Alessandra Menegaz
A gente sabe que quando vai embora abre mão de certas coisas, e é egoísmo achar que elas estarão do mesmo jeito que deixou.
Acredite, isso tudo vai passar, demora, mas vai passar. Um dia você vai acordar e a primeira lembrança que vier a sua cabeça não será mais a dela. Nesse dia as coisas estão começando a voltar para seu devido lugar.
A gente passa a vida toda procurando por alguém - não estou procurando, ok? - pra andar de mãos dadas e esquentar os pés no frio do inverno. A gente tenta ser alguém melhor a vida toda pra surpreender alguém, antes mesmo de nos surpreendermos.
Acreditamos em amores verdadeiros, mesmo quando gritamos aos sete ventos que não queremos saber de ninguém - pura mentira - e que ninguém poderá controlar a nossa liberdade – talvez – de ser.
Nos envolvemos, nos entregamos, amamos profundamente, mas nem sempre acertamos. Na maioria das vezes erramos mesmo, erramos feio.
Mas, conforme a margem de erro, existem mais corações partidos do que ao contrário, mas ninguém disse que não existem milhares de pessoas capazes de concertá-los, disse? Vale cola, super bonder e até chiclete, quando se tem sinceras intenções.
Insistir em coisas que realmente não são recíprocas, não vale a pena. Ninguém precisa de migalhas – você é um pombo? – de alguém.
Chega de inventar desculpas para a falta de interesse do outro – que nem sabe da sua existência e se sabe nem faz questão dela -, de tentar entender as atitudes e a falta de importância que ele lhe dá.
Afinal, a importância de um santinho de político está mais em alta do que a sua. Desculpe, sou sincera.
Já não é mais tempo de tapar o sol com a peneira, os dias ainda estão meio nublados, mas quando o verão chegar- e graças a Deus está quase aí - não haverá como não enfrentar os raios de sol no seu rosto.
Larga dessa cisma toda, ela só lhe trará dores de cabeça, para não falar nas do coração.
Nesse caso e em milhões de casos, desistir não fraqueza.
Desistir de algo que só está lhe causando dor e que realmente não terá nenhum resultado - que não, mais um coração partido - é amor, e digo amor próprio.
O que você – pelo amor de Deus, diz que sim - tem que ter por aí. Né?
Tem gente (traste) que não merece o nosso querer, muito menos o nosso precioso tempo.
Então desista, esqueça. Se permita. Não adianta insistir no não desejo do outro.
Ela entendeu que esquecer, era triste, era distante, era frio, mas era como soltar as mãos, desfazer os laços – que já eram nós -, olhar firmemente pra ele sem desejar – tá, só um pouquinho -, sem pestanejar, erguer a cabeça soltar aqueles cabelos castanhos – e lindos - e levar até o fim sua decisão.
No fundo ela sabia que esquecer machucava que tem coisas que por mais que ela quisesse de coração, ela não esqueceria, nem por um minuto. Mas ela sabia que nada doía mais do que fingir que esqueceu.
Com o tempo, ela aprendeu que não há ninguém melhor que ela para saber das coisas que precisa, e se tinha uma coisa que ela não precisava era continuar a bater na mesma tecla, continuar a insistir no que não era mais amor. Ah, não era nem aqui, nem na China!
No final das contas, o mais triste não era um amor não correspondido como deveria, como ocorreu no caso dela e nos outros casos mundo afora. O triste não era ter dado aquele amor a quem não correspondeu. E daí? Quanta gente ganha amor de graça e nem merece?
Triste não é ter dado amor a quem partiu seu coração ou até a quem nem a percebeu – pô Cristiano Ronaldo, como é que não viu essa beleza rara e tropical heim? – que ela estava ali.
Entendeu que o lado mais triste do amor, era não sentir mais nada.
Ele foi mesmo embora, sem colocar a culpa em ninguém. Ele foi e nem disse por quê.
Será que a mãe dele não ensinou que era falta de educação sair sem se despedir?
Ela ouviu dizer que quem não tem coragem pra vida sempre acaba indo. Então, porque você acha que ele foi?
Não tenho intenção nenhuma de viver novamente aquilo que vivemos, longe disso. Melhor mantermos aquelas lembranças boas. Depois de todo esse tempo as coisas já não são mais as mesmas. A gente mudou, cresceu, provavelmente estragaríamos tudo. Melhor não.
