alimdul
A saga do vilão
É, ando mesmo sem sorte no amor.
Já não bastasse a minha dificuldade, tem que ter alguém pra atrapalhar, jogar areia na parada...
Mas é assim, não tenho muito medo das pessoas, mas do que elas são capazes, e numa dessas descobri que nem todo mundo é vacinado; macaco velho, sabe como?
Pois é, a vida é cheia desses vilõezinhos de quinta categoria, gente que sabe quem tá e quem não tá preparado para o bote, que não é difícil perceber quem é que eles escolhem pra envenenar.
É sutil como uma serpente, e venenoso tanto quanto, mas não estou aqui pra falar do vilão, mas de mim.
Eu me apaixonei nesses dias, de verdade, que apostei, mas perdi. Não por erro meu, ou por circunstâncias, mas por dedo alheio no angu, se é que você me entende...
E agora? Não posso fazer nada? Não, não posso, foi game over.
E ele, o vilão, ganha? Sim, ele ganha, ele ganha os meus amigos, a minha solidão, ele ganha tudo...
Mas nas minhas histórias o vilão não se dá bem no final.
E o final está por vir.
Não poderia eu viver de mentiras, de máscaras e interesses. Não sou assim, não piso em ninguém pra conseguir o que eu quero. Ainda acho que o talento fala mais alto e que o sentimento move o mundo. E por mais que eu sofra e me decepcione com as pessoas, continuo querendo que seja assim. Amo intensamente, sou amada, tenho sempre a quem recorrer. E não tenho pena de quem não tem. Desculpa, mas eu não caio nessa. O fulano pode tentar, mas não me derruba, por que não sabe por onde me pegar: o que é fundamental pra ele, é insignificante pra mim. E eu quero que se f***! Vou ser feliz e já volto.
Eu queria ser menos intensa, menos inconstante e menos urgente. Por que pra mim, todas essas bobagens cotidianas são coisas urgentes e definitivas. E eu choro, sofro e me descabelo como se fosse a última das samaritanas na terra. Falo como se tudo fosse muito grave. Sofro por que não tem outro jeito e a vida é assim e uma hora eu aprendo a não ser tão manteiga derretida. A verdade é que depois de tudo isso eu penso por cinco minutos e vejo que tudo não passa de um drama. Não é proposital, mas minha vida é um drama. Eu choro demais, penso demais, analiso demais e quando eu percebo, tenho o maior trabalhão pra consertar tudo. Por tudo isso eu queria pensar menos, me deixar levar pelos momentos e sorrir quando não houvesse caminho disponível. Mas não dá. Eu preciso chorar sempre. Eu preciso sentir tudo ao mesmo tempo e me sentir a mais confusa e culpada criatura da terra. Eu preciso falar todas as loucuras que se passam nessa minha cabecinha de vento pra depois de dez minutos ver que não é nada daquilo e que eu me deixei, de novo, levar pelo calor momentâneo da minha dramaticidade visceral. É tudo visceral. O amor, a paixão, a loucura, a vontade e a não-vontade. As dúvidas pulam na frente dos meus olhos e me fazem imaginar todo o tipo de coisas. Principalmente as impossíveis. E mesmo quando todo mundo já se acostumou com as minhas viagens mentais, eu chego à conclusão de que eu cansei. E faria bem se pudesse ir morar no Alaska, sozinha, pra ser visceral assim apenas com os poucos esquimós que quisessem ver a minha cara inchada. Por que tem horas que até eu mesma fico cansada de conviver comigo.
E tudo que eu queria agora era que a gente voltasse a ser o que era antes. mas o “nós” acabou se perdendo em algum lugar do caminho e não conseguiu chegar até aqui. E eu não sei mais o que eu quero, nem o que eu não quero. Tudo mudou demais. Eu mudei demais e me tornei uma pessoa amarga e mimada. Você também mudou, e não sobrou nem a lembrança do que você era. E eu acho que daria pra voltar atrás se fizéssemos um esforço enorme. Mas não sei até onde isso seria bom. Ou até onde nós estaríamos realmente dispostos. E agora fica essa dor enorme, essa sensação de fracasso, de tempo perdido, de incapacidade. Até pra escrever.
Meu dilema
Eu choro.
Choro porque no nosso jogo você sempre ganha, porque você me conhece mais do que eu queria e porque eu não sou e nunca vou ser prioridade na sua vida.
Não é charme, amor, é realidade.
