Às Vezes

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E eu corro no espelho de novo e repito cem vezes que não gosto de você. Não gosto de você. Não gosto de você. Porque se eu gostar de você, eu sei que você vai embora. E eu simplesmente não agüento mais ninguém indo embora. (...)

As vezes eu me olho no espelho
Sinto medo, medo de mim
Eu não me conheço
Sou esquisito
Sou humano
Uso óculos, como, bebo, fumo e defeco
Mijo
Olho-me no espelho
E esse da-me de volta quem saiu
Eu riu, alto, assustado e engraçado.
Duas longas coisas saindo do corpo: são os braços
Buracos, pelos, peles, nariz ponteagudo
Duas orelhas presas na minha cabeça
Olho os dedos, meus olhos, me assusta.
Falo, sinto emoções e tomo cerveja
Rídícula coisa, ali em pé em frente ao espelho
Eu me vejo de fora
Faço uma abstração mental do que eu nunca vi
Que sou humano, e me vejo. É esquisito.
É realmente esquisito. Procuro-me no espelho
Enão me acho. Só vejo aquilo ali.
Parado. Um monte de carnes equilibradas
por ossos duros que me mantem em pé. Ali
no espelho. Eu sei que não sou aquilo,
e o que sou, o espelho não pode
me mostrar... AINDA... eu não brilho...
ainda...


fornecido por D. Maria Eugenia Seixas 08/90

A felicidade está conosco o tempo todo: nós é que muitas vezes não damos a menor bola pra ela...

Só que não sei usar amor: às vezes parecem farpas.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Deus.

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Acho uma graça essas pessoas que acham “o amor da vida” umas 5 vezes por ano.

Às vezes tenho impressão que não vou poder mais aguentar nem mais 5 minutos sem te ver. E ainda faltam tantos 5 minutos, meu bem.

E se Deus permitiu que você caísse algum dia, foi porque Ele iria te ajudar a levantar duas vezes mais forte.

Às vezes eu falo pra mim mesma: isso não pode estar acontecendo comigo, definitivamente.

Às vezes tenho vontade de levar algumas pessoas para uma ilha deserta - e deixá-las por lá.

Muitas vezes precisamos ser iguais ao golfinho, sair de nosso mundo apenas por instinto e sem perder nossas origens.

Às vezes olhavam-se. E sempre sorriam.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.

"Às vezes o cavaleiro da armadura brilhante, era apenas um imbecil enrolado em papel alumínio. Desapega!

Muitas vezes eu não tive nada em troca. Então eu me senti profundamente frustrado, porque eu esperava receber alguma coisa.

Ainda que sentir de verdade pareça uma outra vida, às vezes cansa viver dentro das coisas que invento. Com você, mesmo eu inventando tudo também, dá pra ter essa sensação de desordem, atropelamento, vida dizendo e não minha cabeça falastrona.

Essa ferida, meu bem, às vezes não sara nunca. Às vezes sara amanhã.

Carlos Drummond de Andrade
Antologia poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

Nota: Trecho do poema O amor bate na aorta.

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As mulheres têm uma curiosa e irônica sina:
são elas, muitas vezes,
as educadoras de seus próprios carrascos.

Me importo com coisas tão mínimas que acabo me machucando fácil. E independente de quantas vezes isso me faça cair, eu sempre vou me importar e sempre vou esperar mais das pessoas. Acho que nunca vou aprender a lidar com isso.

Às vezes a gente só precisa abrir os olhos pra perceber que nós temos pessoas muito preciosas do nosso lado que a gente até então não sabia. Demora o jeito de olhar para as pessoas, que você vai descobrir seus amigos de verdade.

Às vezes perdemos algo e não há solução. No fim você coloca um sorriso no rosto e finge que é sincero.