Atitude
É normal as dores da mudança, assim como são normais as dores de parto. E na vida, não existe parto cesariana.
Existem situações em nossas vidas que precisamos esperar a poeira baixar para tomar a decisão certa. O calor da emoção pode nos tirar a razão.
Dê o primeiro passo, e o seguinte após ele, e siga assim por diante... Não espere que outra pessoa faça por você aquilo que cabe a você, e somente a você, fazer!
Enfrente seus medos e desafios. Experimente novos caminhos. Liberte-se do que te prende e impede o seu crescimento. A vida é cheia de altos e baixos, mas é isso que faz sentido. Evolua, cresça, viva, a vida é única. Experimente o novo. Desista se tiver vontade, só não deixe de viver. A vida é uma viagem muito curta. Aproveite-a! @lilianedaquino #texto #autoria #criação #mentepositiva #interessante #lifestyle #vida #inteligenciaemocional #atitude #felicidade #experience #lilianedaquino
Menina...
Estreei no mundo descalça
Minha meninice é prova disso
Corria atrás de pipa
Remava canoa, fugia de coça
Também brincava de boneca
De polícia e de esposa
Era a melhor mãe de mim mesma
Uma bailarina... uma princesa
Meus primeiros dias de mulher
Vieram sorrateiros... bem vindos
Me chegaram num acorde merecido
Me contaram que eu havia crescido
Me peguei feminina pelos lábios
Não sei bem se pelo batton ou se pelo beijo
Mas tinha a pele que me esquentava
Tinha a nuca... a razão que me abandonava
Nunca me perdi da menina descalça
Somei com ela garra e esperança
Aprendemos que pra viver mulher
É preciso antes cuidar de ser criança
Mistério...
Tinha pra mim que era doença de querer
Desconfiei que poderia ser coisa de estrada
Adolescência perdida... mulher mal chegada
Era algo importante... ou talvez, quase nada
Porque amor, não sei se havia de ser
Tudo a comovia, brisa, orvalho, flor
Até loucura, abandono e dissabor
Precisava mesmo era ter uma fé melhor
Desejava dar a ela outras retinas
Que vissem o mundo com os olhos dos anciões
Desnudassem com sã alegria e jeito de criança
Os segredos das montanhas, rios de esperança
Tentei imaginar como seria seu dia
Vestindo as mesmas vestes que o bem vestia
Naquela rua que findava em sonho e magia
Só que despida dos temores a que tudo temia
Não entendi ao certo, certa batalha
A menina disparava falas desconexas ao acaso
Cega, insana, em pagã ousadia... nunca soube
Se ela lutava contra si ou contra a própria covardia
Não foi em vão...
Que aos seus dias piores
Dediquei os meus melhores
Desenhei poesias em teu coração
Lapidei flores em tua alma di-amante
Todo o tempo, em meu colo
Sobreviveste a ti
Dobramos soleiras
Cruzamos uma vida inteira
Não foi em vão...
Que chorei de dor e alegria
Ao ver que ferias a mim... não a si
Pois ali, todo ódio que navegava em ti
Naufragava no mar que havia em mim
Que rompi com a razão em mim
Ao impedir que abandonasse a si
Sei, condenei minha esperança
Mas salvei a menina, a criança...
Não foi em vão...
Pois te ver partir não me venceu
Não a estava perdendo...
Era um seu voo cego... só mais um
Detalhe de um plano do destino
Mas sei, se nada fiz por sua loucura
Foi porque ela só soube a ferir
Mas fiz pela minha
A ensinei perdoar... e a sorrir!
Peregrino...
Não me entendo bem com partidas
Não me dou com despedidas
Lenços brancos ao vento e à brisa
Mãos de crianças acenando em colos
Às vezes, só com chegadas
Por isso me invento e me reinvento
Sempre e sempre... só pra voltar
Porque se reinventar faz bem à alma
Invento sonhos, contos, canções
Luas azuis, anjos prateados
Palavras que só eu entendo
E só entendo na hora que as invento
Desenho povos cheios de pudor
Outros sem e sem temor também
Afogo o mar e queimo o fogo
Armo alçapões pra pegar estrelas
Mas, o que mais me atrai
É ser capaz de carinhos e paz... isso me atrai
Peço a um e a outro um verso que versa inocente
Reinvento em mim um recomeço e sigo em frente
Só não vale desistir...
