Aline Marques da Rocha

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Amizade

"Sabe...
Às vezes me pego pensando e procurando respostas pra tudo.
Insisto a perguntar: "por que as pessoas se mudam?"
Só pra deixarem saudades, deixarem esperanças no coração das
pessoas, a esperança de te ter por perto (novamente).
Sabe...
Você deixou saudades, deixou lágrimas cairem em sequência, com ritmo e velocidade...
Inundou meus caminhos, me afogou na saudade."

Escolhi ser...

"Sabe, recordando tudo o que passei...
Sinto: Ah, que louca vontade de ser tudo e mais um pouco do que eu escolhi ser.
Pois a melhor coisa desse mundo é sermos o que realmente somos.
E não há pessoa melhor pra dizer: quem e como somos, do que nós mesmos.
Foi difícil escolher ser o que sou.
Deram-me várias escolhas.
E quando falo que me deram, me refiro a Ele.
Ele me deu várias escolhas.
Deu o direito de escolher os caminhos, as direções e até mesmo a velocidade.
Foi tão difícil ser quem hoje sou que não abro mão de mim.
Fiz a escolha de ser indecisa, ou seja, não fiz escolha alguma. Ah, ignorem a contradição.
Assim eu poderia ser um pouco de cada opção.
Poderia fazer parte de um todo, unindo infinitos pedaços.
O que sou então? Sou um quê de mistério misturado ao um quê humano.
Tenho tantas máscaras guardadas, que me surpreendo ao usar inconscientemente alguma que desconheço.
Troco de máscara à velocidade que a vida pede mais de mim.
Posso ser delicada feito os lírios ou perigosa que nem espinhos de roseira.
Pois sei ser muito romântica, carinhosa, protetora, mas sei ferir também.
Sabe, eu escolhi ser tudo o que reflete de mim a mim no espelho.
Prefiro ser completa sendo eu, a ser incompleta tentando ser alguém.
Decidi ser "boa" e "ruim"... Escolhi ser de carne e osso (humana).
Enfim, prefiri ser essa metamorfose ambulante.
Acima de tudo, ser uma original impecável. "

Inserida por alinerocha

Você observa minha maneira de sorrir pra tudo e pra todos como se eu fosse uma desesperada. Fica ali, parado, tentando achar explicações para os meus risos como se eu não tivesse motivo para sorrir. Sempre me observando... Tentando separar as coisas boas e ruins de mim. E quando decidi se aproximar - chegar perto a ponto de tocar - sussurra em meu ouvido pedindo para eu mudar: arranjando desculpas para que eu anule meus erros. Pedi com tamanha facilidade que eu os arranque de mim, mesmo deixando bem claro que ficarei incompleta. Arranja mil maneiras de conserto como se eu fosse um brinquedo, quebrado, a ponto de ir para o lixo. E sei que você não conserta a boneca velha e usada para brincar: você a doa para qualquer um como se ela não tivesse sentimento. Oras, são apenas retalhos.

Ouça mais uma vez, boy. Não sou perfeita e te avisei desde o início, antes mesmo de você me iludir com esse falso amor. A minha perfeição está no quanto imperfeita sou: as coisas que você gosta mais as que te repelem de mim. E precisaria ser um tanto estranha para que eu consiga separar as coisas boas das ruins, entende? Não, você não me entende. Não vê? Se eu for certinha você enjoará de mim e procurará outra garota idêntica a que fui. Faz parte do seu ciclo. Isso vai. Isso volta. Isso nunca pára. Isso se repete meu bem. O ciclo tem formato de circunferência, vê se aprende. Não tem começo... Nem fim.

Então me deixe em paz por um minuto. Deixa em paz meu coração. Deixa em paz a mim! PazCoração: deve haver algum sentido, talvez. Deixa-me andar por essas ruas desertas e gritar tão alto e agudo que possa entontecer as pessoas, mesmo que elas ou você grite: louca! Dai-me a liberdade de ser eu já que aceito você sendo você. Escuta boy: “eu te deixo ser, deixa-me ser então.”

Já que gostas tanto de observar, te darei tempo suficiente para isso. Observe e enlouqueça. Enlouqueça e observe. Esqueça a ordem cronológica boy, é perda de tempo. Vou entrar num processo estonteante de amnésia. Permita-me que eu encha meus pulmões de ar e solte-o desesperadamente a fim de esvaziar-me de ti, esvaziar-me de mim. Esvaziar.

Você conseguiu boy, agora agüenta! E eu bem que te avisei. Esvaziei-me tanto que não restou nada dentro de mim, agora: só vácuo. A correnteza de ar que saiu no processo de esvaziamento levou junto tudo o que sentia, sentia por ti. Agora... Trate de arranjar outra boneca para consertar; essa aqui já foi para o lixo e você fez o favor de ajudar na decomposição, seu verme! Mais rápido, por favor, antes que você fique tão só; se sinta tão vazio; e me culpe por isso. Antes que você sinta uma dor profunda como se alguém lhe arrancasse a alma e lágrimas caiam de saudade. Embora minha vontade fosse essa, eu não a quero. E principalmente, antes de você cair na real e pensar: realmente ela era uma desesperada. Louca, talvez. Mas uma desesperadalouca por mim.

