Afonso Padilha
Se o pobre pagou 80 reais, ele vai rir os 80 reais. Cada centavo como se fosse o último dinheiro que ele tirou da vida dele.
É legal ver esse carinho que as pessoas têm, porque a gente não tem muito noção. Só que, quando a pessoa te reconhece, você consegue ver pelo menos uma fagulha de quanto a pessoa gosta de você mesmo não tendo contato físico ou conhecendo você próximo.
É muito legal ver esse reconhecimento por conta do trabalho. Eu fico muito feliz. Eu tenho noção que sou mais desconhecido do que conhecido, porque a gente vive em bolhas.
Não tem nada que mexa mais com o psicológico de um pobre. Não é: “Ah, será que existe vida após a morte? Será que Deus existe?” Nada dessas perguntas mexe mais com a cabeça de um pobre do que num dia frio, 6h30 da manhã, ele ir num varal, pegar uma roupa e pensar: “Tá molhado ou tá gelado?”