Adriano C.
Eu me arrisco em corações vazios e bebo das mais profundas tristezas. As minhas mãos estão cansadas de redigir loucuras que nem eu consigo explicar depois. Porque eu sou como os créditos finais de um filme, tô sempre me acabando e, quem vê, percebe. Mas ninguém tem paciência pra acompanhar. Eu vivo pra quem, sou de sem você. Todo trocado. Eu já fui desenhado em escalas diferentes, mas o meu peso é sempre o mesmo, o meu amor é mais caos que ordem, e minha vida é um barbante todo desfiado. Eu não escondo o segredo, se amor fosse só o bem venderia em farmácia. Mas me disseram que remédio demais também faz mal. E olha que o amor não é remédio pra ninguém nessa vida de desencontros-desenganos-desgastes-desapegos. A chuva não cessa e minha bagunça está indo embora essa noite, o meu cheiro doce, o meu carinho que faz tremer. A minha sensação de paixão. A minha mecha de loucura. O amor é pra qualquer um, pular do precipício que nele existe que é para poucos. Pouquíssimos.