0000name

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⁠O Peso que me Esmaga

Carrego nos ombros uma cruz invisível,
O fardo de ser homem, cruel e inflexível.
Sozinho no escuro, grito em silêncio,
A dor que me consome, mas que não tem alento.

O mundo exige que eu seja de aço,
Inquebrável, mesmo que eu desmorone em pedaços.
Ser o pilar que nunca pode ruir,
Enquanto por dentro estou prestes a cair.

Meu pai, gigante que o tempo desgastou,
Trabalhou até o sangue escorrer e a carne arder,
E agora, esse fardo me esmaga o peito,
Como posso falhar com ele, e não ser perfeito?

Não posso chorar, não posso ceder,
A fratura que carrego, ninguém deve ver.
Ser homem é uma cela, de grades invisíveis,
Onde a dor é sufocada em sorrisos impossíveis.

Sinto o peso do mundo nas minhas costas,
Enquanto a alma, em silêncio, implora resposta.
O que eu sou? Quem me tornei?
Um rosto sorridente que esconde o que já chorei.

Deito-me à noite, com o corpo moído,
A mente em guerra, o coração partido.
E quando o sol nasce, volto a vestir
A máscara firme que o mundo quer ver em mim.

Sou o filho que não pode falhar,
O homem que deve sempre lutar.
E mesmo que o abismo me chame,
Sigo em frente, sufocando essa fome.

Porque ser homem, às vezes, é estar à beira
Do colapso, sem que ninguém perceba.
E o peso que me esmaga, eu seguro sozinho,
Pois fracassar seria trair meu destino.

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⁠Ainda: O Tempo que Vale

Ainda há um brilho nas manhãs ensolaradas,
Um sopro de vida nas risadas encantadas.
O tempo flui como um rio que não se apressa,
Moldando memórias, em cada beleza que se expressa.

Ainda existem os abraços que aquecem a alma,
Os laços de amor que a vida nos calma.
As promessas de um futuro que acende a esperança,
Um sonho renovado, a doce confiança.

Mas ainda também pesa o silêncio profundo,
As feridas que o tempo deixou em nosso mundo.
As memórias que queimam, como fogo em papel,
E o peso do passado, um cinto de ferro e fel.

Ainda, há a pressão de ser sempre o melhor,
O medo de falhar e causar algum dolor.
Um herói sem capa, mas com fardos reais,
Carrego no peito o peso dos ideais.

Ainda, o tempo é sábio, mas é também severo,
Desfaz os planos, transforma o que é sincero.
Como um escultor que arranca a dor,
Traz à luz verdades, que revelam o amor.

Ainda, as vitórias que nos fazem sorrir,
Os momentos de glória que não podemos fugir.
Cada riso, cada lágrima, são partes do jogo,
E mesmo nas sombras, é preciso dar um afago.

Ainda, o tempo nos brinda com lições,
Um amanhecer que reflete as emoções.
Pois mesmo que o tempo leve o que é puro,
Ficam as lembranças, e o amor que é seguro.

Então, ainda, entre a alegria e a dor,
O tempo vale mais que o peso do temor.
É a soma dos momentos, a força do viver,
E mesmo nas batalhas, ainda é preciso crer.

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