Ailezz
Voltas da vida
Curvo-me para a vida
Para seu ensino invisível
Com voltas legíveis
Para os cegos do insensível
Que teimam em achar
Qualquer lugar
Para o poder de machucar
Mas a vida lhes oferece
Um punhado de pedras
Sujas com suas merdas
E com sabedoria
Faz surgir do invisível
Cegos bons e sensíveis
Para suas voltas da vida
Corpo e espírito
Quando o corpo não obedece
O espírito padece
É uma luta gostosa
Cobranças maliciosas
Espírito querendo mais
Viver sem amarras
Olhar para o mar
Querendo navegar
Sem ninguém segurar
E lhe pedir ou sugerir
Cuide-se, seu corpo merece
Mas o espírito alegre
Pede num lamento mudo
Quase numa prece
Estou vivo
Espírito não envelhece
Frio da Alma
Hoje quando acordei
Abracei-me
Sentindo necessidade
De me aquecer
Então lembrei
Por que não lembrar
Os momentos bons
Que passei
Enrolei-me nos lençóis
E me aqueci
Ouvindo uma voz
A me pedir
Não se sinta só
Eu estou aqui
A alegria mais contagiante
É da inocência
Não importa em seu consciente
Se é a loucura dita
Ou a inocência bendita
Ouvida ou vista
Nos deixa em euforia
Desaparece a monotonia
Esquecemos de tudo
É um momento mudo
Das alegrias do mundo
Pai
Hoje posso lhe ofertar
Um lindo jantar
Com iguarias iguais
Que um dia me ofereceu
Seu gene, para eu viver
E poder espargir nossos genes
Cheios de ternura e compreensão
Para contribuir
Com frutos de boa formação
Eles continuarão ofertando
Jantares cheios de gratidão
Adocicados de olhares carinhosos
Ou saudades gostosas
Que a todos acalentarão
Luz e sombra
Sem luz, não viveríamos
Sem sombra, não seguiríamos
Não admiraríamos a lua
Nem os casais sonhariam
A luz é alegria
A sombra é agonia
Nesse encontro de luz e sombra
O que somos para questionar
Se a luz e a sombra
Sempre estão a nos acompanhar?
A luz para nos aquecer
A sombra para nos ajudar
Nos momentos íntimos
De dormir, sonhar e amar
É tão bom
Sentir a emoção
De falar com o coração
Sentir um friozinho na barriga
Com a alegria sempre presente
Olhar para o mundo
Com sabedoria inocente
Que olha e ri
Sem poder distinguir
O bom do ruim
Poder seus braços abrir
Querendo abraçar o mundo
Como uma criança
Abraça qualquer um
E com inocência sorri
Esmeraldas do mar
Seu canto de anjo
Faz-me acalmar e calar
Poder acordada voar
Nas águas esmeraldas do mar
A procura de algo
Que não posso revelar
Nesse encanto acordo
Do sonho acordado
E triste fico a perguntar
Por que realidade
Quiseste me acordar?
Deixe-me continuar a sonhar
Ouvindo a sonoridade
Das esmeraldas do mar
Junto a esse canto de anjo
Que me faz acalmar
O Bambino do violino
A calçada era comum
Uma bela fonte a jorrar
Um belo italiano bambino
Abraçado ao seu violino
Com olhos a catar
A quem pudesse chegar
Suas vestes condiziam
A necessidade sentida
Mas seu alegre olhar
Não podia esconder
Sua vontade de ajudar
Os passantes a sonhar
As muitas moedas roladas
Ficavam sofisticadas
Como a melodia por ele tocada
Revelava o bom das saudades
Aquelas alegres, gostosas
Nunca esquecidas
Que um dia foram vividas
Ele tinha o poder
De oferecer sem perceber
Alegrar os corações
Com acordes de emoção
E talento exímio
De um belo italiano bambino