Adriano M.

⁠Narcótico

Pessoas, mundo misto e seu relativismo. Pessoas diferentes, olhares diferentes, pensamentos diferentes. Coisas diferentes. Você se assusta. Exagera nas impressões. Expectativa difusora abstrata. Você olha em 360°, à sua volta: pessoas. Congestionamento inaudito. Parônimia grotesca das retinas.
Você se curva, espectro. Abatido por nada. Seus ossos criam espinhos, o monstro invisível. Asas se abrem, mas você não consegue voar. Insólito, homem na multidão. Devorado pelos vermes internos, vermes que voam, flutuantes ao ar.
As responsabilidades são uma foda contra à vontade. Suor, gotas a contra gosto. Palavras grosseiras a si e para si. Estúpido, estupefato. Espetáculo ridículo. Imaginar é ócio do ofício. Fantasiar, Mas, um mal. Imaginar-se às maravilhas de Alice é delírio.
Você se importa. Deixa de se importar. Causa e efeito. Uma droga que mata lentamente a razão.
Sombras, vigília. Amanheceu e à tarde um crepúsculo vespertino. Anoiteceu. A loucura pousa suavemente. Voltas pesadas em torno do asilo. O corpo descansa, a alma faz vigília.