Árvores
“As veredas da justiça, são como árvores juntas à regos de água de um rio, cujo fruto vem na sua estação e cuja folhagem não murcha e tudo o que fizer será bem sucedido.”
O sol esta sorrindo para os montes, Os ventos balançando os galhos das árvores e eu como sempre alegrando a galera.Não existe nada melhor como um dia apos o outro.
Porto Alegre: Como não te amar?
Das ruas que me vestes asfaltos
Eu menino poeta...
Das árvores que me abraçam
com tanta ternura
Eu menino poeta...
Das casas que me observam por trás
dos pequenos muros
Eu menino poeta...
Das praças que perfumam o meu olfato
Eu menino poeta...
Das mulheres Gaúchas que embelezam
Tu cidade Porto Alegre
Eu menino poeta...
Das bombachas do chimarrão
do churrasco Gaúcho
Eu menino poeta...
Das águas do Guaíba com um dos
Por de sol mais lindo do Brasil.
Eu menino poeta...
Porto Alegre: Como não te amar?
As grandes árvores requerem raízes profundas,assim como as revoluções sociais clamam por razões profundas.
Quero andar entre as árvores da praça
Me esconder entre as estátuas
Te ver entre o chafariz
E caminhar com você na Praça Paris
Quem nega suas raízes não merece ser árvores, principalmente aquelas que dão frutos, porque pode não vingar ou apodrecê-los. Elias Torres
As Palavras
A música não mente.
As árvores não mentem.
Os olhos tristes do animal não mentem.
Unicamente mentem as palavras.
Como dizer-te a verdade com elas?
Quisera falar-te com os olhos do cão,
dar frutos como a árvore,
chegar a ti com a delícia
e a escondida lágrima de Mozart.
O esplendor da verdade:
Beleza à qual minhas palavras,
torpemente,
procuram aproximar-se.
É impossível.
Nunca saberei dizer-te que te quero
As folhas das árvores balançaram
Com o desespero das flores murchas
Caídas abaladas solitárias
As folhas choraram a tristeza de um dia frio
Pela ausência do calor difundido
Com bela aquarela do campo
caindo e se enterrando
No solo coberto pelo aveludado
Amor que as flores deixaram
Antes de dizer adeus
Crie o teu ritmo livremente; como a natureza cria as árvores e as ervas rasteiras. Crie o teu ritmo; e criarás o mundo.
Chove sem parar ao cair da noite, o vento orienta a chuva e faz às árvores dançarem num rítimo ordenado e viçoso, um frio intenso toma sua face, os raios caem com intensidade e parecem raízes que fincam constantemente energia sobre a terra.
O sono não vem, Ela encolhida no sofá da varanda enrolada no cobertor que ainda expelia a fragrância do último encontro, bebia o vinho que tinha o gosto do beijo daquele que se apoderou de seus pensamentos, por isso, bebia e saboreava gota a gota. A sensação de tê-lo perto às vezes parecia tão real, mas suas mãos tateavam um espaço vazio, em aflição, como se buscasse constantemente aquele a quem sua alma procura, podia senti-lo, mas não tocá-lo. Era quase verossímil a interação e a freqüência que esse contato lhe proporcionava, Ela percorria seus pensamentos tentando transportar sua mente para o passado, que a levara a reavaliar conceitos, adquirir comportamentos antes ausentes, imaginar novos sonhos e desistir ou adiar os velhos, sensações que preenchiam a sua vida com um misto de serenidade e turbulência.
Podia sentir seu espírito sorrir ao imaginar aquela expressão suave descrita por um leve sorriso, porque ele fazia transparecer nos seus lábios e no esverdido do seu olhar a terna alegria do instante. Sentia prazer ao ouvir o som da fala áspera e cava daquele homem e das palavras que eram entoadas por ele. Sentia-se impotente perante as suas carícias, lembrou-se de que ele possuía sobre ela todos os direitos, e isso já seria razão suficiente para viver plenamente esse momento tão maravilhoso, que a fazia feliz, seja como for, isso era para Ela um privilégio. Ela estava apaixonada.
De repente, o aroma embriagante daquele amor pairava no ar, misturava-se com o vento, com a energia brilhante dos raios, dançava como as árvores e molhava como a chuva, refrescando a brasa incandescente daquele amor e o desejo de mais uma vez tocar-lhe o corpo e sentir à amena, seca e agradável sensação de beijar-lhe a boca.
Lembrou-se do aroma e do calor que aquele corpo exalava, aumentando o desejo incontrolável, insaciável, de se transportar frequentemente para aquele desejo repleto de incertezas. Ela temia se tornar dependente daqueles braços, daquele corpo, daquela boca, daquela alma... e não conseguir mais exercer sobre seu corpo “o domínio”, e ao se entregar tornar-se-ia fraca e acabaria contando-lhe seus segredos mais íntimos, sussurrados com hesitação, confidências ecoadas em cada sussurro proferido, perdido no ar, indo de encontro ao vento e se espalhando, acalentando corações perdidos e inertes, que por medo de se entregar ao amor deixam de viver todos os dias como se fosse o último.
Imaginou os raios de sol entrando pela janela, tocando-lhe a face, em mais um despontar do horizonte, de um lado as mesmas sensações e o recente encontro de um amor, que existe, mas não pode ser tocado.
