Alessandro Caldeira
Osvaldo Cruz, 11 de Abril de 2013
A Carta
Oi garota, eu preciso te dizer: Eu não andei muito bem esses dias e noites. Sei lá, as coisas não são as mesmas longe de você, parece que tudo sumiu junto com seu olhar desesperado do ultimo dia. E não é só sentimentalmente, fisicamente eu também não sou mais o que era, a noite tive uma febre mais de 40ºC, talvez mais, não sei, eu não me lembro direito devido ao delírio daquela noite.
Eu ainda lembro daquelas nossas brigas. Lembra daquela vez que brigamos só por um pedaço de pão de queijo (risos)? Naquela época tinhamos uns 12 anos, eu acho. E quando eu fiquei bravo quando eu cai do balanço naquele parque perto de casa? E depois de tanto gritar com você eu dei risada também.
Eu gostava dos seus risos, eram os mais estranhos e mais engraçados que eu já escutei na minha vida, mas eram os únicos que me faziam felizes, nem os meus me deixavam contente.
E até hoje tudo isso me faz bem, e já passou tanto tempo, né? Tanto que até o tempo não suportou tanta duração que chegou um dia que ele disse: Chega! E nos separou... Você foi para um lugar bem longe, lugar que ninguém daqui da terra conhecem, alguns tem medo e outros não, e eu sou dos que não tem medo, e é por isso que vou ao teu encontro. Vamos ser felizes mais uma vez, só que em uma outra dimensão. Vamos rir, correr, gritar, andar por entre os lugares mais lindos que costumávamos fazer aqui na terra.
Eu sei que direi isso pra você a eternidade, mas antes de te encontrar, eu quero te dizer aqui nessa humilde carta que eu sei que você está lendo aqui do meu lado; eu te amo, te amo como jamais amei ninguém em toda a minha vida. Você é meu sonho hoje e até a eternidade.
Quando trocamos a mortalidade
Pela eternidade de um amor
Tudo fica mais perfeito
E estranho
Parece que chegamos ao fim
Continuando vivos
Com certeza, o medo não estaria em mim
Se fosse pra ficar com você
Só por alguns segundos
Eu não tenho medo de morrer
As pessoas de verdade estão do outro lado
O importante é encontrar você
Com os olhares das pessoas
Totalmente desfocados
PS: A vida é nada, longe de tudo
A Música
Me lembro do tempo
Em que te ouvi cantar
Eu não queria perder nada
Cada nota era uma maneira de te notar
Você regia a orquestra do vento
O assovio acompanhava os movimentos de seus lábios
Há muito tempo eu tive saudades desse tempo
Aquela canção me atingia como raio
E aquele jardim se tornou o palco
Para a plateia de flores
Balançando a cada contato dos dedos nas cordas
Dançando junto do céu estrelado
Eu nunca mais irei fugir
Desse lugar que me faz sonhar
Até você se decidir
Qual música irá cantar pra mim
Verdade Oculta
Ontem o tiro foi por engano
A notícia mudou
E alterou seus planos
O inocente é culpado
Do ato do imundo
Que já não é mais sujo
A torcida clama por justiça
Dando mais graça
Aos que estão em cima
A imprensa já falou
Por isso que eu vou repetir
Tudo que eu ouvi
Ninguém pensou
A verdade na cara
Mas, é melhor surrada
Sobre a proteção mal amada?
Isso não quer dizer nada
Porque quanto mais a importância
Menor é o medo e a arrogância