Ausência
A MORTE FÍSICA
Repentinamente ela chega,
muitas vezes sem avisar, sem cumprir qualquer ritual.
Retira-se do corpo físico, às vezes, até jovem e saudável.
Mesmo sem o sê-lo, causa para uma dor inexplicável.
Dilacera corações, transforma sentimentos.
Propicia a familiares, amigos e amantes, uma sensação de impotência, de falta.
Não importa, ninguém está imune.
Interrompe sonhos, projetos e planos.
Imprime a necessidade de um novo começo, no dia-a-dia, nas relações.
Não há como medir a falta.
Cada um reage de uma forma diferente.
Sabemos que um dia ela ocorrerá, mas, nunca estamos preparados para a sua chegada.
Acreditamos que a partir de cada partida, um novo plano passará a ser a morada do espírito.
Mas não aceitamos com naturalidade a partida física.
Só a sintonia com o Onipotente, pode permitir o equilíbrio emocional e a força para suportar a ausência física.
Mãe que partiu
Tanta palavra partiu com sua materna luz
Tanta dor no peito das lágrimas roladas
Hoje são lembranças eternamente amadas
De tantas distrações e aflições por ti resignadas
Tanta saudade insiste em apertar o coração
Sufocando cada pedaço que resta de emoção
Que dorme na memória recente do seu abraço
Que ainda caminha embalada por seus passos
Para aliviar o brutal rompimento deste laço
Tento buscar na ausência algo para amenizar
Mesmo na distância que nos separa imaginei
Mil formas de afeto e amor pelo vento mandar
E novamente nos seus carinhos me encontrei
Levaste pedaço de mim para a sua eternidade
Marcada com cada lágrima desta cruel realidade
Consoladas nos ombros que na vida eu cruzei
Dos meus vazios momentos que de ti lamentei
Mãe, mesmo ausente é ensinamento presente
É caminho com as suas pegadas ainda recentes
De força, ação, amor, doação, calor, confiança
Agasalhando-me com seu manto de esperança
O céu festeja sem que eu ainda seja convidado
Seu filho por ti amado exalta o dia em oração
Por gesto singelo vai a minha voz de saudação
De eterno dia das mães entre nós ou sobre nós
Nos seus conselhos de mãe recorremos a vós
Em meditação, em nossos momentos de aflição
Mãe que partiu... Sua bênção!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Rio de Janeiro
19 de dezembro de 1987
à minha mãe
Perdão não é ausência de disciplina, mas, às vezes, seu uso com amor, ou seja, visando uma aprendizagem eficaz. Eu posso perdoar o ofensor, mas a ofensa deverá ser analisada à parte, caso contrário quem praticou o agravo não aprenderá nada a respeito. Algo precisa ser aprendido com a prática do perdão, senão, seu uso pode cair na banalização. Há uma finalidade pedagógica na disciplina
Ninguém pode Julgar. Cada um sabe a dimensão do próprio
sofrimento, ou da ausência total de sentimento de sua vida”
SINAL
Cadeira vazia não é um bom sinal...é ausência
Ausência não é um bom sinal...é falta de alguém
Falta de alguém não é um bom sinal...é saudade
Saudade é sim um bom sinal...é amor!
Nem a ausência de algo, nem meus os olhos fitados no nada dançando entre as lembranças me farão voltar atrás, já me dizia meu velho pai: Um homem não volta atrás em suas atitudes, por isso pense antes de agir!
Se eu disser ou fizer algo, é porque este (na maioria das vezes) foi minuciosamente pensado antes de ser posto em prática.
Eu não volto atrás, aprendi que a vida segue pra frente, mesmo que esse caminho seja triste, árduo e perigoso é por ele que vou passar pra alcançar meu objetivo. Sem apego, limitação ou problema que me faça desistir, não vim aqui pra ser mais um, vou lutar pelo que acredito, pelo que decidi viver, sem magoar ou pisar em ninguém pra alcançar minhas metas!
Sou livre e farei livre os que me cercam, fazendo-os entender que para alcançarmos a FELICIDADE é necessário que atravessemos a tristeza!
É quase uma da manhã e meu sono não vem, está ausente, como você, e odeio essa ausência. Você me deixou com frio, no meio da rua e da chuva, quebrada como uma boneca de porcelana. Só que não posso me sentir assim para sempre porque porcelana é difícil de ser consertada, mas não impossível. Preciso de um amor açucarado para quebrar esse gelo, de um amor com cheiro de outono e sabor de domingo e não importa se não durar até o inverno, apenas preciso de alguém que me segure para eu não desabar como as folhas que caem lá fora.
Seu silêncio me disse "acostume-se com a minha ausência". Você era o único que ainda sentia minha dor, o único que cuidava bem de mim.
O passado voltou, me fez lembrar de tudo e foi embora. Como você.
Presença de Deus não significa ausência de dificuldades. Presença de Deus significa ausência de desespero durante as dificuldades.
Saúde não é ausência de doenças. Saúde é realizar-se física, emocional, mental e espiritualmente a cada dia, num crescendo infinito
"Não é só mais um domingo silencioso que me desperta. É a solidão que me dá bom dia, a ausência que me faz companhia. Outra vez acordo pensando em você, é inevitável dispersar os meus pensamentos, quando sua ausência, ainda é presença cotidiana no meu dia a dia."
AUSÊNCIA.
Buda viveu como Cristo
nada nunca escreveu
sem nada deixar escrito
disse coisas ao mundo
que o mundo nunca esqueceu.
Budistas e católicos
Enfim todos os religiosos
Guardam suas visões de Deus
Engraçado não ser o oposto
O homem toma conta, adeus.
O mundo continua em antítese
O reverso do esperado
Criam os infantes as teses
Ideia de que tudo isso
pode ser demonstrado.
Eu espero o amor
tomando conta de tudo
o que se sucedeu
foi só a vida engoliu
todos os amados do mundo.
Sobram sempre as crianças
Livres do tormento e consciência
Correm atrás de sonho
Essas vidas de latência.
O que sobra a nos carecas da idade
Aqueles que não perderam cabelos
Ainda assim se foi o tempo
Sobrando as vidas nem sempre as verdades.
Vender a ilusão da vivência
Assumimos a posição guardiã
Desesperançosos de sonhos
e quem sabe da própria existência.
Sobram os monges
Trancados um seus monastérios
Longe da vida e da experiência
Sem erros e sem vivências.
Sem sofrer
ou viver
mas
em paz.
É essa a resposta
Uma vida autocontemplativa.
É assim o homem perfeito
Apagando a emoção
soterrando a vida.
Pensem em uma vida perfeita
Voltem a ser crianças
Hoje é seu dia renasça
Entre neste trem sem destino
E não conte a ninguém só faça.
Pode não sair do lugar
As viagens do coração
quando assim tem e são
nem sempre locomovem.
Tenha sua jornada tranquila
meditativa, apaixonada
madura, louca, ocorrendo no ar.
Que dominada a emoção tão revolta
não perca seu ímpeto latente
possa mesmo apaixonados tornar-nos
gentis figuras de gente.