Biografia de Adélia Prado

Adélia Prado

Adélia Prado (1935) é uma escritora brasileira. Poetisa e romancista, consagrou-se como a voz mais feminina da poesia brasileira. Recebeu da Câmara Brasileira do Livro, o Prêmio Jabuti de Literatura, com "Coração Disparado", escrito em 1978.

Adélia Prado

Em 1950, após a morte de sua mãe, Adélia começou a escrever seus primeiros versos. Em 1953 formou-se professora e logo passou a lecionar. Em 1973 formou-se em filosofia.

Publicou seus primeiros poemas em jornais de Divinópolis e de Belo Horizonte. Em 1975, com o apoio de Carlos Drummond de Andrade seus poemas foram publicados no livro "Bagagem" que chamou a atenção da crítica pela originalidade.

Em 1978, publicou "O Coração Disparado", com o qual conquistou o “Prêmio Jabuti de Literatura”, conferido pela Câmara Brasileira do Livro.

Em 1979, depois de lecionar durante 24 anos, Adélia Prado abandonou o Magistério e passou a se dedicar à carreira de escritora.

Foi Chefe da Divisão Cultural da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Divinópolis. Participou, em Portugal, de um programa de intercâmbio cultural entre autores brasileiros e portugueses. Em 2014, foi condecorada pelo governo brasileiro com a “Ordem do Mérito Nacional”.

Características da obra de Adélia Prado

Com vocabulário simples e linguagem coloquial, Adélia produz uma obra leve, marcante e original. Em sua obra se vê um misto de rebeldia e doçura feminina, um profundo sentimento humano e uma dicotomia entre os apelos do corpo e da elevação espiritual.

A fé católica se faz presente na obra de Adélia, que costuma tratar de temas ligados a Deus, à família e principalmente à mulher.

Sua poesia costuma colocar a perspectiva da mulher em seus poemas, destacando sempre o “feminino” em primeiro plano. Sua poesia é conhecida por retratar o cotidiano sob o olhar “feminino” e não feminista e libertário.

Principais obras:

  • Bagagem (1975)
  • O Coração Disparado (1978)
  • Soltem os Cachorros (1979)
  • Cacos para um Vitral (1981)
  • Terra de Santa Cruz (1981)
  • Os Componentes da Banda (1984)
  • O Pelicano (1987)
  • A Faca no Peito (1988)
  • Poesia Reunida (1991)
  • O Homem da Mão Seca (1994)
  • Duas Horas da Tarde no Brasil (1996)
  • Oráculos de Maio (1999)
  • Estreia do Monólogo Dona da Casa (2000)
  • Quero Minha Mãe (2005)
  • A Duração do Dia (2010)

Acervo: 110 frases e pensamentos de Adélia Prado.

Frases e Pensamentos de Adélia Prado

Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito.

Adélia Prado
Poesia Reunida. Rio de Janeiro: Record, 2015.

Nota: Adaptação de uma frase de Adélia Prado, do poema A Criatura. A citação costuma ser erroneamente atribuída a Clarice Lispector.

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O que a memória ama fica eterno. Te amo com a memória, imperecível.

Adélia Prado
Poesia reunida. Rio de Janeiro: Record, 2015.

Nota: Trecho do poema Para o Zé.

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O sonho encheu a noite
Extravasou pro meu dia
Encheu minha vida
E é dele que eu vou viver
Porque sonho não morre.

Adélia Prado
Solte os cachorros. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1979.

Amor pra mim é ser capaz de permitir que aquele que eu amo exista como tal, como ele mesmo. Isso é o mais pleno amor. Dar a liberdade dele existir ao meu lado do jeito que ele é.

AMOR FEINHO
Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado, é igual fé,
não teologa mais.
Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho.

Adélia Prado
PRADO, A. Bagagem. Rio de Janeiro: Record. 2011. p. 97