Choro porque você não está aqui quando eu preciso nem quando eu quero, porque eu vejo você, de longe, e não posso me aproximar, porque eu tenho que disfarçar para o mundo o que eu sinto, minha tristeza, minha raiva, minha paixão.
Entristeço-me porque você não é quem eu gostaria que fosse, porque não age como eu espero, e mesmo assim eu te quero. Porque você está sempre ocupado e/ou com problemas, porque me pede desculpas com a cara lavada, só para transferir a responsabilidade pra mim, e não porque está arrependido.
Não sei se o que eu quero é tirar de vez você da minha vida eu tomar a sua de uma vez para mim. Não sei se, caso estivesse aqui agora, iria matá-lo ou amaria você.
Não sei se você me faz bem ou mal, se, nesse momento, eu o amo ou odeio.
Você sente falta, eu saudade. Você quer ver, eu ouvir. Você está longe, eu aqui. Você é inconstante, eu previsível. Você vive dois, eu às margens de um. Você se diverte, eu me incomodo. Você me quer, eu não quero querer você. Você tem tudo, eu quero você. Eu escrevi isso tudo, você não vai ler...
SAUDADE DÓI MUITO
Tem coisa pior do que o sentimento de saudade? A angústia de esperar, de lembrar de momentos, relembrar e imaginar que nunca vai ser igual ao que foi, que o destino é incerto...
O sentimento da agonia, de querer estar perto novamente, de sentir novamente, de querer... a frustração de saber que existem coisas que são apenas... SAUDADE!
Tem coisa que nem o tempo apaga... e que a saudade insiste em DOER...
Mais um dia
E mais um dia passa sem que nada de novo aconteça. Mais uma noite chega sem que os meus olhos se cruzem nos teus, como naquelas noites em que um silêncio ensurdecedor nos invade, em que os sorrisos substituem as palavras. Esta é mais uma noite solitária que acompanha o teu soninho descansado à distância de um pensamento, em que as minhas mãos percorrem um teclado à mesma velocidade que profereria cada palavra.
Já não existem ouvidos que me escutem, já não existem mãos que se estendam na minha direcção. Rodeada de vazio, é assim que me acorrento às pequenas coisas que me fazem ser feliz. As pessoas afastam-se lentamente, talvez à mesma velocidade que me afasto delas. Talvez porque não façam sentido na minha vida. Talvez porque eu não as mereça. Talvez porque não as compreenda. Talvez porque elas não me compreendam.
Já nada disso importa... já nada disso faz sentido nas minhas preocupações. Talvez porque o vazio e a solidão tenham outro sentido para mim. Talvez porque os preenchi de detalhes que a vida me dá. Talvez por hábito, talvez por disfarce, talvez por... sei lá!
Olho para trás revivendo, olho para a frente esperando... O que passou, calou... e o que virá, dirá...
Se eu pudesse dar um conselho às pessoas, seria,
Amem-se primeiro.
Os benefícios a longo prazo do uso do amor próprio estão provados e comprovados pela ciência,
Já o resto de meus conselhos não tem outra base confiável além de minha própria experiência errante.
Sem um último beijo, um último abraço, um último sorriso.
Assim foi o nosso fim. Sem vontade, sem escolha e sonhos contidos. Assim foi o nosso fim... E o nosso fim. Sem motivos!
Mas porque? Simplesmente porque assim o destino decidiu? Simplesmente pq planejava pregar uma peça em alguém e nos escolheu? Onde estávamos quando atravessamos o caminho desse Travesso Destino? Pq nós? Andamos diferentes, sorrimos diferente...? Será que não era possível enxergar que éramos felizes juntos, mesmo que ainda a felicidade apenas de longe sorrisse para nós, apontando um caminho glorioso? Pq o destino tapou nossa visão e nos fez caminhar por estradas distintas? Pq ele não nos fez sentir a tempo que estava muito quente ou muito frio, que precisávamos um do outro, de um ombro amigo, de braços, de abraços, daqueles sorrisos, daqueles sonhos...? Pq apenas hoje nos abrimos com sinceridade para o mundo, recuperamos os nossos sentidos, percebemos as feridas, reconhecemos as dores e também as necessidades, enquanto o destino ao nosso lado caminha, olhar travesso, sorriso sereno...? Ele sabe que a distância já se fez grande e que não mais conseguimos voltar... Nem para o último beijo, o último abraço, o último sorriso.