Queria mesmo que entendesse que não fui o estopim do nosso fim, e que aquele papo de que eu não me importava era só da boca pra fora.
Queria dizer que naquela noite eu bebi demais, falei demais, implorei demais, e no fim pedi que fosse embora de vez da minha vida, era tudo mentira!
Entre todas aquelas coisas mal ditas, eu só queria ter lembrado que eu deixaria tudo se você ficasse.
A gente percebe que passou grande parte da vida sendo o que queriam que fossemos, deixando pra trás o que realmente somos por medo de magoar alguém.
Quantos relacionamentos existem por aqui – e a colega do seu lado? – só por comodidade, medo ou o pior, por pena da pobre criatura, que será deixada largada e desiludida – pela décima e não última – mais uma vez?
Posso até perder as contas.
Mas desde quando essas pessoas pararam de sorrir? Onde elas deixaram aquele brilho que elas tinham no olhar?
Você gostaria de ser uma delas?
Eu não.
Se tem uma coisa que acredito é que amores antigos devem ficar lá onde estão, guardados naquela caixinha das lembranças boas – e ruins – que a gente abre aleatoriamente, se quiser e quando quiser, só pra não esquecer dos traços do rosto. Amores antigos são lembranças do que fomos e vivemos. Ninguém precisa apagá-las, mas também ninguém precisa revivê-las.
O que você acha de jogar na mesma fase do Mario Bros sempre? Não acha chato almoçar sempre a mesma coisa?
Deve ser mais ou menos assim voltar a um amor antigo.
Você já sabe como é, já viveu, não deu certo, e por um motivo ou outro passou. P-A-S-S-O-U.
Ninguém aqui está cuspindo no prato que comeu, não entenda mal. Mas todo mundo sabe que enquanto o velho, nesse caso antigo, não ir, o novo não virá.
E cá entre nós, todo mundo merece um amor novo e louco, se der. Todo mundo merece um novo alguém pra sentir aquele friozinho na barriga e lembrar antes de dormir, você não concorda?
Eu sei que a gente sempre tem aquele discurso de que dessa vez - só dessa - não vai deixar ir, não vai esperar -como sempre - perder pra valorizar. Mas sempre acaba perdendo. Sabe aquela garota sensacional que você vai encontrar na vida? Você também vai perder.
A gente sempre acaba pensando que tem as coisas - e pessoas - na mão, que elas esperam ali no mesmo lugar até tomarmos uma decisão, que pode fazer com elas o que bem entende e que elas precisam de nós, que sem nós não sobreviveriam. Até aprender que elas talvez vivam muito melhor sem nós.
Sempre deixamos para depois, pra chamar pra sair, pra avisar que vai se atrasar, pra convidar pra passear no parque, pra ligar e dizer "pensei em você", pra dizer o quanto sentiu saudade naquelas poucas horas e o quanto lembrou dela nas pequenas coisas, pra falar que o sorriso dela é bonito e o quanto ela é importante.
É assim que a gente perde.
Não sei por que ainda rego esperanças quase secas no meio desse deserto, deposito toda a minha fé na sua volta, que parece tão improvável.
Não sei por que não me disponho a te esquecer e insisto em insistir em você.
Não gosto e nunca gostei de meias verdades, de meias palavras, meias alegrias, meias certezas, meias vontades.
Não quero ser meio amada, meio legal, meio engraçada, meio sexy e muito menos meio comida.
Eu quero e quero agora, você quer, quer, não quer, não quer.
É mais ou menos um "fale agora ou cale-se para sempre".
E aí? Liguei o cronômetro, pense rápido!
A vida não espera até você retirar as coisas do "banho maria" o qual costuma deixá-las, se decida, vá em frente de uma vez, ou pare.
Não tente enfeitar as coisas, as decisões não são árvores de Natal, seja direto e prático, a resposta será a mesma de qualquer forma, e sinto, se for pra doer, vai doer.
A sorte não vai te acompanhar pra sempre, enquanto você brinca de não saber o que quer.
Saiba que, se você não sabe o que quer, desculpe, mas tem gente que sabe muito bem o que “não” quer.
Cara, sinto muito, desiste.
