adriana silva
RESUMO
Chega um determinado momento na vida da gente que simplesmente cansamos.
Cansamos das frustrações, e entendemos que só vale apena correr o risco por coisas que realmente são compensáveis. As vezes pagamos um preço tão alto, e temos um retorno tão pequeno. Isso no mundo dos negócios significa prejuízo.
Cansamos das buscas, buscas sem fundamentos, quando o que mais interessa já está dentro de nos, tão voluntariamente.
Cansamos de vivermos tentando agradar pessoas, pois se a gente for ver, só precisamos ser a gente mesmo, e ser admirado vai ser apenas um resultado da nossa postura de sermos autênticos.
Cansamos de sermos enganados e na maioria das vezes até mesmo por nos mesmos (Esse é o pior tipo de engano).
Cansamos de fazermos planos irreais, de contar com coisas que só existe dentro do nosso mundo pequeno e as vezes tão ingênuo. De valorizar demais pessoas que nem te nota, de priorizar quem te trata como opção.
Cansamos
Simplesmente cansamos.
Não se trata de desistir daquilo que esperamos da vida, e sim, de se auto preservar. Até por que a vida já é tão generosa, e se atentarmos para o que já temos e para quem temos, veremos que não precisamos mais de muita coisa. E o que mais precisamos é nos adequarmos à situação vivida sem resmungar, mais acreditando que tudo tem um tempo determinado debaixo do sol.
E se conscientizarmos que as pessoas só dão o que tem, essa consciência nos faz entender que não importa o quanto você cobre, grite, esberre, se descabele, nada vai mudar. E aí percebemos que quando nos frustramos é por que esperamos demais das pessoas, e, o oposto disse é não esperar, é amar de graça.
Se cansar na verdade não é ruim, se revoltar com uma situação é apenas o começo pra mudarmos nossos pensamentos, nossa postura, nosso estilo de vida. Se cansar pode ser o começo de uma nova ROTA.
02/08/2014
Querido avô "bigodes",
Estejas onde estiveres, quero falar contigo uma vez mais, quero dizer-te que o motivo desta carta são as saudades e a angústia de não te ter dito, pelo menos uma vez como te amo.
Não estava muito perto quando a tua passagem por este mundo terminou. Vi-te a ultima vez com vida e de olhos bem abertos à minha frente quando me despedi de ti em Maio de 2016. "O Natal e o Ano Novo estão ai à porta, não tarda nada estou contigo outra vez", era assim que eu pensava quando me despedia de ti, valorizando o tempo que levaria ate nos voltarmos a ver. Sorria enquanto meu coração chorava com medo de ser a ultima vez que te via. Nunca estamos preparados para dizer adeus de verdade, não é avô?
Perdoa-me, avô "bigodes", por pensar de mais nas teclas do meu telefone, pela inexperiência de escrever e pelo peso de o fazer apenas depois de ter partido.
Lembro-me dos teus mimos, das longas horas que brincaste comigo sentada no teu colo. Lembro-me do jogo das palmas das mãos, sempre suaves e macias e tão carinhosas, após "um, dois, três" cantado a uma só voz e implacável sintonia, era de longe o meu favorito. Lembro-me dos risos, de todas as vezes que pedi que o repetisses e de como tu o fazias. Lembro-me dos passeios pelo monte, dos abraços e das palavras que me aconchegavam.
Avô, ensinaste-me tudo o que sei hoje ou pelo menos o que importa! Ensinaste-me a ser menina, a ter a noção de que a vida me vai fazer cair muitas vezes , mostraste-me o lado bom de ser criança. Foi maravilhoso ter-te como avô, partilhar contigo alguns momentos, algumas birras. Fizeste-me todas as vontades e nunca pediste nada em troca porque sabias que no fim do dia eu te iria agradecer. É por tudo o que me ensinaste que és importante para mim.
Sei também que não disse as palavras no momento certo, por isso, aproveito esta carta para as dizer: amo-te, avô "bigodes"!
Um abraço cheio de amor da tua neta