Artesão
Entre as gravuras a xilo é a expressão mais antiga e ao mesmo tempo mais contemporânea. Por que o artista gravador tem que ter a habilidade de um mestre artesão ao arrancar da madeira sem volta toda a sua expressividade. O taco original e a xilogravura em papel de arroz são partes invertidas da obra inseparáveis.
O trabalho dos artesãos contém a energia do amor pelo fazer.
Abençoados sejam aqueles que com seu trabalho transmitem o bem
E se tudo o que existe,
for uma imensa obra de arte... alienígena?
Pelo prazer de admirar...
O belo e o funcional juntos... em perfeita harmonia.
Que tipo de obra gigantesca, intrincada e animada é essa?
Seria mesmo grande ou na realidade... ínfima?
E se somos apenas borrões... de tintas?
E se eu fosse um ponto... amarelo,
num recanto esquecido
de uma natureza... morta?
Esse é o significado maior dos círculos nas plantações?
Foi pelo belo ou pelo funcional que eles mudaram
o nosso criativo logotipo... das Aldeias.org?
Uma relação matemática harmoniosa e equilibrada,
que nossas mentes respondem,
com reconfortante... respeito?
Seria o universo inteiro feito de arte científica?
Essa é a chave de todo o mistério?
Seria na arte a sua unidade?
A teoria do tudo...?
Haveria um Grande Artesão... do Universo?
Quantas telas já pintaram até essa?
Quantos seres esculpidos até a perfeição?
E quando é que este “Davi de Michelangelo”
poderá “falar”...
Ao seu criador?
Talvez exista uma tela imensa com um desenho traçado por esse Deus comandante, e nosso papel nessa grande Obra seja apenas colocar a linha na agulha e dar cada ponto, confiando que o resultado final será Bom.
O cruel disso tudo é que não temos acesso a esse desenho, não sabemos o que estamos bordando e estamos cansados e assustados demais para confiar nesse Artesão silencioso.
Aquele que trabalha com as suas mãos, é um trabalhador.
Aquele que trabalha com suas mãos e sua inteligência é um artesão.
Aquele que trabalha com suas mãos, sua inteligência e seu coração... E um artista.
Nota de abertura do livro: Charcutaria Antiga
"Filho de carpinteiro sou,
De José e de Maria;
Tomo a plaina, a serra e corto,
Cedo aprendi a artesania:
Pego a lima, a régua, o torno,
O que é feio, em belo torno."