensão. Não são bons nem ruins, são úteis e necessários ao desenvolvimento. Parcelas do caminho evolutivo.
Enquanto uns ensinam o que é nobre, outros ensinam o que não é, pois é necessário distinguir as diferenças. E cada um dá de acordo com aquilo que tem!
Deixe que cada um destes seres humanos lhe ensine, e seja grato por isto!
Que transbordem!
Deixe vir o que engrandece e desenvolve,
e deixe ir o que constrange e retarda.
A margem da sabedoria...
Atravessa o mundo um rio tormentoso...
Suas ondas são agitadas... sua correnteza... poderosa...
Da margem em que estamos, ansiamos atravessá-lo... mas temos medo e, o medo paralisa...
Respiramos de modo profundo e pacífico... e nos lançamos na água... Queremos chegar a outra margem...
Entulhos na correnteza nos machucam mas, seguimos atentamente nosso objetivo...
A luta é dura, porém, vencida... chegamos a outra margem...
Partimos de um ponto em que podíamos observar as dificuldades da vida, placidamente, e nos lançamos contra elas... Na batalha contra o rio da ignorância alcançamos a outra margem...
A margem da sabedoria...
Ainda que por algum tempo a gente tente e queira, do melhor modo possível, ajudar em um ou outro momento e situação, aos poucos cada um de nós aprende a reconhecer o valor das próprias forças e, de certa forma, se torna "econômico".
A vontade e possibilidade de ajudar pode até ser mantida, mas é equilibrada com o genuíno interesse do outro na busca pelo melhor para si mesmo.
Vamos considerar o outro por aquilo que ele objetivamente é e tem a oferecer! Ser feliz é possível, basta apenas querer verdadeiramente!
A armadilha através da qual a autopiedade constantemente tenta nos enganar, de fato, nem tem tanta força assim... Só parece ser tão forte por nossa força de vontade, em geral, ser vacilante...
Essa mensagem é realmente interessante. Embora não se possa negar um pouco da verdade que ela trás, me parece útil ampliar um pouquinho a reflexão.
É totalmente natural que a medida em que eu trilho um novo caminho, aos poucos, obtenha mais e melhores impressões, informações, reconhecimentos, enfim, me torne consciente do que eu devo ou não fazer, sabendo, agora, coisas que no início da caminhada eu desconhecia.
Sendo assim, por qual razão eu deveria me prender aqueles desejos iniciais que motivaram uma ação qualquer? Desejos fundados, na maior parte, em uma visão muito diferente das coisas.
É importante distinguir entre um momento e outro, pois aí cada um de nós ganha uma espécie de chave para decodificar os significados de "teimosia" e "persistência".
Não vejo problema nenhum eu desistir de algo (muitas relações que chegam ao fim mostram o valor do "desistir"), acho que o problema real é cada um não se dedicar à saber exatamente o que quer. É desse desconhecimento que surgem desejos, fantasias; é nesse desconhecimento que se firma o medo da autoafirmação.
Não devemos ter o medo de tentar, mas também não devemos ter o medo de desistir. Só não devemos nos esconder atrás de desculpas que, por um lado, nos fazem desistir de qualquer coisa ao menor sinal de dificuldade e, por outro, nos fazem permanecer em um caminho notadamente fútil.
1 - Vá além da mera crítica! Valorize o outro com observações sensatas e verdadeiras. Eis o caminho que conduz à possibilidade de mudança, através do reconhecimento.
2 - Por mais forte que seja a impressão de solidão, ela nunca é, de fato, verdadeira. Estamos envolvidos por uma infinidade de seres. O "estar só" não é o mesmo que "não conseguir se conectar" com algo ou alguém. A distancia se impõe por conta de estágios diferentes de maturidade que só podem ser vivenciados por caminhos igualmente diferentes. O que chamamos de "solidão", é apenas aquele momento singular em que temos de encontrar o significado de nossa própria existência em meio a essa multidão da qual fazemos parte.
3 - Cada um de nós tem a obrigação de vivenciar os efeitos das próprias resoluções. Os significados que atribuímos a tais vivências não importam neste contexto, pois os significados não impedem o funcionamento da engrenagem que constantemente nos coloca diante dos efeitos. Funciona por si. Os significados apenas auxiliam na compreensão dos desenvolvimentos. Se de uma semente qualquer só pode surgir aquilo que a semente já carrega em si, nada diferente do que nossas resoluções trazem si pode surgir em nossa vida.
4 - As impressões que outras pessoas tem a nosso respeito, refletem a compreensão que elas têm sobre aquilo que elas nos veem viver. Podem estar erradas. Podem estar certas. A nós cabe vivermos no compromisso da contínua busca pelo melhor, de tal modo que o próprio "buscar" desapareça na naturalidade das ações.
5 - A força dos conselhos está no modo diferente que qualquer outra pessoa tem de compreender aquilo que vivemos. A compreensão é fruto de filtros particulares... Devemos ter em "mente" que por mais tensa que seja alguma situação, ela sempre carrega em si possibilidades de solução. Cada escolha exige responsabilidade, cada escolha promove efeitos. Influências existem, ainda assim, permanece irrevogável a obrigação de tomada lúcida de decisão. Ninguém presta contas por nossas decisões!
6 – A quanto tempo você propõe a si mesmo melhorar a sua vida? Evoluir nas suas ações? Desenvolver as suas forças? Comece! Um dos salmos já nos alerta: “Há incerteza maior do que o dia de amanhã?”. Não se iluda com facilidades. A certo tempo você caminha pela estrada em que está, será necessário caminhar certo tempo para poder alcançar algo diferente, mas tudo fica mais distante por conta da demora em iniciar. Caindo ou não, siga em frente!