Aline Romariz
Oceano de lágrimas tantas
Inseguro laço
Dos beijos que não roubamos
Dos gritos que gritamos
no silêncio
Infinito da distância.
MOrrendo
E no sono, emaranhado de sonhos,
revi teu rosto,toquei tua pele,
senti teu gosto...
Já não eras o mesmo de antes
havia algo de estranho...
Não sei se as rugas, palavras do tempo,
não sei se o gosto adulterado dos beijos outros...
Ou era algo de mim que apagava por dentro
ou era só um sonho... Morrendo.
Que me importa teu passo trôpego
eu te levaria comigo
Que me importa teu sorriso pouco
eu te arrancaria mil sorrisos
Eu entendo teus medos,
sou medrosa contigo...
Só não entendo tua ausência,
ela não faz sentido
Digitais que marcam meu corpo
feito tinta que o amor não apaga
tatuagem de esperança
laço que não se corta
nó que não desata.
As minhas mãos em suas mãos
entrelaçadas.
Amo-te
desde o olhar primeiro
Amo-te
desde bem antes...
Quando te vejo festeiro
a falar dos amores que tem
Amo-te
quando não estás com ninguém...
Amo-te!
Apenas amo-te
Também.
Se eu falo com as estrelas?
Ora,elas me escutam pacientemente
sabem todos os meus segredos
meus sonhos,meus medos...
Já me viram chorar por tantas vezes
foram cúmplices dos meus beijos de amor;
Como não posso falar com as estrelas?
Elas são fiéis companheiras
toda vez que me imagino só.
Eu poesia,ele prosa
eu ar,ele terra
eu flor,ele espinho...
Ele revolução,eu carinho
E nessa viagem
o amor se perde pelo caminho
na imensidão do vasto mar...
E a vida perde a graça
e antes que o sonho,por completo se desfaça
e que o amor não mais quiser amar
eu vou buscando razões,inventado motivos
pra que as lágrimas parem de chorar.
EXTRAVIO
Nos perdemos de nós...
Extraviamos nossos planos
Penduramos nossos sonhos
em varais de melancólica solidão
no frio doído da distância
Ficamos sós...
Sem o" bom dia" cotidiano
Sem a alegria da cumplicidade
Sem amor...
Sem vontade...
De mim?
As letras que saem da alma
O sorriso dos que têm esperança
Cheiro de terra molhada
Água do mar
E o amor que não acaba...
ACASO.
Cá dentro bate um músculo
involuntariamente apaixonado
marcado por cicatrizes tantas
cravejado de amor...
Comigo anda a esperança,
traquina feito criança,
louca para espantar a dor.
Cá dentro vive uma fêmea
a procura de abraços
atriz de um só ato
Gritando nos papéis da vida
o silêncio de letras escritas, ao acaso.
Na tênue linha do amor que se tem
guardado...
De tudo que se tem doado
No egoísmo dos que passaram
Ficamos nós... Assim,divididos
Tentando compor a canção do amor mais lindo...
Na cumplicidade do silêncio que fala
Do grito que cala
Na intenção de mãos que se entendem
e se enlaçam
Frágeis que somos
Surpresos que estamos
com a possibilidade da entrega
Regando a flor de um amor não planejado
Cá estamos nós -aturdidos-
Buscando motivos...
Querendo entender
Como é, novamente, ser AMADO.
Era uma vez uma princesinha
de cabelos cacheados
e sorriso nos lábios...
Seus súditos
éramos todos nós
aqui do reino encantado
de beijos lambuzados
brinquedos espalhados
canetas coloridas pra todo lado...
Era uma vez e sempre será
uma princesinha de olhar marrento
(igual ao da vovó)
que se abre em gargalhadas
com o "tio Lu" e suas dançadas
e com o abraço do Bubu...
Era uma vez e sempre será
a princesa Nina...
A menina mais linda
do castelo encantado
do reino mais que amado
do coração da vovó.
" Quando voltar
Venha bem devagarinho
Não acorde o meu amor
Que cansou de esperar
E dormiu exausto;
Dê-lhe um tempinho...
O tempo de chorar de alegria
De esquecer a agonia
E cair em seus braços.
MARCAS
Lençóis de cetim desarrumados
bouquet de rosas ao lado
champagne,morango,chantilly!
Roupas espalhadas pelo chão
corpos entregue a paixão,
exaustos...
A música tocando baixinho,
coração batucando
enredos de amor...
A luz das velas clareando seu rosto
e um semblante sereno
sorrindo p'ra mim...
Lá fora ficaram os medos,os sonhos desfeitos...
Lá dentro deixamos as marcas
de um amor ávido de sonhos
verdadeiros...
E nos entregamos inteiros
loucos de desejos,doidos para amar !