Ágda Moura
Me leva daqui
Pra onde lágrimas não existem
Um lugar, que a paz e o amor se fluem
Onde a escuridão é luz
Onde o sol produz, amor e paz
Me leva pra um lugar
Onde os sorrisos se estatualizam
Um lugar de sonhos, De humildade e companheirismo
Me leva daqui
Além do arco Íris, além do céu e mar
Além das nuvens, além do infinito
Pra um lugar sem medo, sem luxo, sem exagero
Onde o por do sol dure o dia inteiro
Me leva daqui
Pra um lugar só com a partida
Um lugar sem volta, sem saída
Um lugar sem despedida
Me leva pro futuro
Pro passado de criança, ou presente da lembrança
Pra uma fortaleza,pra onde eu não cresça
Pra um seguro esconderijo
Pra onde eu te mereça.
Me leva daqui
Pra onde corações são transparentes
Onde gritos de agonia
Se neutralizam, se silenciam
Me leva daqui
Eu não agüento mais viver assim
Em um mundo egoísta,Tão pobre, imundo,
Tão capitalista
Me leva pra o surreal ,Pra o inimaginável,
Pra um lugar real
Onde eu esqueça tudo que vivi
Onde a dor passa
E possa passar tudo que eu sofri.
Me leva daqui
Pra onde estrelas falam
E onde eu possa voar
Onde o mar é doce
Onde o verde floresce
E ninguém pode matar.
Me leva daqui
Pra onde eu viva, e onde há vida,Eu quero fugir.
Me leva daqui
Quem vai me levar?
Não sei mais quando encontrar, eu vou me jogar
Se for num beijo num abraço, ou numa mão estendida
Que me leve pra vida, que me leve daqui.
Vida
Uma vida sem vida
Uma vida lá fora..
Uma vida que chega..
E outra vai-se embora.
Uma vida que morre.
Uma morte é tão viva.
Vive sem despedida
Mas se despede todo dia
Do dia vivo que morre
E a vida que nunca dorme..
Dorme a vida fim do dia
Começa o fim da vida..
Em toda vida que começa
No todo, a vida é tudo
Tudo vive a vida toda
Toda a toa a vida é boa.
Cala a vida
Vida um calo
Não me calo, ganho vida.
Ganha vida quem sorrir..
Sorrir a vida quem vive..
Vive a vida e Sorrir.
Voa a vida, Vida tempo.
Voa tempo, voa a míngua..
Vive o tempo, vivo o vento..
Tempo e vento, leva a vida.
O Sorriso que Desejo
Teu sorriso é um festejo
Uma tão larga janela
Que’ eu me espalho só nela
Pois é nela que vejo
O futuro de um beijo
Que eu fico só querendo
Só de longe lá te vendo
Num bobo olhar suspirante
Num sorriso inebriante
Que tu abre e eu me rendo.
Eu vou guardar teu sorriso
Num lugar bem bom de mim
Pois se um dia tiver fim
Vou fazer no meu juízo
A imagem do teu riso
Pra acordar e adormecer
Com o gosto de te ver
Sorrindo abertamente
Do teu jeito diferente
Que se aprega em meu querer
No querer do teu sorrir
Que se faz tão espontâneo
E o sentido é momentâneo
Porque pra sempre não rir?
Pra o mundo colorir
Com’esse tão pequeno gesto
Que’ eu esqueço até do resto
Do mundo que perde a graça
Se teu sorriso não passa
Pelo meu dia, infesto.
Teu sorriso vem e cura
Dá alívio aos temores
Eu esqueço minhas dores
E me afogo na loucura
De te ver nessa ternura
Que se abre num cortejo
E o olhar que eu despejo
Sobre o riso que tu abre
Que no meu sorrir não cabe
O sorriso que desejo.
Hei de achar meu coração
Num acaso inconsequente
Assentado num batente
Agregado em qualquer vão
Hei de ver na minha mão
Nossas linhas se cruzarem
Os destinos se abraçarem
Nossos olhos se lamberem
Nossas vidas se quererem
Nossas almas se amarem
Hei de ter o que não tenho
Como quem tinha e perdeu
E no mundo se escondeu
Não deixou nem o desenho
Feito cana no engenho
Sentimentos triturados
Quem levou nossos recados
Quem tiou você do eixo
E deixou como desfecho
Nossos corpos separados
Hei de achar meu coração
Num acaso inconsequente
Assentado num batente
Agregado em qualquer vão
Hei de ver na minha mão
Nossas linhas se cruzarem
Os destinos se abraçarem
Nossos olhos se lamberem
Nossas vidas se quererem
Nossas almas se amarem
Hei de ter o que não tenho
Como quem tinha e perdeu
E no mundo se escondeu
Não deixou nenhum desenho
Feito cana no engenho
Sentimentos triturados
Quem deixou nossos recados
Quem tirou você do eixo
E deixou como desfecho
Nossos corpos separados
Não
Não leia mais as poesias minhas
Pois sentirá seu cheiro nos meus versos
Tuas risadas deitando nas linhas
Os teus trejeitos, por eles dispersos
Os teus olhos ferinos tão imersos
por minha alma, dançam com a voz tua
Eu me esquivo da noite, mas a lua
Reascende os desejos adversos
O meu corpo te expulsa em poesia
Não me leias, pois tudo denuncia
Essa dor, discreta que me vem
Me descascam despindo as fraquezas
Minhas rimas a ti inda estão presas
Mas vão com tempo te esquecer também
Curta-metragem
Eu amava seu cheiro e suas cores
Os seus sonhos, em mim perambulavam
Nossas almas nos mares mergulhavam
Desfrutamos de todos os sabores
No cenário divino dos amores
Nosso palco virou uma ilusão
Diluiu-se no beco da paixão
Na tintura do tempo foi perdido
Nosso amor foi um filme colorido
Que queimou na primeira exibição
Mote de Luíz Homero