Às Vezes

Cerca de 58606 frases e pensamentos: Às Vezes

Às vezes você só precisa é de um lugar longe pra ficar em paz.

A ÚLTIMA PRIMEIRA VEZ

Ele toca a campainha e, ao contrário de todas as vezes anteriores, ela não corre pra terminar de se arrumar. Ela não coloca brinco na orelha, não retoca o batom, não troca a sandália de dedos pelo salto alto. Ela atende a porta de chinelo velho e cabelo preso pra trás da orelha com piranha de plástico daquelas de duas por um Real. Ele a olha nos olhos, diz que está com saudade e a abraça com tanta força que parece que vai quebrar aquele corpinho magrelo. Ela fica na ponta dos pés para abraçá-lo e, nesse instante, se lembra que costumava fazer isso para alcançá-lo.

Foi tudo muito estranho pela primeira vez. O tênis esquisito dele não combinava mais com ela. Aquela camisa larga e aquela bermuda mais pareciam seu irmão de 17 anos. Nada nele havia mudado, mas era tudo diferente pra ela. A voz, o sorriso meio sem graça, o cabelo liso meio sei lá, as canelas finas, as mãos quadradas num tom rosado de tão brancas. Tudo tão igual sempre foi e tão estranho pra ela.

A vida dela andou nesse um ano e pouco que eles ficaram sem se falar. Ela mudou. Piorou em algumas coisas, melhorou em outras, mas mudou. Ela, que não gostava de rave e andava pra música eletrônica, agora compra ingresso com um mês de antecedência. Ela trocou a cama por uma melhor, o sofá da sala por um branco lindo, mudou os móveis de lugar depois do Natal, trocou o carro por outro que anda muito mais. Mudou o tom do cabelo, o estilo das roupas. Fez vários novos amigos. Para ele, parece que o tempo não passou. Ele acha que pode chamá-la pelos apelidos que ele costumava inventar pra ela, acha que pode pegar nela onde bem entender e que pode arrumar o cabelo dela pra trás da orelha. Não. Eles ainda têm algum assunto, mas ela já não faz mais piadinhas pra implicar com a vida de solteiro dele. Ela não é mais dissimulada quando ele pergunta se ela está com alguém. Ela está solteira e não precisa mais fingir que está de rolo com alguém pra fazer ciúme nele. Não faz mais sentido. Nada mais faz sentido. As brincadeiras, o abraço, o toque do corpo. Acabou a emoção, acabou o brilho no sorriso, acabou o sorriso nos olhos. Coisas do tempo.

Ele partiu sem nenhuma dor. Ela fechou a porta e sua vida continuou de onde estava. Pela primeira vez, ela fechava aquela porta sem sentar na escada e chorar por ele ter ido embora pra sempre. Pela primeira vez, ele saiu sem que ela o observasse partir com o coração apertado. Pela primeira vez, ele foi embora sem deixar uma gotinha de esperança de que ela pudesse tê-lo de volta na vida dela. Pela primeira vez, ele partiu sem que eles tivessem trocado mais do que um abraço apertado. Pela primeira vez, ele se foi sem que eles tivessem remexido o passado ou chorado porque alguma coisa não deu certo entre eles. Pela primeira vez, ele foi embora de verdade. Pela última vez, ele foi embora.

Eu me apaixono mesmo, eu sou intensa mesmo, eu me ferro mesmo, às vezes eu ferro as pessoas mesmo.

Ando tão triste que às vezes me jogo na cama, meto a cara fundo no travesseiro e tento chorar. Claro que não consigo.

Ninguém desce duas vezes o mesmo rio.

Duas vezes eu quase morri de saudades de você.

"Às vezes, o mundo pede-nos para lutar por coisas que não conhecemos, por razões que nunca iremos descobrir."

Às vezes acontece de eu poder conhecer melhor uma foto de que me lembro do que uma foto que vejo, como se a visão direta orientasse equivacadamente a linguagem, envolvendo-a em um esforço de descrição...

O que me atrai. Já me perguntaram isso algumas vezes, eu nunca soube responder. Talvez seja porque o que me atrai realmente não são coisas superficiais, decifráveis… Quando olho nos olhos de alguém, não procuro saber a cor que eles têm, mas a intensidade com que eles me olham e o que eles querem me dizer naquele momento, o quanto eles se conectam ao sorriso, e a veracidade daquilo. Ah, o sorriso… Esse encanta, e desencanta o que é ruim, ainda mais quando é sincero, daqueles que falam por si só, sem precisar pôr legendas. São coisas que talvez você não veja, por isso não entenderia se eu te dissesse o que me atrai.

Às vezes a gente tem tanto medo de não conseguir, que a gente acaba nem tentando.

Não se arrependa do que decidiu, às vezes seguir a razão e o orgulho podem dar certo. Não volte atrás, acredite nas suas escolhas.

Quando você dá todas as chances,
quando perdoa todas as vezes,
quando tenta persistentemente
e ainda assim nada acontece a contento,
você percebe, finalmente,
que esquecer é tudo o que lhe resta.

Ás vezes eu sinto falta até de dizer pra você que senti sua falta.

Pertencer não vem apenas de ser fraca e precisar unir-se a algo ou a alguém mais forte. Muitas vezes a vontade intensa de pertencer vem em mim de minha própria força – eu quero pertencer para que minha força não seja inútil e fortifique uma pessoa ou uma coisa.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Pertencer.

...Mais

Eu pensei várias vezes em dar um fim nisso, não fiz porque eu sabia que ia me arrepender e voltar atrás.

Certamente hoje é grãos de terra. Olha para cima, para o céu, durante todo o tempo. Às vezes chove, ela fica cheia e redonda nos seus grãos. Depois vai secando com o estio e qualquer vento a dispersa. Ela é eterna agora.

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Porque às vezes é preciso saber engolir a lágrima. Às vezes é preciso saber engolir o próprio coração, que teima ainda em existir...

Acho uma graça essas pessoas que acham “o amor da vida” umas 5 vezes por ano.

Muitas vezes o que te leva do sucesso ao fracasso
não está nos caminhos escolhidos,
mas na imperícia com que dás os teus passos.
= A tudo cabe um pouco de preparo.

E eu corro no espelho de novo e repito cem vezes que não gosto de você. Não gosto de você. Não gosto de você. Porque se eu gostar de você, eu sei que você vai embora. E eu simplesmente não agüento mais ninguém indo embora. (...)