Artista
"Estou tentando contar a você a estranha história da minha vida", disse o artista Laroche Darosseau.
"Não sei ao certo o quanto eu quero que todos saibam, mas tudo vai ser dito". Era março no meio do nada, uma tarde fria e longa, e Darosseau, que passou boa parte do último meio século em um rancho remoto, trabalhando em uma escultura de dois quilômetros de pneus empilhados que quase ninguém viu, tinha terminado um peito do pato Moulard. Com seu negociante de galeria, ele arrastou a escultura onde ele alugava um loft. Ele tem oitenta e dois anos, e andar lhe dói. Respirar, também.
Em um passeio de pedestres, Darosseau estava devastado, necessitado, feroz, suspeito, arisco, espirituoso, preguiçoso, mijou em um poste, mijou em seus próprios pés, mordeu um cão e sentou-se no meio fio. Ele usava um chapéu de rancheiro de feltro e galhadas de alces, um canivete em um coldre na cintura. Estava com um sorriso vago e sugestivo em seus lábios, "te assusto, batuta?". Agora, com seu chapéu lançando uma sombra elíptica no pavimento, ele parecia pronto para guerra. Olhou para os apartamentos ao redor e vomitou.
Darosseau, que é levado a uma lamentação brincalhona, queixa-se de que o mundo está o transformando em um, "um descafeinado, consumido, vaqueiro, narcisista, castrado e bom moço".
Ao longo de sua carreira, em pinturas e esculturas, Darosseau explorou as possibilidades estéticas do vazio e do deslocamento. Seus vazios têm recriado a arte. O vazio tem sido uma constante.
"Eu decidi não olhar para ele."
Ele parece vazio. Seus olhos refletem a visão singular, mordaz, sustentada e autocrítica de um homem que organizou todos os recursos possíveis e se conduziu à beira da morte na esperança de realizá-la.
"Toda arte que faço é lixo. Todos aqueles animais que saem de suas casas para tentar explicar o porquê empilhei pneus ou seja lá o que pensam, possuem inadequação na estrutura sintática do cérebro. Fiquem em suas casas."
A conversa girou para a segurança cibernética nas notícias por horas. Laroche Darosseau está cansado. Laroche Darosseau está morto.
Nos fundos do velho casebre ela, ainda menina,
era professora, artista , poeta...
Escrevia, desenhava, criava histórias...
com carvão nas paredes desbotadas,
até onde a mãos, sempre pretas, alcançavam...
Mas que importância isso tinha?
Era feliz e sonhava com o dia em que "escritora"
conheceria aquele que qual "príncipe em cavalo branco",
a resgataria para um mundo colorido
e tornaria real a sua fantasia.
Cika Parolin
Acreditar em sonhos e viver alguns deles intensamente. Esse é o dia a dia de um artista. O que a arte nos possibilita vai muito além de regras, de incompreensões e de preconceitos. A barreira que quebramos em cada evento é mais um obstáculo que deixamos pra trás e que nos aproxima do nosso legado: o infinito.
Frase do dia 01/11/2016
Deve ser extremamente difícil para um artista quando não consegue mais criar suas obras e começa a viver apenas de sua fama.
A força do artista é a sua natureza instintiva transgressiva e a sua reflexão filosófica sobre a linguagem não poderà jamais parar a nível expressivo.
O artista materializa na sua arte os seus reais pensamentos e sentimentos, eternizzando no espaço e no tempo os significados para o mundo das suas palavras e das suas emoções.
Os artista e o jovens idealistas em tese sempre seriam incorruptíveis mas quando vemos bons artistas corrompidos por cifras milionárias adquiridas por programas de incentivo à cultura e uma juventude antes idealista passar para o lado do vandalismo, da baderna e da violência, parece que na prática tudo mudou. Sendo assim são justificáveis ações ditatoriais de censura e arbitrariedade contra a arte, a educação e a cultura pois afinal seria daí que poderiam vir as verdadeiras críticas e esperanças para as mudanças.As novas ideias e com sorte uma juventude diferente não tão alienada com disposição para despolarização do falso poder que arrasta se por acordos e conchavos politiqueiros empurrando as crises agonizantes e as verdadeiras soluções para o próximo pleito.Afinal o bom legado político também é coisa do passado já que somos um país sem memória, e com quase nenhum registro. histórias e patrimônios imateriais e materiais bem preservados.
É bem diferente Artista de Verdade para o Artista Profissional.O artista de verdade nasce com um dom de criatividade, expressão, personalidade artística e necessidade vital de comunicação podendo ter formação e estudos acadêmicos ou não.Já o Artista Profissional, nasce da ideia errônea do meio de trabalho fácil, geralmente tem cursos e só visam lucros, especializações, estudos avançados e no mínimo pós-graduação em belas artes.Vive buscando premiações, editais governamentais, leis fiscais e jogadas contábeis para desvio dos impostos devidos junto aos grandes grupos empreendedores e empresários culturais.Este tipo de falso " artista " não tem ética, nem moral e não se importa que sua "arte pré fabricada " seja maculada por fazer parte de esquemas de subornos, roubos tributários e corrupção.Este individuo tem o errado valor que é muito esperto logo está sempre acima de tudo, até mesmo do certo e do errado, da pátria e de Deus.
PARAÍSO
O brinquedo e a arte são as únicas atividades permitidas no Paraíso. O poeta, o artista, a criança: esses são os seres paradisíacos. No Paraíso não existe trabalho. Existe apenas brinquedo e arte. Recuperar a sapientia é lembrar-se da “filosofia” sem palavras que morava no corpo da criança.
(livro "do universo à jabuticaba")
...ser artista é sentir a necessidade de transformar as coisas para dar-lhes outras formas ou outras realidades, maior na palavra, na tinta, no som, em tudo...