akilla de souza

Encontrados 3 pensamentos de akilla de souza

Depende de quem nosso reencontro?
Re-beijo,
Replanejamento das nossas vidas no futuro,
Re-abraço,
Repensar em tudo que nos fazia bem e procurar outras tantas coisas que possam nos fazer bem também.
Me olho agora no espelho e vejo um rosto desfigurado,
Tanto choro e angústia,
Tanto arrependimento das coisas que fiz de mal e das que deixei de fazer pelo nosso bem.
Me dói e surto,
Grito,
Entro num alvoroço sem fim querendo que dentro desse abismo seco e escuro nasça uma plantinha verdinha com três folhas, e que a partir dela saia uma árvore e desta árvore outras tantas árvores e que se prolifere e que cresça uma floresta e que o sol renasça nesse abismo seco e escuro e ele se torne vida novamente.
Me dói tanto,
É como se pegassem um alicate de unhas e cortasse cada válvula do meu coração e abrissem meu tórax e o retirassem com as mãos sujas de ódio enquanto eu assisto tudo amarrado, imobilizado, mas de olhos abertos e consciente.
Isso arde, amor, arde.
Arde como se pegassem uma navalha e saíssem raspando toda a pele do meu corpo.
Eu me desespero e olho tudo em desordem,
Eu queria tanto poder ajeitar tudo isso.
Repor de novo nossas fotos no Instagram,
Recolocar aquele nosso anel de compromisso.
Eu me vejo nu,
Ensanguentado,
Sem rumo nesse deserto que ficou minha vida.
Eu te amo ainda, e esse ainda é eterno.

Inserida por akilla864

Ópera inconsciente

Num minueto inconstante, me desfaço de essências e pensamentos de essências.
Mais próximo da visão opaca,
Distante mesmo da lucidez do Direito Civil,
Encontro minhas vãs filosofias.
Me deturpo em falácias corajosas,
Me sinto nelas como que num axioma de pensamento absoluto.
Eu e o quê do mundo?
Eu e o quê disso que chamam poesia?
Eu e tudo como essência que preenche o nada.
Me sento à margem dos olhos que confiam sua verdade intocável a qualquer um que respire,
Que me dizem qualquer coisa que seja sincera e mesquinha.
Mistura de archés que causam o mundo este cataclisma que é,
Archés e Religiões e Sociologias perdidas na ilusão e filosofias do cume de uma ágora moderna e demagoga.
Minueto tocado e dançado como Funk que é,
Como Funk e como toda esta boa música que se faz hoje em dia.
Minuetos e Sinfonias do destino e do aquém.
Minimamente se encontra um retrato de jovens leitores pelos criados-mudos das vielas urbanas de hoje, encontra-se vestígios da demência.
Eu que não me escuto, estou me escutando.
Eu que não me curto, estou me encurtando.
Eu que não me gosto me amo me adoro, estou me exaltando.
Num narciso de Vênus eu me vejo nu e molhado, jogado às ruas esperando Afrodite vir me buscar para n'alto mar me crucificar e depois de minha morte eu vir a ser lavado e remido de vinho por Dionisio.
Me olho de longe como quem olha moça bonita passar pela rua e a cobiça endeuzando-a.
Não há nada que possa me pisar, senão eu mesmo.
E os que se sabem próximos a mim, nada sabem de mim.
Aqueles que de longe me vêem num intervalo de uma piscada de olhos, sabem mais que eu mesmo sobre mim.
Ó, mácula!
Morri ontem e hoje estou podre por ter nascido.

Inserida por eliel_akilla

Vimebora de lá

Vimebora para meu lar.
Vimebora por não ter destino ou por estar de lado da via dos indignos poetas e excluído da via dos santos profetas.
Vimebora por ter demasiada fraqueza de ser e por não querer algo que me agrade.
Vimebora para meu lar e cá estou sentado na rua dos mortos esperando algum deus ou entidade divina que possa me explicar a hermenêutica da poesia.
Vimebora pois não tenho simpatia, nem sensatez, nem homeomerias que me possa inspirar para uma formulação especulativa e séria da physis.
Vimebora para meu lar e nunca mais voltarei para os trapos que deixei por lá.
Eu sempre quis vir e quis sempre ir, perplexo decidi ir e depois vir.
Vimebora e vimebora por que também não queria permanecer na fumaça do meu corpo, queria queimar sem expelir fumaça, queria um toque a mais de sentido ou de chama sem fumaça.
Vimebora também por não querer fumar cigarros com quem gostava.
Vimebora por querer fumar cigarros com quem amava.
Vimebora por querer também estar perto da tradição e deixar de lado um pouco aquilo que nos liberta dela.
Talvez eu volte algum dia para o lugar de onde vimebora, mas quero estar hoje na gaiola de onde saí.

Inserida por eliel_akilla