Solidão
Acatarei sua decisão
Seguirei só, em silêncio
Recolhido em sua prisão
Se o espaço for pouco
me encolho num canto
A pensar no impensável
A pagar o impagável
Mas logo aviso
Não sou de conformar
Em ficar distante do amor
Sem sentir terra e mar
Então, não se descuide de mim
Pois depois de refeito, cresço
Me agiganto, retomo-me em homem
E não há pena ou dor que me domem
Saio aos pulos de encontro a vida
Disparo sorrisos, tiro os lamentos
E se encontrar quem me queira bem
Estendo logo a mão e vou mais além
Alforria e comunhão...
A mais bela descoberta acontecida
Emanou cegante no olhar que nela havia
Olhos castanhos, de brilho ingente, falantes
machadianos, diretos... quase salvadores
Seu corpo de mulher, alvo, perfeito
Enunciava mistérios a desvendar
Mas isso, nada importava
Não era corpo que ele buscava
Nas marcas ganhas, guardou os dias
Que nela conheceu, virtudes e valores
Contou cada pinta, tocou cicatrizes
Desnudou segredou, desejos e temores
Sabendo amar, sabia que entrega demoraria
E dando por certo ser tudo milagre e destino
Por bem querer aceitou a decisão irrompida
E a viu partindo para aprender melhor a vida
Perigoso mesmo, seria ser franco
Dizê-la, em verdade, a que veio
Mesmo distante, tinha em si a garantia:
“Dela, nem mesmo a morte o roubaria!”
Amor de vó...
Em minha meninice ouvia Vó Maria
Contar dos perigos que rondavam a estrada
Dizia que tinha lobo e até uma Fada Malvada
Em quase sussurro, afirmava que toda noite
Tinha festa do outro lado, onde nascia a floresta
Que tinha boto, saci, corrupião e até besta danada
Ouvia e via Vó Maria, atenta, quase heroína
Mas, quando a noite rondava meu dia
Corria eu, cego pro colo de minha covardia
Olho aqueles dias com o encanto de Lobato
Com um olho no Sítio e outro em mim
Mas ambos tomados de magia e alegria
Cresci e a estrada que passa ali já é outra
Não nego, os medos ficaram, só são outros
A covardia me corteja, mas não sou mais cego
Crescer é bom por isso
Os mistérios vão se desfazendo
E a realidade aproxima a razão
Penso que pra Vó Maria
A festa na floresta ainda aconteça
Mas já fia, não há lobo ou fada que me vença
O que fazer quando seus olhos querem chorar e seu coração quer sorrir? O que fazer quando seus pés querem correr e suas mãos querem abraçar? O que fazer quando seu cheiro quero sentir e sua alma tocar? O que fazer quando quero fugir e minha boca quer te beijar? O que fazer quando quero seu corpo e meu instinto pede para se calar? O que fazer quando quero te ver e não consigo a encontrar? O que fazer quando quero te massagear e a distância quer nos separar? O que fazer...o que fazer???
Reflexão do dia:
Se ao invés de você enaltecer um defeito alheio você fosse capaz de citar 2 defeitos próprios, qual você citaria?
Moral: Ao cuidar do caráter do outro deixamos o nosso aos cuidados do mesmo.
Quando somos meninos, agimos como meninos. Mas quando nos tornamos adultos, continuamos agindo como meninos. Porque quando éramos meninos, nossos pais freava muitas de nossas atitudes de menino, mas agora crescemos e a atitude de menino que não era possível de se realizar por estarmos sobre a custódia de nossos pais, hoje se realizam. Porque crescemos e nos tornamos donos dos nossos próprios atos, que muitas vezes são de menino.