Autenticidade
Efémera, a vitória é como a brisa que passa, como o orvalho que evapora ao primeiro toque do sol. Hoje, no cume, brilhamos, amanhã, talvez, no fundo do vale, apenas lembrança. A posição social, esse palco transitório, erguido sobre ilusões, desmorona-se ao sopro do tempo.
Devemos ser o melhor de nós mesmos, quer no topo, onde o vento é mais forte e o frio mais cortante, quer no fundo, onde a sombra nos envolve e a terra nos acolhe. Cada instante pede a plenitude do nosso ser, como se cada respiração fosse a última, como se cada gesto pudesse durar uma eternidade.
A derrota, essa fiel companheira, vem sempre, sutil ou implacável, lembrar-nos da nossa fragilidade. E, no fim, a morte, que conquista tudo, até o próprio tempo, ensina-nos que nada permanece, tudo é passagem.
Sejamos, então, inteiros na nossa efemeridade, autênticos em cada passo, e que a nossa essência seja a única constância na incerteza do viver.
Muito da nossa infelicidade e decepções, provém, do uso impositivo de máscaras sociais, quando nos amoldamos a grupos, fingindo ser outra pessoa, não falando a verdade a nós mesmos e anulando a nossa essência.
Pensar com a própria mente, é o que lhe proporcionará uma vida de qualidade ... todo pensamento coletivo, em algum momento lhe manterá na inercia !
Vamos a cada dia em busca de nós mesmos.
Vamos em busca da nossa essência, nosso ser, nosso eu.
Ainda que esse ser, seja completamente diferente do que os outros esperam de nós. Mesmo que esse eu, seja absurdamente o oposto das expectativas daqueles que tentam nos definir.
O nome dessa busca, é a caça pela rara joia chamada AUTENTICIDADE.
A raiva é para a verdade o que o revelador é para fotografias.
Em situações extremas o ser humano fica autêntico.
A natureza humana é a felicidade - alardeiam os budas.
Antes de declarar que a felicidade te deu as costas, verifique se não é você quem anda dando as costas à sua natureza.
Hoje tive vergonha de mim.
Tive vergonha de não ser como todo mundo é.
Tive vergonha de não me sentir pertencente a lugar nenhum.
Tive vergonha de não me enquadrar no espaço que não me cabe...
E com vergonha, eu quero dizer felicidade intensa e genuína.
Ser você e se orgulhar disso, é o que faz a diferença.
Se não conheço grandes autores e suas obras o que penso é legitimamente meu, esse é um caso onde a ignorância dá autenticidade e não inibe a criatividade, ser culto não é saber e fazer coisas lindas e ordenadas, na verdade o conhecimento em alguns casos emburrece e aborrece pessoas.
Os detalhes encantam, o sorriso aproxima, a gratidão abre portas, a persistência conquista.
O ontem ensina, o amanhã não existe, o hoje funciona. O mundo me importa, mas eu ME DEFINO!
Pra que se esconder, se o que há de bom é revelar o que existe no meu pensar, no meu gostar, no meu querer? Que conheçam quem sou!
Tenho que encher-me de mim, e esvaziar-me de tudo que macula a minha imagem. Não posso ser aquilo que não sou ou o que queiram que eu seja.
Vestir um personagem para impressionar o outro, destrói qualquer tipo de relacionamento, quando descobrem que você trapaceou.
Se o que as coisas que você faz é considerada atitudes de um monstro, então bata no peito com honra e respeito, e fale: eu não sou um monstro, sou o próprio demônio.
Nesse mundo de desconfiados e "desconfiômetros", de irônicos, de descrentes de tudo e todos, da humanidade como um todo. Reconfortante é encontrar alguém em que acreditar, é ter um elo de confiança, sentir-se seguro, tranquilo, transparente. Quando há tantos relacionamentos superficiais, formais, padronizados, tipo atendente de loja, supermercado, sorrindo somente para agradar ao cliente, e por dentro tolerando-os, não vendo a hora que o expediente acabe, termine toda essa farsa, de fechar a cara, retirar a mascara, e voltar a usar a cara de sempre como se tivesse ninguém na sua frente. Bom é sentir-se a vontade com um igual, gente de verdade, não um estereotipo, um poço de egoísmo, indiferença e má vontade. Gente que fale a mesma língua, que esteja presente, que some, que faça a diferença, que mostre que nem todo mundo é igual, que nem tudo tá perdido, que em meio a cacos de vidros, pode-se encontrar, ainda, diamantes, exuberantes, raros, difíceis de encontra-los. Por uma joia de gente assim, que não tem preço, criamos apreço. - Fábio Murilo.