Asas
"O mesmo pensamento
que enjaula nossos sonhos,
pode nos emprestar
um par de asas pra voar"
[...]
Eis que o subconsciente,
repousado em céu poente,
sorridente e não carente,
desperta a alma para o novo
Frias mãos tão delicadas,
para serem agarradas,
acariciadas e beijadas,
se permitindo ao renovo
Mente sã! Vai e te liberta!
A tua porta está aberta;
Lá fora, há muita oferta;
Não vai perder tudo de novo
Faz teus dons angelicais
e teus talentos magistrais,
o mundo roga teus sinais
[...]
"No Universo, nascem estrelas
cada vez que me promovo"
Uma visão com outro olhar
Transplante de córneas.
Coloco-me agora nas asas da imaginação.
Saio do meu mundo para entrar em outro desconhecido.
Nelas eu os convido:
-Humanos,
Venham comigo!
Como produtor de poesias,
Nem sei se embarquei na aeronave principal.
Não entendo de medicina,
Muito menos de transplantes.
Uma vida perdida pela obra divina,
Até porquê,
Nada acontece sem a autorização do Criador.
Um olhar,
Dentro de outro olhar.
Visão que fechou aqui,
E abriu-se em outro lugar.
Doação de córneas!
Oh! Ciência absoluta mundial.
Tira-se de um para servir a outro.
Alianças atadas onde não há metais preciosos.
Insatisfação para uns,
Satisfação para outros.
Filas quilometricas na esperança de ser contemplado.
Se bem me lembro,
Em um estado do norte,
Numa cidade pacata do interior,
Especialistas ali fizeram
O transplante de córnea
De um corpo já sem vida,
Para dar visão a outro olhar.
Sala de espera cancelada.
Uma dor de quem perdeu
O amor com quem um dia sonhou os mais belos sonhos.
Mas como a vida tem suas surpresas,
Quinze anos se passaram.
A jovem necessitada, deixou a escuridão e passou a ver a vida por outro olhar.
Ironia?
Não!
Medicina avançada que caminha com a evoluçao.
Uma boa ação de quem doou
E uma dor para quem perdeu.
Uma alegria de quem recebeu.
Com direito a enxergar o mundo,
Com a visão de outro olhar.....
Autor: Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
Asas que percorrem
Calma-te,
São apenas borboletas que passeiam pelo teu corpo.
Asas que percorrem os teus desejos.
Na prática,
São minhas mãos bobas que caminham desvendando teus segredos.
Adormeça-te,
Quando acordares,
Verás sua fome já saciada.
Respira-te,
Profundamente no mínimo três vezes.
Se te faltar oxigênio,
Farei em tua boca um boca a boca com minha boca.
Darei-te o direito de voltar ao seu estado normal,
Com um beijo meu....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
Crie asas, mas crie asas para voar, não somente para apreciar. Porque quem muito aprecia, esquece de voar.
Um pássaro angustiado
Seco como uma folha
Asas atrofiadas não voam
Conforme um galho
Sem frutos ou ventos sem aves
Seu, ninho o conforta
enquanto impõe medo
perante sua, liberdade.
As pernas da floresta são tantas...
são tantas suas penas, suas plumas
suas asas, bicos, e mandíbulas
as serras guardam seus anjos da guarda
os rios alimentam o mundo
e a essência de sentimentos profundos
movem e comovem seus espíritos
as serras elétricas são seres tão ridículos
anjos da morte e da devastação operam
seus instintos de destruição
os braços da floresta são tantos
cipós e galhos que abraçam seus pássaros e seus insetos
seres microscópicos que são outros universos
e realizam o milagre da vida
_E o dia vai fechando os olhos, como a borboleta descansa as asas, devolve a última nota de maestria à vida e dorme.
"E foi após um longo período de dor que notou as mais belas asas, porém pensou: “ Fui feita pra rastejar” então olhou para o céu, sentiu o vento e descobriu que podia voar... nunca mais parou."
.Arauto da Luz
Anjo caído,
exilado de seu lar;
asas queimadas
com desejo de matar.
Sua graça foi perdida,
cultivou a escuridão;
sua morte foi causada
por sua profanação.
Do anjo que morrera
surge um novo ser;
criado pelas chamas,
uma entidade de poder.
Um novo rei ascende
com gosto por vingança;
por todos inimigos
que vivem de esperança.
Preencher os anos que nos moldam...
A que destino...
A que ritmo, sem preço...
Co’as asas que lhes pôs benigna sorte...
Amigos da ventura...
Dos homens que não conhecemos...
Enquanto a turba ralha...
Somos nós as humanas cigarras...
Somos nós os ridículos comparsas...
Que atravessam o tempo...
Asas que em certas horas...
Erguem a um campo de maior altura...
E bebemos o doce vinho em nossa honra...
Que me importa que batam a minha porta...
Importa saber da importância...
Que entre nós, sem limite, vai lavrando...
Dia após dia...
Os múltiplos comprometimentos...
Sandro Paschoal Nogueira
Às alturas santas ninguém voa,
Sem as asas da humilhação.