Sentia-o tão perto... que o cheiro constante de sua pele se sobrepõe a qualquer outro aroma que possa inalar e os seus beijos povoam os seus sonhos e não se esvaem quando desperta, porque é um sentimento penetrante, oculto e alimenta as suas lembranças no transcorrer do dia.
Lembrou-se do primeiro encontro, subitamente em meio a multidão surge aquele Ser, uma criatura que simplesmente brilhava, sua imagem ofuscava tudo a sua volta, seu coração começou a palpitar, Ela ficou inquieta, aflita, ansiosa, sensações que a deixaram perturbada, repentinamente, parou de ouvir o barulho das conversas paralelas, do som da música que entoava ao fundo, só conseguia ver aquele estranho.
Ela precisava de um motivo para se aproximar, e espantar qualquer pessoa que pudesse atrapalhar sua convicção. Refletiu por alguns instantes, intrepidamente levantou-se e seguiu em direção a aquele ser, dotado das chamadas qualidades viris, que para Ela era o seu grande e lídimo amor, até então, recôndito na imensidão do universo, perdido durante tantas vidas e que finalmente retornou.
Achegou-se, ao vê-lo tão perto perdeu o medo, pediu-lhe um cigarro, sua voz rouca com um leve sotaque, ecoou dentro dos seus ouvidos como uma melodia que nunca se esquece. Era um sentimento que só o espírito poderia perfazer, narrar. As palavras, os gestos, o comportamento, não possuem recursos suficientes para decifrar essa linguagem tão única, exclusiva. Seus pensamentos foram transportados à expectativa de um encontro acanhado, era como uma sucessão rítmica, ascendente ou descendente, de sons simples, a intervalos diferentes, cuja fascinação pela sonoridade do instante, tornava cúmplice toda a euforia que poderia inebriar esse engano dos sentidos, marcado pela ilusão de um grande acontecimento.
Deliciava-se com o devaneio daquele impulso, esperado, ambicionado, desejado, que fazia a parte limitada da matéria inflamar-se de anseio, uma sensação que tomou conta do seu corpo e do seu coração aquecendo-lhe a alma.
Cerrou os olhos, pode sentir ele se aproximar devagar, passando seus braços em torno da sua cintura, puxou-a contra seu corpo (sentiu seu coração latejar), curvou o pescoço e beijou-lhe a nuca, a orelha, o rosto, a boca, a alma... Dessa agitação profunda sentiu entremeada a respiração cansada e ofegante, imaginou-se possuída por uma divindade de personificação masculina, que representava para Ela, naquele momento, seu homem. Este era o verdadeiro amor, que despertava o abstrato e o concreto, até então adormecidos.
Por fim, sorriu ternamente, beijou-lhe a face e partiu...
"São as maiores casas e as árvores mais altas que os deuses derrubam com raios e trovões. porque os deuses amam opor-se ao que é maior que o resto. Eles não suportam o orgulho em ninguém a não ser neles mesmos."
Poesias, poesias, poesias, poderiamos então viver assim? Com poesias caindo das árvores como doces frutos, outrora azedos, mas sempre a nos dar a nítida sensação de pertencimento.
Sentir-se vivos, de braços abertos para o céu, livres como pássaros, suaves como folhas ao vento, coloridos como arco-íris e tão breves e refrescantes como chuva fina de verão.
Fernanda.
O Final do que nem começou
Sou uma rua
Esquecida pelos governos
Sem árvores , sem asfalto , sem luz , sem nada
Sou um barco, abandonado ao léu
Sem amarras, sem âncora nem proa
Nem velas a serem içadas
Sou um espelho embolorado
Úmido e velho, quebrado
Ninguém, nem nada reflete em mim
Sou uma casa vazia
Sem tapete peludo e vermelho
Sem vaso de flôr na porta entrada
Sem familia dentro dando risada
Sou um livro velho , antigo... Empoeirado , sem capa, largado
Desordenado, páginas rasgadas
Sem marcador a despencar na estante...
Abra-me e você vai ler uma história que não começou
E brutalmente se acabou...
Árvores acesas
Na memória está ainda o presente.
Suga-se o som para dentro do miolo porque nesse momento é de onde se tira a felicidade.
Movimento tudo que eu quiser. Pra onde eu quiser.
Na música da vez viola e viola e viola. Viola Sendo violada pelo dedilhado.
A compreensão é maior do que a assimilação.
O entendimento prevê o futuro enquanto se torna passado.
Cor de madeira molhada ao ver as mãos executando tarefas de escrever.
Cheiro de sua própria casa esquecido ou pouco percebido.
Combinam com cravos.
Pensamentos alcochoados em nuvens simuladas pelos olhos cerrados.
E fico feliz por algumas vezes experimentar de mim mesmo como um observador.
Alguém que consegue entender porque as palavras tenor e italiano são sinônimas.
como se flagrasse a inteligência trocando de roupa e a criatividade a sonhar.
E eu sigo,
Sendo assim.
O vento espalha um ar empoeirado que não deixa vestígios de folhas nas árvores, a imensidão se estende sob meus pés, conseguiria fugir deles se quisesse? ao longe um horizonte marcado de esperança, aqui o viço da juventude que se dissipa pelos cantos; mas; é preciso que as idéias
saiam de minha cabeça, ora, elas se alojam onde puderam; Juno é indefeso, é ´preciso protege-lo; meu marido não protege nem a si próprio, de que outro modo poderíamos viver senão aqui?
Não tenho inspirações, mas olhar para as árvores e para o céu deitada no chão, ajuda-me a escrever .