Ausência
Não é difícil acostumar-se à ausências quando se tem um coração programado para a felicidade. Ser feliz é isso: É ter um coração capaz de dissipar a dor, por não haver espaço para ela, dentro.
AUSÊNCIA
Eu julgava ser a ausência
Uma divisão dolorosa do corpo,
Ou coisa sentida como prenúncio de morte,
Um buraco negro, sem fim sob meus pés.
Depois vi que a ausência
É uma companhia necessária,
Comigo, inteiro em dois, ela permanece,
A provar minha sanidade,
A dar-me os sentidos que não sabia,
A cativar-me como a melhor amiga.
E me acostumei com ela, tanto,
Que tanto faz o burburinho das ruas,
Ou o balbuciar risonho de um amor,
Colado aos meus ouvidos,
Que dou mais atenção a ausência.
Com ela a cadência do passo é mais livre,
A gente estanca, e abraça como quer,
Livre das dores que traz o abraço,
Distante dos olhares obrigatórios,
Que a companhia exige.
Alforriada dos escândalos
Quando queremos liberdade.
Hoje eu eu a ausência somos ímpares,
Um que se sente só mas seguro
Pelas duas mãos ocupadas,
Outro que se sente acompanhado,
Por um coração, guardado.
Ausência física, ausência da voz e do cheiro, das risadas e do piscar de olhos, ausência do toque, ausência do sentir. A tua ausência. Quando isso acaba?
A saudade não contém apenas a ausência de alguém amado. Também nela está contido o fato de saber que este alguém vai partir.
Todo mal tem um lado bom, deste todo, inclui-se a morte. O lado bom da morte é a ausência dos encontros com os demônios.
Tenho ausência de culpa, não gosto de demonstrar empatia com outras pessoas, faço minhas maldades e não sinto remorso.
Evito me coloco no lugar dos outros. Evito demonstrar meus sentimentos, evito me exaltar.
Se eu disser que sua ausência me fez chorar por várias vezes, não estarei mentindo. Se eu disser que sinto sua falta a todo momento, não estarei mentindo. Se eu disser que preciso sempre de notícias suas, não estarei mentindo. Se eu disser que sou capaz de te tirar de mim, aí sim estarei mentindo.
Somos todos artistas de um espetáculo sem fim. E que venham as vaias, as flores, as ausências e os aplausos. Estaremos sempre dando o melhor que pudermos, e ainda que as cortinas estejam fechadas, estaremos bem atrás delas, ensaiando para atuar melhor na próxima oportunidade.
O que seria da vida sem o glamour de ressurgir dos próprios erros, despertar corações adormecidos e expandir a própria existência, simplesmente vivendo ... ?
Uma lágrima caiu assim como uma pétala cai de uma flor
A ausência da beldade no verdadeiro sorriso, restando somente a dor que transborda no coração.
o desinteresse tornou-me frágil, triste e sensível, causado pelo egocentrismo e altivez dos demais.