Arrepio
Ser sua saudade. Vontade. Alimento. Ser seu calor, arrepio e frio. Sua casa. Seu caso. Morada. Ser seu cá. Seu lá. Seu nós.
Um arrepio me desce pela espinha e sinto meu coração comprimido em uma dor imensurável. Fecho os olhos e faço um pedido: “traga ele de volta porque tudo o que eu tenho é o seu amor”
Uma mordida no queixo
Um cheiro na nuca
Um beijo na boca
Um arrepio no corpo
Eu amo seu corpo.
Um sorriso nos lábios
Uma lagrima nos olhos
molha teu rosto e cai
no seu corpo...
É a dor da saudade
Um gesto de adeus
A porta se fecha
Os olhos se entristecem
Anciando a hora da chegada.
Um brilho nos olhos
Um abraço bem forte
Um outro beijo na boca
A saudade se afoga
A felicidade esta de volta
E assim o dia termina
A noite se inicia
Um novo sonho vai nascer
ao cair da noite...
E assim continuo te amando.
Passa as lembranças, a vontade de um toque, a sede de um abraço, a fome de um beijo, o arrepio na pele, o desejo no corpo, a saudade no olhos...passa e como passa.
Em mim tudo passa, só não passa você !
Eu não quero casca, fantasia, utopia. Eu quero abraço, alívio, olhar, arrepio, coração, alma e tudo mais que não encontrarei em uma noite.
“Num toque, eu já sabia. Não era a pele que eu conhecia, era a minha reação. Aquele arrepio era inegável. Aquela falta de ar. Aquela eletricidade. Num momento tinha sanidade, no outro, me rendi à loucura.”
"Dói e surge um arrepio da alma até o coração que busca um lugar pra sair mas só encontra os olhos."
Garoa, fleuma..
Hasteie, gota..
Pele, arrepio..
Adágio, ausência...
Curvar, risos..
Ternura, carência..
Pensar, libido...
Placidez, leitura, chuvisco.
Ai que frio, arrepio, é do vento o assovio. Minhas imagens no vazio, quem se lembra do que viu? Do teu olhar me desvio, minha paz por um fio. Ai que frio.
A cada suspiro uma lágrima,cada som um arrepio,será você?
O que me move e faz sonhar,rir e chorar,
Meu tudo e nada...
És minha Perfeição, o que tenho de melhor em minhas profundezas!
Tenho fome,frio,sede de ti.
Peregrino a muito pela vastidão da Terra e enfim te encontrei!
Hei de proteger-te e amparar,amar-te de todo o meu coração,
serei o teu e demais ninguém!
Assim como vaguei por séculos a fim de encontra-te,passarei a eternidade a amar-te!
Ao teu lado estarei na noite mais escura e sombria,
no dia mais claro e belo,porque eu sou a tua alma gêmea,
sou o teu coração, teu sangue, teu ar, tua alma repartida em dois!
Sou o Amor da tua vida, assim como és o meu!
Nas saudades ainda sobrevivem os momentos dos dedos nos emaranhados dos seus cabelos, o arrepio de sua pele em meus afagos e os sonhos que sonhamos.
À esses amores de pele.
Busca algo mais além de sentir? Não deveria o amor ser o arrepio que sentes quando meus dedos suavemente tocam sua pele ou quando minha voz grave adentra seus ouvidos lhe fazendo estremecer? À esses amores de pele digo, vós sois também de alma! Quem por meio da razão sentiu prazer? Sendo o amor irracionalidade e o demasiadamente sentir. Quem pode atentar contra os amantes de pele se não quem racionaliza o amor? À esses amantes verdadeiramente felizes e satisfeitos dedico o prazer dionisíaco de viver sem culpa ou ressentimento. Estes não usam o traje sórdido da hipocrisia, pois estão nus de corpo e alma.
O arrepio da pele
Nos dias frios
A boca pálida
No beijo amargo
E o corpo arde
Em febre sobre o chão
Respiro momentos
Enganando a solidão
É da sede,
é da sede de vida, do sonho e do acordar
Que me vem da alma
Este arrepio na pele
Que me faz sentir
Cada toque
Cada palavra
Cada som
Com a grandeza dos mundos
E a ti
Com a grandeza do universo
Nascemos filhos de sangue
Crescemos filhos do mundo
E morremos filhos de ninguém!
E fez-se a primeira noite
E desde a primeira noite, o frio
E fez-se o arrepio e nascem os sonhos
Em algum momento perdido, o calor
Inventando um novo invento
E veio o rio das horas
E veio a demora
Com o tempo que passa depressa a flutuar
E a folha que cai e que vai-se à toa
Ao arrepio da hora boa
E nasceu assim a lembrança
E o medo do fim
Como receio da noite vindoura
E da dor a lição
Assim fez-se a pressa, a que cessa num momento
Que é coisa a aprender-se depressa
A vida que escoa entre os vãos
Mãos vazias que acenam
O sempre olhar pra trás antes da curva
Até o dia de não nunca mais se ver esse olhar
Assim fez-se a madrugada, a alvorada
O outono que chega
A bruxa do tempo que ri só pra si
E assim fez-se a noite e a escuridão
Tão negra quanto o coração que era
Esperar no portão pelos passos que não mais escuto
E assim se fez a última noite
O longo tempo, que afinal
No final se fez tão curto.
Edson Ricardo Paiva.