Ela não lembra mais quando foi a última vez. Ontem vi que ela jogou fora aquelas caixas de lembranças que ela teimava em guardar, caso necessitasse lembrar algum detalhe que lhe parecesse duvidoso. Um dia essa hora iria chegar – demorou, quase apodreceu – e chegou.
Não sofre – sei que não vai – mas ela cansou de esperar igual a Cláudia, que sentou ali até criar raízes e se sentir parte da mobilha velha daquela sala (com pouca iluminação e cheiro de mofo).
Ela descobriu hoje, aos 45 do segundo tempo, quando completou um quarto de século, que ela não precisava mendigar o amor de ninguém. Ela cansou.
Afinal, é claro que ela quer encontrar outro alguém, mas, por favor não espalha.
Porque todo mundo sabe que é uma grande mentira esse papo de que todo mundo sabe se virar sozinho.
No final das contas, todo mundo quer alguém pra passar aquelas longas madrugadas chatas sem dormir, devido aquela vontade insana de viver o hoje, sem ter que esperar pra amanhã.
Sinto muito, mas o tempo não para (graças a Deus!), a minha vida amorosa é uma novela mexicana, como já disse, não um filme de terror com um ex- zumbi que só volta dos cafundós pra tentar me comer! Confere?
Já estava na hora da próxima cena dessa novela né? Que enrolação.
Nada de “remember”, a reprise não dá ibope nem na sessão da tarde. Porque aqui daria?
Então vai lá, GRAVANDO... próxima cena: "O mundo gira FDP!"
Ela mal poderia contar quantos quilômetros da amazônia ela havia ajudado a desmatar ultimamente, devido a quantidade de vezes que ela teimou em fazer papel de trouxa.
Não falo da vez que ele a deixou esperando - linda e cheirosa - na porta de casa e não apareceu. Ou daquele dia em que ela ligou exatamente 6 vezes e ele não retornou. Nem mesmo quando ele foi viajar e disse que lá não funcionava o celular - por longos 10 dias - para ligações. Incrivelmente ele só funcionava para visualizar o whatsapp (e não responder) e postar fotos nas redes sociais, sei lá.
Nem vale lembrar aquele dia em que ele ficaria em casa, e sem querer já estava na mesma balada, acompanhado da amiga - aquela de infância que ela nunca ouviu falar, que havia esquecido o vestido em casa e lançando a moda do use somente uma blusa na balada -, esse dia nem foi pra tanto né?
Também não falo daquela vez em que ele acordou sem lembrar do que aconteceu no dia anterior (principalmente a parte em que ele a pediu em namoro), coitado né?
Ou aquela vez que ele beijou aquela garota na frente dela, depois de ter afirmado no dia anterior que ela era a garota mais legal que ele havia conhecido (esqueceu de falar que era a "do dia"). Sem contar quando ele afirmou que gostava muito dela, mas que era ela quem estragava tudo. Tudo culpa dela. Vai entender.
Isso que esses acontecimentos cotidianos nem fazem parte do último pacote de 800 folhas, que ela acabou de utilizar.
Mesmo com tantas indiretas - quase tapas na cara de verdades doídas - para que ela entendesse de uma vez por todas, que a única coisa que ele desejava entre eles era a existência de um muro bem alto, ela não enxergava, era tão claro. Mais parecia que a garota gostava mesmo de sofrer.
Por diversas vezes ela acordava pra vida - ao som da música Aleluia, sei que esta cantando baixinho -, apagava o número dele, excluía seu instagran, seu facebook, e permanecia por meses sem sequer tocar no nome do indivíduo. Oh Glória!
Mas entre algumas bebidas e outras, quando batia aquela saudade que ela nem sabia do que, lá pelas tantas da manhã. Após ter flertado com no mínimo os 4 caras mais lindos da festa, ela lembra dele. Caraca!!!
Logo agora? Então, ela sorri aliviada quando lembra que excluiu o número dele, não tem o facebook nem o instagran. Ótimo garota! Até que começam a surgir aqueles números aleatórios e piscantes em sua mente.
Não é que a garota sabia de cór o número dele?
Então - por favor, trilha sonora triste, muito triste, qualquer uma, tem? - ela ligou. Isso. Cara ela ligou. Tudo, por água a baixo.
Depois de tudo que conseguiu até aqui, depois de não ter lembrado dele após o segundo copo, depois de não ter mandado qualquer estou com saudade, aleatório, sem querer e indevido. Depois de quase esquecer. Não acredito! Ela voltou a estaca zero e passou a desmatar intensamente a amozônia novamente. É isso mesmo?
