Aline Sá
Perdoe-me a indelicadeza,
mas para falar com franqueza,
desonestidade emocional,
é safadeza!
Perdoe-me a sutileza,
de percebendo quem tu eras,
fazer-me de boba,
por minha leveza.
Perdoe-me a profundeza,
de deixar me conhecer,
para tentar te mostrar,
da sinceridade, a beleza.
Perdoe-me a franqueza,
de falar que sempre soube,
o final que essa história teria,
e não me procure mais, por gentileza.
Por ti, poesia
Poesia, pensei
Para que serve?
Como te usam mal!
... Eu que cresci
sorvendo do seu néctar doce,
aprendi a te amar.
Ouvi de ti que vinhas do profundo da alma
impressões de emoção total...
Vejo a ti, usada como arma de sedução,
expressando não a verdade do coração,
mas a propositada fábrica de ilusões
servindo aos egos e não as emoções.
Transvestem de sensibilidade e cultura,
seres de alma impura,
que buscam plantar no alheio ser
sementes de sentimento,
apenas para tê-lo.
Sem nem ao menos querê-lo.
Vejo o sensualismo expresso
e a poesia é o veículo,
onde se expõe corpos sem pudores,
propangada, onde quem escreve
deita numa bandeja com uma maçã na boca,
prometendo banquete onde
só tem ralo.
Nem afeto, nem desejo,
nem amor, nem valor.
Isso é fato e não me calo.
Como é diferente a poesia que nasce da alma!
Do amor, da dor,
Da alegria, da tristeza,
Sempre retratando a beleza das emoções humanas!
Hoje ao ler poemas que nascem do dom de iludir,
Reflexos de almas corruptoras, e corruptas.
Para defender- te, amada poesia.
Doce ironia, fiz-me poeta.