E eu não agüentaria ver suas lágrimas escorrerem pelo rosto encharcando sua roupa. Eu não agüentaria ver você arrependido. Sentiria náuseas e uma louca vontade de beber um porre de conhaque acreditando que esqueceria tudo no dia seguinte, mas isso nem sempre acontece. Ah, a realidade é que: te ver sofrer doeria mais em mim do que em você e eu não suportaria tamanha dor.

"O fato é que não encontro outra maneira de expressar meus sentimentos, não vejo outra saída a não ser essa: escrever palavras soltas, me perder por uns instantes nessas entre linhas de minha vida e juntar tudo em uma só coisa. Não há outra saída a não ser: perder horas buscando as palavras certas a fim de formar frases, parágrafos, textos, coisas assim maiores.
Liberto o prisioneiro que há em mim. Viro essa carcaça velha e suja para dentro e coloco o de dentro pra fora. Calma, preste atenção: Encolher, remexer, desdobrar, arrumar,... Estou do avesso. E isso é tão calmo, tão tranqüilizante. Algo parecido como se o meu 'eu' interior emigrasse, fugindo de mim. Louco, correndo por qualquer caminho, chutando todas as pedras que ali existem com a finalidade de te acertar. Tocar você de alguma maneira - mesmo dolorida.
Ando em busca de aliviar minha mente, minha alma, meu coração. Livro-me assim dessa coisa que vem me engordando como se eu fosse um verme alimentando-se de lixo. E deixo em suas mãos o que fazer com todo esse entulho. Assim, não eu mas você me esvazia dessas coisas que me enchem de incertezas e ao mesmo tempo, de esperanças.
(Pensava que você fosse a cura...)
E depois de tudo isso minhas enxaquecas não passaram... Continua tudo como era antes e só há um jeito de extravasar - que chega espontaneamente a mim: chorar até esvaziar-me como se fosse uma garrafa de vinho na boca de um desesperado. Chorar... Não porque é triste, mas porque é capaz de transbordar os sentimentos."

Inserida por alinerocha

Desequilibrio em pessoa...


Confundiu vida com invenção. Passou a vida toda inventando, criando, planejando. Iludiu-se com essas coisas maiores que chamamos de sonhos. Inventou cores, papel de parede, personagens, sentimentos. Criou uma identidade falsa, quis ser o que não era e acabou sendo.

Viveu de uma forma tão podre que sua existência fede e eu sinto aquele cheiro de podridão no ar. Sinto também como se um dedo fosse enfiado em minha garganta e subisse uma ânsia de vomitar a sua vida que envergonho.

Você se fez passar por mocinha nessa história toda mas acabou humilhando - mesmo sem perceber - os que estavam a sua volta, dizendo: eu sou eu, então, eu posso. Fingindo ser forte. Bem mais forte do que aqueles que te feriram. Só que se esqueceu que não é feita de ferro e que a cada arranhão, sangra.

Divulgou-se ser o espelho de qualquer garota, mesmo feia, mas mulher. E foi, pois acreditava que se sobressaía tanto que os outros não conseguiam esquivar-se a um movimento de inveja. Sua beleza (interna) era como uma flecha: mirada, certeira. Não tinha ponto de escape.

A verdade é que você não foi o espelho, apenas pensou ser. Passou uma vida acreditando que fosse a inspiração de tudo, acreditou tanto e acabou convencendo-se disso. Mas não eram elas que queriam ser você, você que queria ser elas. E as características que você pensava ser só suas, eram mais delas do que sua. Você era a copia de cada pedacinho delas. Você era a imperfeição; formada por pedacinhos copiados imperfeitos. Estava cega. Fechou os olhos para o mundo e para a vida. E continuou a acreditar no que apenas te satisfazia: seus sonhos.

E assim... Passa a maior parte do tempo rindo. Tentando disfarçar suas angústias, tristeza, solidão. Tentando achar explicações para todos os momentos ruins da sua vida; como a falta de amor, a saudade, a distância e principalmente uma explicação que a faça aceitar ser o que é.

Dá gargalhadas tão histéricas para disfarçar o que tem por traz daquele sorriso: aquele grito silencioso, aquela dor profunda, aquela hemorragia interna; a boca trêmula, os olhos piscando varias vezes para que não cai nenhuma lágrima. Passa uma vida tentando usar máscaras para que tampe as feridas estampada na cara, mas a máscara é pequena demais, pode-se vê pelas brechas as feridas.

Aprendeu a mostrar os dentes tão cedo para a desgraça.
(Coitada...)
Vem carregando uma vida de desespero. Carrega tudo: passado, presente e futuro. Carrega a ilusão de um passado próximo e um futuro presente. Carrega o que foi, o que é e o que será, tudo numa coisa só.

Fez-se orgulhosa por demais, tanto que não mudava seu jeito de ser. Mas qual seria seu jeito de ser? Se era, nada mais e nada menos, do que a copia de várias. Qual seriam seus pensamentos, atitudes, palavras,... Quem seria você? Você que não possuía nenhuma personalidade, você: falsa identidade.

Você foi tão elas que se tornou desinteressante para eles, talvez, desinteressante não seja a palavra certa mas complicada. Ferira com suas unhas grandes e afiadas cada amor não correspondido. Ferira a si mesma mas do que a eles.

Desde sempre, um orgulho dolor se manifesta em seu personagem e acredita ser a verdade em pessoa. E todo mundo sabe, todo mundo vê e é com tamanha certeza que conseguem dizer: você é o desequilíbrio em pessoa. É um pedacinho perdido de cada uma delas.

Inserida por alinerocha