4.3 - 2008
Não há como construir um castelo,
Sem antes arquitetá-lo na mente.
As grandes obras, as grandes conquistas,
Os melhores livros, filmes, músicas...
Nasceram de um simples pensamento.
Alguém um dia, pensou, sentiu...
E isso gerou uma semente no universo.
Semente essa que ao longo do tempo,
Passou por guerras, tempestades, desesperança.
Por muitas vezes esteve sozinha e sem destino.
Ninguém pode ouvir suas lagrimas, mas ela chorou...
Não por medo, mas porque quem a criou,
Também a deixara no escuro de suas memórias.
Foi enterrada viva, porque tudo parecia crescer,
E ela continuava pequena, imóvel...
Perante os vendavais que o destino jogou contra ela.
Era apenas um, talvez...
Não valeria a pena esperar por ela.
Talvez... Tenha sido tudo um plano.
Às vezes precisamos morrer em vida, para viver de verdade.
Enterrar aquilo que ainda sangra...
Construir castelos exige sacrifícios,
Muitos não conseguirão ver sua obra terminada.
Mas aquele pensamento, aquela semente,
Vai estar ainda viva no espaço,
E quando um outro alguém,
Estiver olhando as estrelas,
Vai senti-la, e torná-la sua.
E assim, passará por varias almas.
E mesmo que nenhuma dessas almas,
Consiga vê-la grande, ela já será grande...
Sempre foi grande...
O sonho foi realizado,
No momento em que a mente o concebeu.
Se tu simplesmente pensaste em amar,
Tu já amaste, e esse amor sempre vai existir.
Alguém vai olhar as estrelas, vai senti-lo, e torná-lo seu.
O Mago e a Guitarra
Seus acordes atravessam a alma do publico,
Com a magia sublime,
Que transforma em paz, a imensidão do som.
Ele não a penas a toca,
Ele a sente, conhece cada centímetro de seu corpo.
Existe a voz que atenua seus dedilhados,
Que ecoa nas paredes,
Transformando seus solos em aplausos.
Ele a conduz com delicadeza,
Mas dela extrai gemidos vorazes.
Ela fica ao seu lado, é menina moça.
Seus timbres são afago para quem os ouça.
Se entrega somente a ele, e assim se faz nossa.
Ele é seu companheiro,
De alma e de corpo inteiro.
Gritos, mistérios, dores e segredos...
Amores, saudades, solidão e medos...
Personificados pela mágica dos sons.
Pela união de dois corpos.
Nas cordas de uma guitarra,
E pelos dedos de um mago.
* * *
(Dedicado ao guitarrita Pedro de Farias)