Alef James
Somos estreitamente ligados ao mundo em que vivemos. Mas profundamente atraídos por aquilo que não conhecemos.
No relógio da vida, alguns preferem ir mais rápido, como o maior dos ponteiros, outros, escolhem ir mais devagar, como o menor. Mas ao final do 59º minuto, ambos fazem o mesmo movimento, no mesmo lugar.
A vida é como um relógio: Cada novo dia é uma promissa de uma tarde a mais, mas cada novo "tac" é um "tic" a menos.
Na distância, os interessantes vão para a lembrança e os significantes ascendem à saudade, mas os medíocres permanecem apenas nas fotos.
Sua imagem pode ser pintada de formas diferentes em muitos quadros. Mas são inspiradas no que você mostra.
Quando quem me era estranho tornou-se diário e, então, poesia...
Estava eu alegre, cantante, em harmonia,
Como as cores e os perfumes,
Feito passarinho em banho de pia.
Quando quem me era diário tornou-se estranho e, então, saudade,
Estava eu sem banho, sem pia,
Continuei passarinho e, sinceridade...
Até cantava, mas sem harmonia.
Quando quem me era saudade tornou-se lembrança,
Depois memória e então nada, eu nem sonhava.
Estavam lá a pia, as cores, os perfumes...
Mas eu não cantava.
Quando quem me era nada, nada mudou, eu não sabia...
Mas me vi livre, tornei-me banho, tornei-me pia,
Tornei-me cores, perfumes, canto, poesia...
Hoje sou, em mim, a própria harmonia.