Adriano da Silva Lopes de Medeiros.
Tempestade
Vento frio que me traz a solidão,
Sofrimento que habitou meu coração,
Ferimento lavado com a chuva,
Nem me sobraram os sonhos, foram estragados pelas mágoas,
Se hoje meu Rosto tem lágrimas,
Saiba que a culpa é sua.
Vento frio que me trouxe a solidão,
Coração magoado desde então,
Ferimento cicatrizado com o tempo,
Só me sobraram as mágoas,
Naquele dia enxugaram minhas lágrimas, e aquelas mãos não eram as suas.
Relíquia
Ferrugem,
O Sangrar do Ferro,
A Morte do aço,
A Escuridão, As Trevas,
A Imensidão do Espaço,
Esqueça-me!
Deixe-me empoeirar,
O Meu verdadeiro valor,
Algum dia,
Alguém ei de dar...
Tíbio Entardecer
O Sol se põe tímido,
Em mais uma tarde de uma semana fria,
E eu tentando lembrar,
O que eu esqueci de fazer durante o dia?
O carro esta "na reserva",
Eu estou quase sem bateria,
E eu tentando esquecer,
O que eu deixei de fazer ao longo do dia,
Mais um trago na fumaça,
A nicotina de graça, para alegrar o dia,
Mais um gole na cachaça,
Uma bebida amarga, para as amarguras da vida,
Mais um trago na fumaça,
A poluição de graça, vida urbana que o diga,
Do horizonte a diante,
Um olhar distante, os pensamentos à deriva,
O Sol se põe tímido,
Em mais uma tarde de uma semana fria.
A ARTE DO ACASO
Outrora, avesso ódio sentia,
Só podes Odiar o que amastes um dia,
Expressarei amargo em um papel,
Que amassarei e remessarei ao léu,
Do que vale lágrimas incompreendidas?
Borrando a imagem do que sonhei um dia.
Outrora, avesso amor sentia,
Não podes amar o que não se conhecia,
Expressa e amarga poesia,
Que foi lida sem nenhuma alegria,
Do que vale pessoas incompreendidas?
Borrando o desenho de nossas vidas.