Às Vezes

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A razão também tiraniza algumas vezes, como as paixões.

Esta é a mão
que às vezes tocava
tua cabeleira.

A honestidade das mulheres é muitas vezes o amor da sua reputação e da sua tranquilidade.

Em matérias e opiniões políticas os crimes de um tempo são algumas vezes virtudes em outro.

Não é verdade que o sofrimento enobreça o espírito; por vezes a felicidade fá-lo, e o sofrimento a maior parte das vezes torna os homens mesquinhos e vingativos.

A paixão transforma, muitas vezes, o mais hábil dos homens num louco e torna muitas vezes mais hábeis os mais tolos.

O fardo do casamento é tão pesado que são precisos dois, para carregá-lo, e, por vezes, três.

Em arte a beleza é muitas vezes o feio mitigado.

Muitas vezes a juventude é repreendida por acreditar que o mundo começa com ela. Mas a velhice acredita ainda mais frequentemente que o mundo termina com ela. O que é pior?

O ser humano casa-se muitas vezes devido a um brusco desespero e depois lamenta isso toda a vida.

Vamos passando, passando, pois tudo passa. Muitas vezes me voltarei. As lembranças são trompetas de caça, cujo som morre no vento.

O nosso amor-próprio é muitas vezes contrário aos nossos interesses.

A maledicência pode muitas vezes corrigir-nos, a lisonja quase sempre nos corrompe.

Assim como as crianças, que no escuro tremem de medo e temem tudo,
nós, na claridade, às vezes temos receio de certas coisas
que não são mais terríveis do que aquelas que as crianças temem
no escuro e pensam que acontecerão a elas.

Por vezes a ambição faz aceitar as funções mais baixas; é assim que se sobe, na mesma postura em que se desce..

A dissimulação algumas vezes denota prudência, mas ordinariamente fraqueza.

Há uma perpétua troca de serviços entre a ciência e o empirismo. Muitas vezes a função da primeira consiste em formalizar o que a segunda descobriu.

Fazer vinte vezes, recomeçar a obra, poli-la constantemente, poli-la sem descanso.

Sonho Oriental

Sonho-me ás vezes rei, n'alguma ilha,
Muito longe, nos mares do Oriente,
Onde a noite é balsamica e fulgente
E a lua cheia sobre as aguas brilha...

O aroma da magnolia e da baunilha
Paira no ar diaphano e dormente...
Lambe a orla dos bosques, vagamente,
O mar com finas ondas de escumilha...

E emquanto eu na varanda de marfim
Me encosto, absorto n'um scismar sem fim,
Tu, meu amor, divagas ao luar,

Do profundo jardim pelas clareiras,
Ou descanças debaixo das palmeiras,
Tendo aos pés um leão familiar.

Antero de Quental
Os Sonetos Completos de Antero de Quental

Não se é sempre estúpido por havê-lo sido várias vezes.