Ela só precisava entender o que estava tão óbvio. Ele não queria ela. Pronto. Tão simples e tão na cara.
Não adiantava. O problema não estava nela, nem nele.
Ela não fez nada de errado, não ligou na hora errada, não chegou na hora errada, não é demais para ele, nem vice-versa. Ele só não queria estar com ela. Sem explicações, sem motivos conclusivos.
Ela precisava entender que a natureza e aquelas árvores coitadas não tinham nada a ver com o papelão que ela estava teimando em fazer, e que insistir em um cara que definitivamente não quer saber de você, é igual olho azul em gente feia, não adianta nada!
Insistir em um cara que definitivamente não quer saber de você, é igual olho azul em gente feia, não adianta nada!
Passamos grande parte da vida achando que os outros nos decepcionaram, mas na verdade fomos nós, nós que criamos expectativas sobre as pessoas, que as vezes não são como gostaríamos que fossem, elas são como são. E são perfeitas do jeito delas, não do seu.
Se nem você consegue ser como gostaria de ser, porque as pessoas seriam? Heim?
Não espere demais, se possível nem espere.
Ninguém deve ser responsável pelas suas desilusões, afinal que culpa as pessoas tem de não viverem em um conto de fadas como você queria que vivessem?
Aprenda garota, você só pode controlar o que depende de você, então comece a controlar essas expectativas, que cá entre nós, já estão gordinhas de tão bem alimentadas.
Chega de desperdiçar suas fichas. Se for pra criar algum tipo de expectativas, deposite suas fichas em você. Ouvi dizer, que não esperar nada das pessoas é se surpreender. Já pensou em tentar?
Deixa de medo garota. A vida esta passando e você continua alimentando esse medo de criar laços. Você mesma está ajudando a torná-los nós.
As pessoas não são todas iguais. O fato de que um cara ter lhe feito sofrer, não significa que o resto dos caras façam a mesma coisa.
Para com esse medo, sinceramente ele não combina com você, logo você que nunca tem medo de nada.
Que tal parar de boicotar sua vida amorosa – que já está um desastre -, usar essa facilidade de espantar as pessoas, para espantar esse medo?
Todo mundo que chega não dá garantia de quanto tempo vai ficar, mas nem por isso você deve passar a vida impedindo chegadas.
Você não pode evitar encontros. Você não pode evitar encontrar as pessoas. Muitas vezes você vai perdê-las no caminho e vai encontrá-las novamente. Não estrague essas oportunidades.
Que tal deixar esse medo de perder as pessoas, e perceber o quanto já vale a pena tê-las encontrado?
Um dedo destroncado. Uma bolha no pé. Uma mordida na língua. Uma batida de cotovelo na quina da mesa. Um corte entre os dedos com papel. Um soco no nariz.
Cólica. Enxaqueca das brabas. Esmagar o dedo na porta. Queimar no fogão. Cair de bicicleta. Bater o mindinho. Álcool no machucado. Shampoo nos olhos. O amor não deveria ser comparado a isso.
Que horror! O amor não é tudo isso não, em alguns casos é bem pior. Acredite.
No fundo a gente sabe que amor é ida e volta - mesmo tendo mais idas do que voltas, até porque se foi que não volte né? -, a gente sabe que o amor é chegada, mas também é partida. Hoje dá, amanhã não dá. Hoje a gente fica, amanhã sei lá.
Afinal, dizem que é típico, antes de encontrar o cara certo, perder algum tempo (a linha, as roupas, a hora e a dignidade) com caras errados. Então, o que estão esperando?
Deixa de medo garota. A vida esta passando e você continua alimentando esse medo de criar laços. Você mesma está ajudando a torná-los nós.
As pessoas não são todas iguais. O fato de que um cara ter lhe feito sofrer, não significa que o resto dos caras façam a mesma coisa.
Para com esse medo, sinceramente ele não combina com você, logo você que nunca tem medo de nada.
Que tal parar de boicotar sua vida amorosa – que já está um desastre -, usar essa facilidade de espantar as pessoas, para espantar esse medo?
Todo mundo que chega não dá garantia de quanto tempo vai ficar, mas nem por isso você deve passar a vida impedindo chegadas.